O aumento significativo de pessoas contaminadas pelo HIV mostra a necessidade dos profissionais que atuam na saúde ocupacional das instituições desenvolverem um trabalho educacional sistemático e contínuo abordando as medidas de prevenção do HIV/Aids. Diante disso, a equipe de saúde ocupacional do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional de uma distribuidora de energia elétrica do Ceará desenvolve na empresa ações de educação em saúde com a finalidade de prevenir e controlar as doenças, inclusive as doenças sexualmente transmissíveis. Daí este estudo tem como objetivos: averiguar a participação dos funcionários em ações educativas sobre a HIV/Aids no ano de 2006 a 2009 e identificar o uso de preservativos pelas mulheres na relação sexual.

Trata-se de um estudo descritivo, de natureza quantitativa, desenvolvido no período de 2006 a 2009. O estudo foi desenvolvido em duas etapas. A primeira etapa estava relacionada ao primeiro objetivo, na qual a população alvo foi constituída por 1224 funcionários que obedeceram aos critérios de inclusão: faixa etária de 18 a 50 anos; concordar em participar das ações educativas e das oficinas sobre HIV/Aids realizadas pela equipe de saúde ocupacional. Para a coleta de dados foram realizadas ações educativas de sensibilização da prevenção do HIV/Aids e oficinas com práticas de utilização de preservativos. A segunda etapa correspondia ao segundo objetivo, da qual participaram 227 mulheres, cuja coleta de dados ocorreu por meio de um questionário contendo perguntas fechadas acerca do uso de preservativos nas relações sexuais. A análise ocorreu com a tabulação dos dados em uma planilha do programa Excel e organizados em tabelas. Os aspectos éticos e legais foram contemplados conforme a Resolução 196/96 do Conselho Nacional da Saúde.

Os resultados quanto a participação dos funcionários nas ações educativas e oficinas de HIV/Aids de 2006 a 2009 foram: em 2006, houve a participação de 833 funcionários; em 2007, a participação foi de 966; em 2008, participaram 1054 e, em 2009, a participação foi de 1139 funcionários. Tais dados, demonstram, a cada ano, um aumento do interesse dos funcionários em participar das oficinas educativas promovidas pelos profissionais da saúde ocupacional. Com relação ao uso de preservativos pelas mulheres nas relações sexuais constatou-se: 39% das mulheres responderam que usavam preservativos; 40% relataram que não usavam e 21% responderam que usavam às vezes.

Pode-se concluir com esse estudo que a utilização de estratégias educativas desenvolvidas pela equipe da saúde ocupacional nessa distribuidora de energia elétrica do Ceará foram adequadas e sensibilizaram os funcionários, pois a cada ano, a participação dos mesmos ficou mais expressiva. No entanto, verificou-se a necessidade de intensificar ações de educação em saúde, acerca do uso de preservativos, visto que ainda existem grupos vulneráveis na empresa, especialmente as mulheres, as quais muitas vezes não usam preservativos com seus parceiros, favorecendo o aumento da Aids.