62ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 4. Geografia - 3. Geografia
ANÁLISE DO BALANÇO HÍDRICO CLIMATOLÓGICO DO MUNICÍPIO DE IPANGUAÇU/RN
Ana Mônica de Britto Costa 1
Erineide da Costa e Silva 1
Vera Lucia Silva 1
Ana Carlota de Britto Costa 2
Fernando Moreira da Silva 3
1. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte
2. Arquiteta e Urbanis
3. Professor do Departamento de Geografia da UFRN
INTRODUÇÃO:
O município de Ipanguaçu situa-se na microrregião do vale do Açú no estado do Rio Grande do Norte, tem uma área de 367,6Km2, e uma população de 13.441 habitantes. Região de clima semi-árido com precipitação média anual de 550 mm e temperatura média anual de 26,2ºC. Sua vegetação é de caatinga estando inserida em um vale com economia voltada para a produção de fruticultura e pecuária. Um fator limitante da agropecuária nessa região é a variação espaço - temporal das precipitações pluviométricas, tornando de extrema relevância estudos da disponibilidade hídrica no município, para se obter informações importantes para agropecuária e para o planejamento de consumo de água nas comunidades, entre outros. Considerando à importância de conhecer o comportamento do balanço hidrológico em uma região, o objetivo desta pesquisa é investigar a dinâmica do Balanço Hídrico Climatológico na cidade de Ipanguaçu/RN no intuito de contribuir para com o estabelecimento de práticas de manejo visando o melhor uso das reservas de água no solo.
METODOLOGIA:
Os dados climatológicos da série histórica analisados na pesquisa foram obtidos da SUDENE, constituindo de uma série com 22 anos (1963 a 1885). O balanço hídrico climatológico foi realizado pelo método de Thornthwaite(1948) & Mather (1955). Esse é um dos métodos mais utilizado de se monitorar a variação do armazenamento de água no solo ao longo do ano. Através da contabilização do suprimento natural de água ao solo, pela chuva (P) e da demanda atmosférica pela evapotranspiração potencial (ETP), e com um nível máximo de armazenamento ou capacidade de água disponível (CAD) apropriada ao estudo em questão. O balanço hídrico fornece estimativas da evapotranspiração de referência (ETO), da deficiência hídrica (DEF), do excedente hídrico (EXC) e do armazenamento de água no solo (ARM), podendo ser elaborado desde a escala diária até a mensal.
RESULTADOS:
Os resultados das análises do balanço hídrico no município de Ipanguaçu/RN demonstram que a estação chuvosa começa em fevereiro, quando as precipitações alcançando o valor médio de 103,1mm, contudo o déficit de 72,4mm de água no solo, ao final da estação seca, no mês de janeiro, faz com que o mês de fevereiro caracterize-se ainda pela reposição de água no solo. Em março, quando ocorre um aumento na precipitação (153,3mm) excedendo a evapotranspiração potencial (131,7mm), se inicia o período de excesso de água no solo que se estenderá até abril. Contudo, o ganho de água é muito pequeno, concentrando-se nos meses de março e abril, quando o armazenamento atinge 21,6mm e 48,6mm respectivamente, não ocasionando excedente superficial. A partir de maio as precipitações (76,2mm) decrescem bruscamente e o balanço hídrico torna-se negativo. Inicia-se novamente a retirada de água do solo, totalizando um déficit anual de 964,2mm.
CONCLUSÃO:

O balanço hídrico climático mostra que apenas nos meses de março e abril há um excedente hídrico, mesmo as chuvas se concentrando nos meses de fevereiro a maio. Há um déficit hídrico nos meses de janeiro a julho, indicando uma maior necessidade de irrigação em culturas e favorabilidade de incêndios na vegetação de caatinga.

Instituição de Fomento: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do RN
Palavras-chave: Balanço Hídrico, Thornthwaite, Ipanguaçu/RN.