62ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 14. Zoologia - 5. Zoologia Aplicada
ATIVIDADE DE CAÇA TRADICIONAL NA MICRORREGIÃO DE CAJAZEIRAS, NO ALTO SERTÃO PARAIBANO.
Francisca Amanda Abreu Martins 1
Marcia Medeiros dos Santos 1
Francisco Demóstenes Abrantes Viana 1
Angleib Justino Figueiredo de Freitas 1
Ana Carolina Brito Vieira 2
1. Unidade Acadêmica de Ciências Exatas e da Natureza/ CFP/UFCG
2. Profª. Msc. orientadora Unidade Acad. de Ciências Exatas e da Natureza/ CFP/UFCG
INTRODUÇÃO:
Diante da busca persistente pela conservação do meio ambiente, a caça indiscriminada de animais constitui-se um agravante para a fauna. A prática da caça nas áreas rurais é considerada um costume difundido e tradicional na cultura do nordestino. No sertão, essa prática é transmitida ao longo das gerações, de pai para filho e se antes essa prática visava uma forma de complementar a alimentação, hoje essa não é mais a finalidade, pois ela se caracteriza atualmente apenas como uma prática de esporte. O objetivo do trabalho foi coletar informações da caça e seus aspectos na microrregião de Cajazeiras, alto sertão paraibano e analisar a percepção dos caçadores a respeito da biologia desses animais.
METODOLOGIA:
A metodologia empregada para a realização da pesquisa consistiu em entrevistas, utilizando um questionário para a obtenção de dados sobre a forma adotada pelos entrevistados para capturar as espécies. Entre os pontos abordados no questionamento foram citados as ferramentas de captura e a frequência na qual ocorria essa prática. A respeito da biologia dos animais se questionou aspectos tais como reprodução, hábitos de alimentação. Os caçadores também forneceram informações sobre aspectos qualitativos referentes à quantidade de indivíduos no ambiente. Os resultados obtidos foram analisados pelos entrevistadores e posteriormente organizados em planilha de dados.
RESULTADOS:
As espécies mais citadas pelos caçadores foram arribançã (Zenaida auriculata Des Murs, 1847) e o tatu peba (Euphractus sexcinctus Linnaeus, 1758). A forma de captura mais empregada é armadilha estilo arapuca e para as aves e o uso de cachorros e escavação para a caça dos mamíferos e do teju (Tupinambis teguixin, Linnaeus, 1758); também vale ressaltar o uso de armas de fogo para caça de algumas aves e na caça do preá (Cavia aperea Erxleben, 1777). Os entrevistados quando foram questionados no tocante a disponibilidade desses animais, responderam que as espécimes estão diminuindo gradativamente, e apontam como uma das causas a prática da caça; também afirmaram que não costumam capturar as espécies na época de reprodução, já que esse fato torna a situação mais agravante e que eles são conscientes que o ato de caçar se institui uma prática ilegal.
CONCLUSÃO:
No processo de avaliação dos questionários estudados, observa-se que a caça indiscriminada de espécies no sertão Paraibano não tem atualmente a finalidade de subsidiar a alimentação e sim de praticá-la como uma modalidade esportiva. As perturbações antrópicas ocasionam não só pressão sobre a fauna e todos os organismos a ela relacionados, como também provocam outras modificações no meio ambiente, tais como a erosão do solo e a derrubada da mata provocada pela escavação de armadilhas. Portanto a caça indiscriminada se caracteriza como uma ação desnecessária e prejudicial, já que ocasiona desequilíbrio ecológico.
Palavras-chave: Caça, Sertão paraibano, Modalidade esportiva.