62ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 9. Imunologia - 1. Imunologia Aplicada
EFEITO ANTI-INFLAMATÓRIO TÓPICO DOS ÓLEOS DE SUCUPIRA (Pterodon sp.) e COPAÍBA (Copaifera sp.)
Belise Maria Oliveira Bezerra 1
José Jarbas Feitosa Freire 1
Luana Oliveira Leite 1
Maria Liduína Maia de Oliveira 1
Rodrigo Fonseca de Medeiros Guedes 1
Diana Célia Sousa Nunes Pinheiro 2
1. Depto. de Medicina Veterinária - Faculdade de Veterinária - FAVET/UECE
2. Profa. Dra./Orientadora - Depto. de Medicina Veterinária - FAVET/UECE
INTRODUÇÃO:

Sementes de Sucupira (Pterodon sp.), árvore típica do cerrado brasileiro, fornecem óleo conhecido, popularmente, por curar inflamações e dores. Tronco da Copaíba (Copaifera sp.), árvore encontrada na região amazônica do Brasil, fornece seiva que é constituída por óleo utilizado pela medicina popular por suas propriedades anti-inflamatória e antimicrobiana. Torna-se relevante aprofundar pesquisas com produtos naturais para comprovação de suas atividades farmacológicas. Objetivou-se avaliar os efeitos dos óleos de sucupira e copaíba sobre a inflamação tópica.

METODOLOGIA:

Os óleos fixos foram adquiridos no Mercado Central de Fortaleza/CE. Utilizou-se o modelo do edema de orelha induzido por xileno para avaliar a resposta inflamatória. Para tanto, foram utilizados 30 camundongos Swiss fêmeas (30 g, 3 meses), divididos em 6 grupos (G1-G6) de 5 animais cada, de acordo com os tratamentos: G1 - xileno; G2 - óleo de sucupira (OS); G3 - óleo de copaíba (OC); G4 - xileno + OS; G5 - xileno + OC; G6 - dexametasona (5 mg/kg). Xileno (50 μL), OS (50 μL) e OC (50 μL) foram aplicados, topicamente, na orelha direita, enquanto a esquerda serviu como controle no próprio animal. Droga de referência (dexametasona) foi administrada, oralmente, por três dias consecutivos. Uma hora após aplicação dos tratamentos, os animais foram eutanasiados, sendo realizada remoção de fragmentos de ambas as orelhas com auxílio de um punch (5 mm). Os fragmentos foram pesados (mg) e a diferença de peso entre as orelhas representou o edema. O efeito dos óleos sobre a inflamação foi demonstrado pelo percentual de inibição do edema comparada ao controle positivo. Os resultados foram expressos em média±desvio padrão e analisados por Kruskal-Wallis (p<0,05). O protocolo foi aprovado pelo CEUA/UECE (n° 08352607-2).

RESULTADOS:

Os óleos vegetais inibiram a resposta inflamatória induzida por xileno. O edema de orelha foi inibido por OS em 51,44% (G4= 1,70±0,37) e por OC em 44,50% (G5= 1,90±0,67) em relação ao controle positivo (G1= 3,50±0,20), essa inibição foi significativa (p<0,05). Os óleos por si só não provocaram alterações (G2= 0,10±0,13 e G3=0,20±0,16). Dexametasona provocou inibição de 94,57% (p<0,05), sendo OS e OC menos potentes que a droga de referência (p<0,05). Xileno, substância pertencente ao grupo benzeno, causa inflamação neurogênica pela ativação de receptores, induzindo a liberação de neuropeptídeos, que estimulam a produção de mediadores pró-inflamatórios. OS e OC têm como constituintes principais terpenos, substâncias relatadas por apresentarem atividades cicatrizante, anti-inflamatória, antitumoral e gastroprotetora.

CONCLUSÃO:

Os óleos fixos de sucupira e copaíba apresentaram efeito anti-inflamatório tópico em modelo de inflamação neurogênica, o qual pode ser atribuído à presença de terpenos. Contudo, outros modelos de inflamação deverão ser utilizados para comprovação das propriedades farmacológicas dos óleos, o que proporcionará uso adequado e seguro pela população. O uso de produtos naturais sempre é visto como inofensivo, no entanto, só a comprovação científica é que validará os mesmos, viabilizando fitoterápicos para o mercado, trazendo benefícios para a sociedade em geral.

Instituição de Fomento: Universidade Estadual do Ceará - UECE
Palavras-chave: Óleos vegetais, Terpenos, Anti-infllamatório.