O mercado de flores vem crescendo e ajudando a economia exponencialmente. O que antes era visto como beleza, hoje traduz um conjunto de sinônimos como: negócio rentável e altamente competitivo, mercado com grandes perspectivas, impulsionador da economia, dentre outros.  O Nordeste do país pode ser considerado uma região privilegiada para a produção de flores tropicais e plantas ornamentais, pois é grande a disponibilidade de recursos naturais favoráveis como clima, solo e recursos hídricos. As condições de cultivo do gênero Etlingera, relacionadas aos fatores de precipitação, umidade e temperatura, favorecem a ocorrência de problemas fitossanitários. Destacam-se as doenças causadas por fungos e nematóides, sendo a antracnose (Colletotrichum gloeosporioides) em Etlingera elatior, que incide nas brotações jovens, ápices, folhas e ramos jovens e causa redução na produtividade e qualidade das flores, a responsável pelo aumento do custo de produção e limite do cultivo de espécies de maior valor comercial.  Para atender a demanda dos produtores e promover o desenvolvimento sustentável dessa cadeia produtiva, este trabalho teve por objetivo avaliar o efeito de fungicidas, óleos essenciais e Ecolife^® sobre o crescimento micelial de Colletotrichum gloeosporioides.

Os experimentos foram conduzidos no laboratório de Fitopatologia, no Centro de Ciências Agrárias (CECA), da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), em Rio Largo. Inicialmente foi realizado um teste de patogenicidade com o isolado de C. gloeosporioides em inflorescências de bastão do imperador através das técnica de deposição de disco de inóculo. A inibição do crescimento micelial de C. gloeosporioides foi avaliado em placas de Petri contendo o meio BDA suplementado com os seguintes produtos químicos e óleos essenciais: ASM (20g e 60g i.a.); BABA (15g e 30g i.a); ASM (20g) + mancozeb (240g i.a.); ASM (20g) + oxicloreto de cobre (ll0g i.a); mancozeb (240g); Tiofanato metílico (100g i.a/); Óleo de citronela e eucalipto (1,25 e 2,5), Ecolife^® (0,5 e 1%), quitosana (0,5%) e 0% para todas as testemunhas. Discos do patógeno foram transferidos paras as placas com os produtos e incubados por sete dias em condições naturais (+ 28°C). Para avaliação mediu-se o crescimento micelial do patógeno com o auxilio de uma régua milimetrada. Foram utilizados um delineamento inteiramente casualizado com 16 tratamentos e quatro repetições.

O isolado de Colletotrichum gloeosporioides manifestou patogenicidade nas inflorescências  de bastão do imperador, após cinco dias da inoculação, 100% das hastes apresentaram sintomas de manchas necróticas e depressões com acérvulos subepidérmicos, enquanto as testemunhas permaneceram sadias. Os óleos de citronela e eucalipto citriodora, os fungicidas mancozeb e tiofanato metílico  e o indutor de resistência ASM associado com o fungicida mancozeb e oxicloreto de cobre, em todas as concentrações, inibiram o crescimento micelial "in vitro" em 100%, diferindo significativamente ao nível de 5% de probabilidade em relação à testemunha.O produto comercial a base de biomassa cítrica, ecolife®, na concentração de 1%  inibiu o crescimento em 82,8%, porém não diferiu do indutor ASM 20 que não diferiu de ASM 60 e Ecolife^®, na concentração de 0,5%.