62ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 3. Educação Ambiental
PRÁTICAS CURRICULARES E USO DE NOVAS TECNOLOGIAS EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL: PERSPECTIVAS DE UMA VISÃO CRÍTICA
Elisângela Rosa de Melo 1
Lucinalva Andrade Ataíde de Almeida 1
1. Universidade Federal de Pernambuco / CAA
INTRODUÇÃO:

No campo educacional, nas últimas décadas do final do século passado, o termo mudança ganha força nos vários cenários sociais com o acentuar de novas políticas educacionais. Os anos de 1990 traçam um cenário de políticas públicas em que a globalização (GIDDENS, 2002), numa dimensão econômica, marca tensões em torno das políticas e práticas curriculares à medida que a educação está inserida com as relações mercadológicas, tomando como base a configuração da competitividade, de novas tecnologias e de reformas curriculares,  o que levou a eclodir novas definições nas políticas educacionais e a necessidade de um novo olhar para as definições das políticas curriculares. Com isso fez-se necessário que os espaços  tivessem que enfrentar desafios, a exemplo da autonomia curricular e profissional, bem como discutir acerca do uso das novas tecnologias e suas implicações na atualidade. Aqui, tomamos a competência na Educação Ambiental enquanto prática argumentativa, de interação, onde o sujeito desenvolve a apropriação do conhecimento não apenas na repetição, uma vez que, a competência ultrapassa repetições de conteúdos, tendo em vista a constituição da competência advinda do ato de estudar, entendido como prática  reflexiva, onde o sujeito cria e recria (FREIRE, 1982) o conhecimento.

 

 

METODOLOGIA:

Para tanto, o trabalho em questão provém de ações realizadas ao longo da vigência do projeto: "Avaliação de barreiras sanitárias para melhoria da qualidade da água armazenada em cisternas no semi-árido pernambucano" e toma como caminho teórico-metodológico a análise qualitativa, haja vista que trabalhamos no sentido de compreender as práticas curriculares para Educação Ambiental como instrumento de transferência tecnológica. Nessa perspectiva, utilizamos como procedimentos metodológicos visitas quinzenais às famílias contempladas pelo projeto, além de encontros coletivos mensais onde estava envolvida a escola e a comunidade (sujeitos de nossa pesquisa) em atividades tais como: oficinas, fantoches, exibição de filmes, encenações teatrais, palestras com profissionais da área de saúde e meio ambiente, atividades com textos e imagens, além das discussões levantadas pela própria comunidade acerca das suas necessidades e seus respectivos avanços e retrocessos referentes à proposta que estava sendo implantada. Equipamentos do tipo multimídia influenciaram significativamente a efetivação das nossas atividades, por se configurarem como "novidades" nas comunidades rurais onde o trabalho foi desenvolvido.

RESULTADOS:

Entendemos, portanto, que a as práticas curriculares em torno da Educação Ambiental comprometida com o social se constroem processualmente, partindo de uma análise reflexiva da realidade em questão, seguida uma ação interventiva associada a uma avaliação constante do nível de contribuição que se pretende oferecer. Partindo do pressuposto de que cabe à Educação Ambiental "o importante papel de fomentar a percepção da necessária integração do ser humano com o meio ambiente" (GUIMARÃES, 1995, p.15), em consonância com a ação realizada, apontamos como resultados, significativas mudanças referentes ao trato que a população passou a dar a água, bem como a percepção que a comunidade agora mostra apresentar com relação à relevância das cisternas e sua implicação na qualidade de vida da mesma.

CONCLUSÃO:

É com vistas a tal contexto, que trabalhamos a Educação Ambiental na perspectiva de campo de conhecimento que se configura como possibilidade de mobilização social, que perpassa por uma efetivação consciente à medida que gera significados que emergem de uma realidade concreta e intrínseca aos sujeitos que dela são parte. Entendemos, portanto, que o trabalho com Educação ambiental atualmente, requer a disposição constante de socialização das disposições curriculares de modo concreto, por meio de intervenções práticas que sejam capazes de implicar transformações imediatas, ao invés de permanecer apenas no discurso teórico. A situação ambiental, em escala planetária, exige ressignificações urgentes. Apresentando-se como desafio atentar para a possibilidade de uma formação que contemplasse consciência ambiental articulada à visão crítica que trás como foco a percepção de que o homem é parte constituinte do meio e assim sendo, contribuir com a sustentabilidade do ambiente em que vive, é prezar pela perpetuação de sua própria espécie.

Instituição de Fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq
Palavras-chave: Práticas curriculares, Transferência tecnológica, Criticidade.