O trabalho tem como foco e diretriz entender o alinhamento da atuação legislativa e suas relações com grupos pentecostais no município de Campos dos Goytacazes - RJ. De acordo com dados do Censo 2000 do IBGE - o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Campos possui uma população de 406.279 habitantes. Dados do TRE-RJ (Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro) sobre o pleito de 2008 em Campos apontam que dos 17 parlamentares eleitos, pelo menos 3 seriam ligados diretamente a igrejas evangélicas. Dentre estes, observa-se agendas de campanhas eleitorais em proximidade com grupos evangélicos.

A bibliografia tem indicado o apoio que alguns candidatos buscam nas igrejas em contextos de eleições municipais. Machado (2006:13) analisa a importância da dimensão religiosa nos processos eleitorais de 2000 e 2002 no município do Rio de Janeiro, o qual ocupa o quarto lugar em população evangélica.

Interessa-nos conhecer a permeabilidade de questões religiosas sobre a atuação de parlamentares do legislativo de Campos dos Goytacazes, dado a forte presença de igrejas dessa vertente religiosa na cidade. Busca-se analisar algumas questões presentes no campo religioso e político e as interseções entre eles.

Levantamento Bibliográfico sobre pentecostalismo e política.
Levantamento de informações dos vereadores eleitos em 2008 em Campos dos Goytacazes no TRE.
Elaboração do roteiro de entrevistas a ser realizadas com vereadores e beneficiados de projetos de lei.
Levantamento dos projetos de lei na Câmara dos vereadores.
Realização de entrevistas.

Em primeiro lugar temos que levar em conta a problemática da classificação de evangélico, dada a diversidade que o termo agrega como indica o levantamento sobre o tema Religião e Política. Assim sendo, temos como resultados gerais um conjunto de debates obtidos a partir de pesquisas e de idas freqüentes a Câmara Municipal de Campos em que geramos entrevistas com parlamentares ligados a igrejas erigidas de grupos pentecostais da cidade. Foi identificado que pelo menos três vereadores pertencentes a partidos que na arena eleitoral procuram se alinhar com grupos pentecostais, mesmo sem acionar sua filiação religiosa durante a campanha, como PRB (criado pela Igreja Universal do Reino de Deus) que tem a frente um ex-bispo, PR, PSC e PTB (que costuma abrigar lideranças da Assembléia de Deus), além de um fato muito importante e a ser melhor explorado, da própria prefeita ser de uma igreja evangélica. Percebemos, portanto certo ajustamento ou entrecruzamento de agendas ditas religiosas com pautas políticas.

Nas últimas décadas a sociedade brasileira se deparou com o avanço de segmentos evangélicos em relação ao envolvimento e à prática política. Se antes os grupos evangélicos, sobretudo pentecostais eram apartados da atividade política convencional, hoje eles ocupam um lugar de destaque na arena eleitoral. A bibliografia tem indicado o apoio que alguns candidatos buscam nas igrejas em contextos de eleições municipais. Machado (2006:13) analisa a importância da dimensão religiosa nos processos eleitorais de 2000 e 2002 no município do Rio de Janeiro, o qual ocupa o quarto lugar em população evangélica.

No município de Campos dos Goytacazes podemos observar pelos dados fornecidos nas falas, discursos, entrevistas com três parlamentares na atual legislatura de Campos - com foco em um do PRB (vereador Vieira Reis que foi bispo da IURD de Campos, hoje afastado em virtude do cargo que ocupa, mas ainda congregado a igreja) - e conforme leituras de projetos de leis e indicações dos respectivos vereadores certo nexo ou alinhamento entre agendas mobilizadas por certas igrejas e pautas políticas objetivas.