62ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 7. Enfermagem
AS ATRIBUIÇÕES DO ENFERMEIRO NUMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA: ALGUMAS REFLEXÕES
João Mário Pessoa Júnior 1
Raimunda Maria de Melo 1
Francisco Arnoldo Nunes de Miranda 1
1. Departamento de Enfermagem, Programa de Pós-Graduação em Enfermagem - UFRN
INTRODUÇÃO:
A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) caracteriza-se como um ambiente hospitalar de alta complexidade, reservado ao usuário grave, necessitado de cuidados intensivos, com o uso de equipamentos, procedimentos e tecnologias que visam à reabilitação de sua saúde. O trabalho em UTI requer um número considerável de recursos humanos, que juntos constituem uma equipe multiprofissional e interdisciplinar, composta por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas, dentre outros. Tais profissionais por exigência dos processos de trabalho devem buscar novos conhecimentos decorrentes dos avanços da ciência, tecnologia e inovação com vista a uma melhor condução terapêutica. Nesse contexto, a cuidado em terapia intensiva exige profissionais comprometidos com suas práticas e saberes frente à dinâmica do setor. O presente estudo objetivou identificar e refletir sobre as atribuições do profissional enfermeiro que atuam em unidade de terapia intensiva. No geral, o estudo não pretende esgotar a discussão sobre a temática, contudo, espera contribuir para suscitar discussões não só no espaço acadêmico, mas nos próprios serviços de saúde, a partir de reflexões sobre o trabalho do enfermeiro em UTI.
METODOLOGIA:
O estudo se configurou na perspectiva qualitativa, de natureza descritiva, tendo como cenário a UTI geral do Hospital Regional Tarcísio de Vasconcelos Maia (HRTVM), localizado no município de Mossoró/RN. Adotou-se entrevistas semi-estruturadas como técnica de coleta de dados aplicadas a quatro enfermeiros lotados neste setor de alta complexidade. Como ponto de partida na realização das entrevistas todos os sujeitos assinaram do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os dados coletados foram submetidos ao método de análise de conteúdo.
RESULTADOS:
Ao serem questionados sobre como visualizavam o trabalho do enfermeiro na UTI, os sujeitos foram bastante enfáticos ao mencionarem sua relevância para o funcionamento da unidade, destacando também a sobrecarga de atividades por parte desses profissionais, em especial as de caráter administrativo e gerencial do setor. Já no que se refere ao trabalho em equipe, a maioria afirma que existe, embora seja mais perceptível entre os profissionais de enfermagem. As atribuições do enfermeiro na UTI estão relacionadas aos processos de trabalho de enfermagem, com destaque para o gerenciamento do setor. Além disso, o cuidado direto ao usuário foi visto como processo importante. Contudo, percebe-se que as atribuições do enfermeiro numa UTI são bastante diversificas, e estão intrinsecamente relacionados seus processos de trabalho, a saber: assistir/intervir, ensinar/aprender, gerenciar e pesquisar.
CONCLUSÃO:
Assim, evidencia-se que os enfermeiros numa UTI vêm se sobrecarregando com atividades burocráticas que demandam grande parte de seu tempo. Não se deve negar a importância de tais ações, porém, com isso, tem se deixando de lado o cuidado sistematizado ao usuário. Dessa forma, é primordial que se estabeleça uma consciência profissional quanto ao seu objeto de trabalho, vislumbrando-se a promoção da saúde/vida dos usuários. Mesmo em meio a equipamentos, rotinas e toda complexidade que envolve o ambiente de UTI, faz-se necessário perceber, ouvir e interagir com os usuários, independente de seu estado de consciência.
Palavras-chave: Unidade de Terapia Intensiva, enfermeiro, atribuições.