62ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 10. Microbiologia - 3. Microbiologia
SUSCETIBILIDADE DE ESPÉCIES DE Candida E Cryptococcus FRENTE ÀS DIFERENTES FORMULAÇÕES DE ANFOTERICINA B
Tatiane Benaducci 1
Leonardo Medeiros de Quadros Barbosa 2
Walteçá Louis Lima da Silveira 3
Ana Marisa Fusco Almeida 4
Eryvaldo Sócrates Tabosa do Egito 5
Maria José Mendes Giannini 4
1. Prog. de Pós-grad. em Biociências e Biotecnologia Aplicadas à Farmácia - UNESP
2. Programa de Pós-graduação em Ciências Farmacêuticas - UFRN
3. Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde - UFRN
4. Profa. Dra./Orientadora - Departamento de Análises Clínicas - UNESP
5. Prof. Dr./Orientador - Departamento de Farmácia - UFRN
INTRODUÇÃO:
As infecções fúngicas causam morbidade e mortalidade em pacientes imunocomprometidos e são favorecidas por fatores ligados a procedimentos terapêuticos, como o uso indiscriminado de antibióticos, esteróides, terapia imunossupressora, nutrição parenteral, AIDS, entre outros. Assim, destacam-se os gêneros Candida e Cryptococcus como principais agentes infecciosos. A candidemia é causada pela Candida albicans e por espécies não-albicans e os perfis de sensibilidade aos agentes antifúngicos dessas espécies são diferentes. A criptococose tem como principal agente etiológico o Cryptococcus neoformans, o patógeno fúngico mais comumente encontrado em infecções do sistema nervoso central. A anfotericina B (AmB) é um antibiótico obtido a partir de culturas de Streptomyces nodosus, e constitui o fármaco de escolha para o tratamento da maioria das infecções fúngicas sistêmicas em pacientes imunocomprometidos. Em virtude da elevada incidência de reações adversas, principalmente febre ou hipotermia e nefrotoxicidade, o uso clínico da AmB é frequentemente limitado. Este estudo visa minimizar dosagens posológicas, porém freqüentemente tóxicas, com o desenvolvimento de nova formulação contendo AmB em concentrações adequadamente reduzidas, através de incorporações em sistemas microemulsionados.
METODOLOGIA:
Em ambiente asséptico, cepas ATCC de Candida albicans, Candida parapsilosis, Candida kruseii e Cryptococcus neoformans foram inoculadas em placas de 96 poços, variando a concentração de diferentes formulações de AmB (Fungizone®, AmB padrão Sigma e Microemulsão de AmB, previamente preparada na concentração de 3,1 µg/mL), de modo a determinar a concentração inibitória mínima (CIM) por meio de técnica de microdiluição, de acordo com os documentos M27A2 e M27S3 do Clinical and Laboratory Standard Institute (CLSI), com adaptações. As leituras visuais e espectrofotométricas foram feitas após 24 horas para as cepas de Candida sp e 48 horas para C. neoformans.
RESULTADOS:
As CIMs de AmB microemulsionada (AmB-ME) foram 0,0039µg/mL contra Candida albicans e 0,0078µg/mL contra C. kruseii, C. parapsilosis e C. neoformans. No entanto, as CIMs para Fungizone® foram 0,0312 µg/mL, 0,125 µg/mL, 0,0156 µg/mL e 0,0625 µg/mL contra C. albicans, C. kruseii, C. parapsilosis e C. neoformans, respectivamente. Pode-se observar, portanto, que as CIMs da AmB-ME foram menores que as CIMs da Fungizone®,2 vezes para C. parapsilosis, 8 vezes para C. albicans e C. neoformans e 16 vezes para C. kruseii. Testes foram realizados com a microemulsão sem AmB incorporada e foi constatado que essa não interfere no crescimento dos fungos mencionados acima. Como controle foi utilizado AmB padrão Sigma e os resultados foram comparados segundo o CLSI. Foi verificado que as CIMs estavam dentro da faixa de concentração permitida em todos os fungos testados.
CONCLUSÃO:
De acordo com os dados obtidos, o potencial antifúngico da AmB-ME é promissor no combate dessas leveduras oportunistas, uma vez que é possível reduzir a posologia necessária para o tratamento, podendo-se, assim, diminuir as reações adversas causadas pela AmB.
Instituição de Fomento: CAPES - Edital PROCAD NF 08/2008; CNPq
Palavras-chave: Anfotericina B , Atividade antifúngica, Microemulsão.