62ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 1. Ciência do Solo
PRODUÇÃO DE ÓLEO ESSENCIAL DE 13 CLONES DE PIMENTA-DE-MACACO (Piper aduncum L.) EM FUNÇÃO DA ADUBAÇÃO.
ANA REGINA ARAÚJO MARTINS 2
EDUARDO MAXIMIANO FURTADO DOS ANJOS 1
JOSIAS NUNES DO NASCIMENTO 1
LUIZ CARLOS NEVES DA FONSECA 1
SUSANA SILVA CONCEIÇÃO 1
1. UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA / UFRA
2. Profª. Drª.em Agronomia/Orientadora - Universidade Federal Rural da Amazônia
INTRODUÇÃO:
A pimenta-de-macaco (Piper aduncum L, Yuncker), é uma planta medicinal e aromática, que ocorre naturalmente na Amazônia, sendo também conhecida popularmente como "aperta-ruão". Essa espécie produz um óleo essencial chamado dilapiol, cujo efeito inseticida foi descrito por Maia et al. (1988). O extrato hidroalcoólico e o óleo essencial da P. aduncum L. mostraram ser eficientes no controle de Stahpylococcus aureus e Bacillus subtilis, apresentando potencial satisfatório para o desenvolvimento de produtos naturais (Figueira et al., 2003). Fazolin et al. (2005) obtiveram resultados promissores utilizando o óleo essencial de P. aduncum no controle de Cerotoma tingomarianus Bechyné, importante desfolhadeira de leguminosas da Amazônia. O seu uso medicinal também tem sido relatado: em doenças ginecológicas e desordens intestinais (Van den Berg, 1993), como diurético, antiblenorrágico, carminativo, excitante digestivo, para males do fígado, no combate a erisipela e tratamento de úlceras crônicas (Coimbra, 1994). Diante do exposto, o objetivo deste trabalho foi avaliar a produção de óleo essencial de pimenta-de-macaco em função de adubação mineral, com diferentes doses de N e K.
METODOLOGIA:
O experimento foi realizado no período de junho a setembro de 2008 no campus da Universidade Federal Rural da Amazônia no banco de germoplasma de Piper aduncum L. localizado no Instituto de Ciências Agrárias do campus de Belém. O delineamento experimental foi em blocos ao acaso com 3 repetições. O fator de variação foi 13 clones de pimenta-de-macaco, com 3 repetições, no espaçamento de 60 x 60 cm. Foram estudadas três formulações de NPK: 30-0-15 (tratamento 1); 20-0-10 (tratamento 2) e 10-0-5 (tratamento 3), na forma de coroamento nos clones, utilizando uréia e cloreto de potássio, sem a presença do fósforo que já se encontrava em alta quantidade no solo (PTotal=98mg.dm-3) Após a limpeza da área, foi feito o corte das plantas a 40 cm do solo. Três meses depois, foi feito um segundo corte e separadas amostras de 100g por clone, acondicionadas em saco de papel e colocadas em estufa com ventilação forçada, a 60ºC, até atingir peso constante. Cada amostra foi triturada manualmente para obtenção de maior superfície de contato, e assim maior eficiência no processo de hidrodestilação em aparelho do tipo Clevenger, para extração do teor de óleo essencial. Os dados foram submetidos a analise de variância e as médias foram comparadas pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.
RESULTADOS:
No tratamento 1 o clone 12 foi o que mais produziu óleo essencial (23.989 L/ha) e o clone 6, apresentou a menor produção (4.735 L/ha). No tratamento 2, os clones que obtiveram maior e menor produção de óleo foram, respectivamente, o 4 com 19.570 L/ha e o 2 com 3.577 L/ha. No tratamento 3, o clone que produziu maior teor de óleo, foi o 4 (21.148 L/ha), tendo o clone 9 apresentado menor produção (3.598 L/ha). O tratamento 1 foi o mais eficiente na produção de óleo essencial correspondente a 9 dos 13 clones estudados, ou seja, aproximadamente 70% dos clones, concordando com os resultados apresentados por Brasil & Viégas (1998). Estes autores realizaram avaliações preliminares, em experimentos conduzidos com adubação química (NPK) em Piper e concluíram que houve aumento significativo da produtividade de matéria seca da parte aérea, o que contribui para a produção de óleo essencial em pimenta-de-macaco. Em relação a produção total de óleo essencial por clone, o 4 foi que obteve a maior produção (51.766 L/ha) possivelmente em função de seu potencial genético, concordando com os dados de Gaia (2008). O clone 1 apresentou menor produção oleífera.
CONCLUSÃO:
O clone 12 foi o que produziu maior teor de óleo essencial, quando submetido ao tratamento 1. O clone 4 foi o que obteve mais produção de óleo essencial (51.766 L/ha) considerando os três tratamentos. O tratamento 1 foi o mais eficiente na contribuição para a produção de óleo essencial em 9 dos 13 clones estudados, representando cerca de 70% do total de clones.
Instituição de Fomento: UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA
Palavras-chave: Piper aduncum, ÓLEO ESSENCIAL, CLONE.