62ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 4. Fitotecnia
ESTIMATIVA DA ÁREA FOLIAR DE BRAÚNA (Melanoxylon brauna) UTILIZANDO DIMENSÕES LINEARES.
Anderson Teixeira Tenório 1
Samuel de Souza França 1
Lucas da Silva Santos 1
Kleyton Danilo da Silva Costa 1
Paulo Ricardo dos Santos 1
José Antônio da Silva Madalena 1
1. Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal de Alagoas / UFAL
INTRODUÇÃO:
Melanoxylon brauna é uma árvore nativa muito conhecida pela qualidade de sua madeira, porém relativamente rara nas matas e pouquíssima usada em paisagismo urbano. Em levantamento feito por Nascimento (1999), a braúna se destacou entre as espécies mais freqüentes para o consumo de lenha, com 50% de preferência entre os consumidores. O conhecimento de aspectos da fisiologia dessa espécie vegetal é de suma importância para o entendimento e a conservação deste bioma tão antropizado, pois oferecem subsídios para o entendimento das alternativas adaptativas selecionadas que permitem a permanência dessa espécie em áreas de condições inóspitas. Freqüentemente há a necessidade de estimar a área da folha da planta, pois esta característica é importante na avaliação da eficiência fotossintética, na determinação de danos bióticos e abióticos, na análise de crescimento, relacionado com o acúmulo de matéria seca, metabolismo vegetal, produção final, qualidade e maturação das culturas. Como os conhecimentos sobre braúna são incipientes, realizou-se este estudo para determinar uma equação que permita estimar a área foliar desta espécie a partir de medidas de dimensões de comprimento e largura dos folíolos.
METODOLOGIA:
O trabalho foi realizado no laboratório de Fisiologia Vegetal e Setor de Melhoramento Vegetal de Plantas da Unidade Acadêmica Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Alagoas (CECA-UFAL), localizado nas coordenadas geográficas de latitude de 9°27'S, longitude de 35°27'W e uma altitude média de 127 m acima do nível do mar, com temperaturas médias: máximas de 29°C e mínima de 21°C, e pluviosidade média anual de 1.267,7 mm. O método baseou-se nas dimensões comprimento (C) e largura (L) dos folíolos. O comprimento foi definido como a distância entre o ponto de inserção do pecíolo no limbo do folíolo da extremidade oposta e a largura como a maior dimensão perpendicular ao eixo do comprimento. A área foliar (AF) foi calculada como o produto das duas dimensões, comprimento (C) e largura (L), e um fator de forma "f",. O fator de forma "f" foi determinado pela análise de regressão simples entre a área de uma amostra de folíolo e o produto de suas dimensões. A área das folhas amostrados (243 unidades) foi determinada de forma direta, através de um integrador de área foliar LI3100 da LICOR.
RESULTADOS:
Na análise de regressão da área do folíolo com o comprimento e a largura das folhas, realizadas separadamente, observaram-se menores graus de correlação (resultados não apresentados) do que aquela realizada com o produto das duas dimensões. Alguns testes com diferentes métodos para calcular a área foliar de morangueiro, por meio das dimensões das folhas, em algodão, em maracajá e em juazeiro, também concluíram que a utilização do comprimento e da largura juntos estimou melhor a área dos folíolos e folhas, respectivamente. A análise de regressão foi estatisticamente significativa, pelo teste F. para p = 0,01, com elevados coeficientes de determinação (R2) e correlação (r). Foi observado pela análise de regressão entre a área foliar medida pelo aparelho e a estimada a partir dos parâmetros apresentados anteriormente, estimativa da equação da área foliar e que esse método também apresentou resultados confiáveis ao ser utilizado para estimação da área foliar em plantas forrageiras, que obteve coeficiente de variação inferior a 10%. Também em outras culturas este método foi recomendado.
CONCLUSÃO:
A área foliar da braúna pode ser estimada com boa exatidão e excelente precisão a partir das dimensões de seus folíolos.
Palavras-chave: Área Foliar, Estimativa, Dimensões lineares.