62ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 2. Ciência da Computação - 4. Engenharia de Software
MODELAGEM DE SISTEMAS INDUSTRIAIS MODERNOS PELO PARADIGMA DOS AGENTES: UM ESTUDO COMPARATIVO DAS METODOLOGIAS MASE, PASSI E PROMETHEUS.
Luiz Carlos Aires de Macedo 1
Pedro Fernandes Ribeiro Neto 1
Francisco Milton Mendes Neto 2
Gracon Hutembeg Eliatan Leite de Lima 1
Maria Jocileide de Medeiros Marinho 1
1. Universidade do Estado do Rio Grande do Norte
2. Universidade Federal do Semi-Arido
INTRODUÇÃO:
Os sistemas industriais são sistemas de informação envolvendo uma série de atividades correlacionadas à manufatura, tais como: seleção de materiais, planejamento, produção garantia de qualidade, administração e comercialização de produtos. À medida que os sistemas indústrias se tornam maiores e mais complexos, a tarefa de modelar tais sistemas utilizando-se métodos e técnicas convencionais, tais como: métodos formais, métodos estruturados e métodos orientados a objetos, podem tornar confuso entendimento destes sistemas. O paradigma de desenvolvimento de software baseado em agentes se desponta como uma solução promissora para o desenvolvimento de sistemas industriais modernos. Várias metodologias orientadas a agentes foram propostas nos últimos anos, dentre elas temos a Mase, Passi, e a Prometheus, ambas com características e modelos distintos e exemplos de aplicações no domínio industrial, o que dificulta a escolha de uma dessas abordagens metodológicas para serem aplicadas na modelagem de problemas em um domínio específico. O presente trabalho tem como objetivo avaliar as três metodologias de desenvolvimento de sistemas multiagente apontadas neste trabalho, comparando-as e avaliando sua eficácia na representação de uma solução no domínio industrial.
METODOLOGIA:
O Método empregado neste trabalho foi um estudo comparativo entre as metodologias MASE, PASSI e PROMETHEUS, na qual foram usadas na modelagem da solução de um sistema industrial, sendo seguidas todas as fases propostas por cada uma delas, extraindo os artefatos resultantes de cada fase. Posteriormente, foi realizada a análise dos artefatos gerados por cada metodologia e comparadas, com o objetivo de extrair os diferenciais de cada metodologia. Para chegarmos as conclusões finais, foi realizada a comparação das metodologias com as visões dos diferentes aspectos da construção de um sistema propostos na UML (Unified Modeling Language), e os artefatos gerados pelas metodologias foram comparados com a implementação do sistema, para que dessa forma, avaliássemos a eficiência dos modelos propostos frente a implantação real do sistema.
RESULTADOS:
Todas as três metodologias estudadas contemplam com sucesso a transformação das especificações de um sistema em uma solução baseada em agentes. Porém, a metodologia PASSI, que é baseada na UML, é a única a contemplar todas as visões propostas na UML (visão de caso de uso, visão de processo, visão de projeto, visão de implementação e visão de implantação). Em um comparativo entre as metodologias, podemos observar estratégias semelhantes adotadas pelas três metodologias estudadas ao definirem os agentes como uma entidade computacional cumpridora de tarefas. Porém, Estratégias diferentes são utilizadas pelas metodologias para a representação da arquitetura do agente, da sociedade, do modelo de sociedade, modelo de comportamento e ambiente do sistema. Destacamos alguns métodos e modelos de cada uma das metodologias estudadas como a MASE e seu processo para a descrição de papéis e seu modelo de papéis, a PROMETHEUS e com seu modelo de visão do sistema, a PASSI e sua modelagem das interações entre os agentes e tarefas no modelo de descrição do comportamento dos agentes. Todos esses diagramas apresentam visões importantes do sistema a ser desenvolvido de forma bastante detalhada.
CONCLUSÃO:
Apesar de termos modelado um mesmo estudo de caso em três metodologias diferentes, observando modelos diferentes de uma mesma visão do sistema, nenhuma das metodologias contemplou todos os detalhes do desenvolvimento do sistema, pois detalhes importantes e essenciais para o sucesso da aplicação foram omitidos, tais como os subsistemas de automação e o banco de dados da aplicação. Os subsistemas de automação da solução foram encapsulados como agentes na fase de modelagem, omitindo detalhes importantes sobre a solução de hardware e software desse subsistema. Quanto ao modelo de dados, nenhuma das metodologias detalhou a solução para o armazenamento de dados do sistema. Tais características encontradas em nosso estudo de caso que não foram abordadas pelas metodologias de agentes estudadas neste trabalho e que são determinantes ao sucesso de um sistema industrial, apontam para o fato de que nenhuma dessas metodologias estudadas contempla todas as fases necessárias a um bom projeto de sistema industrial, de forma que para sanar tais deficiências, as metodologias devem ser adaptadas com novos diagramas e etapas que contemplem tais deficiências apontadas neste trabalho.
Palavras-chave: Sistemas industriais, Metodologia de sistemas multiagente, Agentes de software.