62ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 5. Medicina Veterinária - 6. Medicina Veterinária
CARACTERIZAÇÃO DA FORMA DE ALIMENTAÇÃO DOS EQUIDEOS UTILIZADOS POR CARROCEIROS NA CIDADE DE IMPERATRIZ-MA.
Fernando Loiola Nunes 1
Marcone Helmer da Silva 1
Thalis Moreira Borges 1
Reylan Delano Rocha Alencar 1
Leonardo Cerqueira Silva 1
Lorrana Cortez da Silva 1
1. departamento de agrárias, Medicina Veterinária,Universidade Estadual do Maranhão
INTRODUÇÃO:

Os cavalos de tração são submetidos a longas jornadas de trabalho e são exigidos acima de seus limites naturais, por vezes com alimentação e hidratação ineficiente. Os inadequados manejos aos quais tais animais são submetidos geram como conseqüência uma queda na sanidade tornando-os predisponentes a diversos tipos de enfermidades.

Em Imperatriz-Ma a atividade de Carroceiro é bastante difundida, sendo a principal fonte de renda para cerca de 680 famílias, segundo dados da Associação dos Carroceiros de Imperatriz (ACI).

Os carroceiros reconhecem a necessidade de uma melhor alimentação para seus animais, porém a compreensão do que seja alimentação (capim feno) e suplementação (ração) não é clara para eles, o que resulta em uma alimentação desbalanceada e/ou com produtos inadequados. (REICHMANN, 2003; SILVA-FILHO et al., 2004).

Como se sabe, os eqüídeos se sustentam sobre os cascos, os quais são expostos ao solo e à ação mecânica de vários agentes e são uma área bastante sensível, desse modo um bom ferrageamento é essencial para a qualidade de vida destes animais (D'AVILA, 2003).

Com a devida pesquisa, o objetivo do presente trabalho é avaliar a nutrição, o estado sanitário dos cavalos de tração bem como o perfil socioeconômico dos carroceiros no município de Imperatriz - ma.

METODOLOGIA:

O trabalho foi realizado na cidade de Imperatriz - MA. Foi utilizada a pesquisa exploratória a campo que objetivou o levantamento de dados através de um questionário estruturado com perguntas mistas, que buscou dados qualitativos e quantitativos sobre o perfil socioeconômico dos carroceiros, além da nutrição e o manejo sanitário dos animais. A pesquisa foi realizada no período de março a junho de 2009. Utilizou-se a entrevista semi-estruturada para interrogação com 152 carroceiros, em diversos pontos da cidade, onde é oferecido à população local o serviço dos mesmos.

O município de Imperatriz - MA, localiza-se na porção Sudoeste do Estado do Maranhão, na Latitude -05º 31' 35'', Longitude 47º 29' 30'', 116m acima do nível do mar, área de 1538,1 km², com Clima tropical quente e seco no verão e úmido no inverno. Segundo dados da Associação dos Carroceiros de Imperatriz (ACI), a cidade possui 680 cavalos de tração. Os carroceiros se localizam em diversos bairros da cidade como: Mercadinho, Vila Nova, Santa Rita, Nova Imperatriz, etc. Sendo que os mesmos só trabalham diurnamente.

RESULTADOS:

Com relação à alimentação, a quantidade e a qualidade apenas 06 animais (3,95%) eram alimentados apenas com capim, e os outros 146 animais (96,05%) alem do capim, se alimentavam de milho e alguns outros alimentos (farelo de trigo, casca de arroz, dentre outros). No tocante à quantidade de milho fornecido para o animal ao dia, 86 carroceiros (58,90%) forneciam de 1 a 2 kg de milho ao dia, 46 (31,60%) forneciam de 2,5 a 3 kg dia, e 14 (9,50%) forneciam mais de 3 kg ao dia. O milho é um grão altamente energético, palatável e constitui uma opção freqüente na alimentação eqüina, devendo ter qualidade e ser fornecido sem excessos. (Lewis, 2000).

Com relação ao fornecimento de água aos animais 26 (17,10%) consomem menos de dez litros por dia, 94 (61,84%) consomem de 10 a 20 litros e 32 (21,06%) consomem mais de 20 litros de água por dia. Segundo Andrigueto (1983, p. 310) "o consumo de água pode variar de 25 a 60 litros/dia."

Com relação a suplementação mineral 72 carroceiros (47,36%) forneciam sal mineral, 70 (46,05%) não forneciam nenhum tipo de suplemento e 10 (6,59%) dos carroceiros forneciam cloreto de sódio (sal de cozinha) esporadicamente. O sal é essencial para os eqüinos e sem esse nutriente os cavalos podem desenvolver hipertermia, fadiga e exaustão (MEYER, 1995).

CONCLUSÃO:

Como visto a situação socioeconômica dos proprietários de animais de tração da cidade de Imperatriz-Ma se torna o principal empecilho para a melhoria do bem estar destes animais. O baixo nível escolar dificulta o acesso a técnicas de nutrição e manejo, que são passadas, em sua maioria, de pai para filho ou através do senso comum. O alto grau de exigência física e stress aos quais os animais são submetidos, bem como a ineficiência da dieta hídrica e alimentar fornecida, sendo facilmente visíveis à desidratação e desnutrição, através do escore de condição corporal destes animais. Este quadro leva a uma queda da imunidade dos animais muitas vezes impossibilitando-os ao trabalho, gerando perdas a seus proprietários. Identifica-se, portanto a necessidade de se traçar medidas públicas no sentido de auxiliar estes profissionais quanto ao manejo nutricional possibilitando assim um melhor aproveitamento econômico para os carroceiros e promovendo o bem estar dos animais.

Instituição de Fomento: Fundação de Amparo a Pesquisa do Maranhão - Fapema
Palavras-chave: equideos de tração, carroceiros, alimentação de eqüídeos.