62ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenharia Florestal - 4. Conservação da Natureza
AVALIAÇÃO DE ESPÉCIES FLORESTAIS NO SUDESTE DO PARÁ: ESTUDO DE CASO NO ASSENTAMENTO NOVA ESPERANÇA, MUNICÍPIO DE MARABÁ
Loyanne Lima Feitosa 1
Ana Caroline Neris Nogueira 2
Rosana Quaresma Maneschy 1
1. Depto.de Ciências Agrárias, Faculdade de Agronomia - UFPA
2. Núcleo de Ciências Agrárias e Desenvolvimento Rural - UFPA
INTRODUÇÃO:
Na Amazônia a agricultura familiar desenvolve, em geral, sistemas complexos de produção, combinando várias culturas, criações animais e transformações primárias tanto para consumo da família como para mercado (GUANZIROLI et al, 2001). Para esta categoria o desenvolvimento sustentável tem muito a ver com sustentabilidade na gestão dos recursos florestais (MICHELOTTI, 2006). A questão da possibilidade de permanência da agricultura familiar, portanto, está muito ligada à conservação dos recursos naturais e a prática de atividades econômicas menos degradantes ambientalmente. Inúmeros são os estudiosos que buscam dar conta dessa complexidade e fornecer embasamento teórico para a análise e compreensão dessa relação com vistas a propor soluções que agreguem crescimento econômico sem deterioração dos recursos naturais, o chamado "Desenvolvimento Sustentável". Considerando esse contexto e na proposta do manejo e evitar o aniquilamento das espécies florestais este trabalho objetiva catalogar e avaliar as espécies florestais no estabelecimento da familiar, localizado no Projeto de Assentamento (P.A) Nova Esperança no município de Marabá, estado do Pará.
METODOLOGIA:
Este estudo de caso foi realizado durante o estágio de vivência III realizado em Setembro de 2009, previsto no percurso formativo do curso de Agronomia da Universidade Federal do Pará - UFPA, campus de Marabá. A dupla Família-Estabelecimento estudado foi o da família Dias, localizada no Projeto de Assentamento (PA) Nova Esperança no município de Marabá, estado do Pará. A pesquisa se deu através da observação participativa, usando entrevistas, questionários estruturados através de registros em manuscrito. Na área de floresta primária com aproximadamente 2 hectares foi realizado o inventário florestal, escolheu-se uma parcela de 25 x 50 metros do ponto mais alto ao ponto mais baixo nos igarapés, em uma área de declividade acentuada próximo a uma várzea com vegetação predominante de açaí (Euterpe oleracea mart). Dentro da parcela utilizando a fita métrica foram selecionadas as árvores que apresentavam fuste superior a 20 centímetros, também foi estimada a Circunferência a Altura do Peito (CAP), Altura da copa, distancia da árvore em relação à extremidade direita e esquerda da parcela e através de informações do agricultor identificou-se o nome vulgar das espécies.
RESULTADOS:
Dentro da parcela foram encontradas 23 árvores das espécies, Jutai (Abiurana cramuri), Maracatiara (Peltogyne cf. subsessilis), Pau-d'óleo (Copaifera multijuga), Jatobá (Hymenaea spp), Tatajuba (Bagassa guianensis), Pau Preto (Schinopsis brasiliensis), Bacaba (Enocarpus bacaba) e Seringueira (Hevea brasiliensis). A CAP variou de 70 centímetros a 3.20 metros, na floresta havia grande presença de cipó indício de falta de manejo e aumento populacional de espécies florestais. Em relação à qualidade do fuste somente 5 árvores apresentaram fuste com boa qualidade, 10 árvores apresentaram fuste regular e 8 árvores com fuste de péssima qualidade. Caso o agricultor optasse por vender madeira oriunda do seu fragmento florestal teria poucas árvores com maior valor econômico.
CONCLUSÃO:
De acordo com as informações do inventário florestal foi verificado que, do número total das espécies florestais existentes na área, somente um pequeno número de espécies apresentou volume suficiente para um aproveitamento econômico. Das espécies catalogadas apenas 5 árvores apresentaram fuste com boa qualidade.
Palavras-chave: Espécies florestais, Inventário florestal, Amazônia.