62ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 5. Agronomia
OSMORREGULADORES em Folhas DE NIM Submetida ao Estresse Hídrico
Cândido Ferreira de Oliveira Neto 2, 1
Nazila Nayara Silva de Oliveira 1
Bruna de Oliveira Soares 1
Allan Klynger da Silva Lobato 1
Jackeline Araújo Mota 1
Roberto Cezar Lobo da Costa 1
1. Universidade Federal Rural da Amazônia/UFRA
2. Orientador
INTRODUÇÃO:

O nim é uma planta de origem asiática, pertencente à família Meliaceae, natural de Burma e das regiões áridas da Índia. O nim (Azadirachta indica A. Juss) também pode ser encontrado com os nomes de neen, margosa, nime, lila índio, ou ainda por Melia azadirachta L., Melia indica (A. Juss.) Brandis e Antelaea azadirachta (L.) Adelb. É usada há séculos na Índia como planta medicinal, planta sombreadora e mais recentemente como inseticida, na produção de madeira e cosmético. Em vários países, incluindo o Brasil, essa árvore tem sido estudada para fornecer produtos alternativos aos agrotóxicos, como extratos de frutos, sementes, ramos e folhas, e para controlar pragas em culturas onde o uso de agrotóxico não é permitido, como no caso dos cultivos orgânicos. Na presença de déficit hídrico, as plantas podem utilizar mecanismos de tolerância, como o ajuste osmótico, para que a célula absorva água e mantenha o potencial de pressão em níveis adequados, além disso, última pode ser considerada como ajuste osmótico a diminuição do potencial osmótico, em reposta ao déficit hídrico, pode resultar de uma concentração. O objetivo deste trabalho foi estudar os comportamento de carboidratos e prolina submetidas à deficiência hídrica em plantas de nim.

METODOLOGIA:
O experimento foi realizado durante 60 dias em casa de vegetação do campus da Universidade Federal Rural da Amazônia, em Belém - Pará. As mudas de nim (Azadirachta indica A. Juss) foram fornecidas pela AIMEX (Associação das Indústrias Madeireiras do Estado do Pará) e acondicionadas em vasos plásticos com capacidade para 18 litros, contendo terra preta arenosa como substrato. A transpiração e a condutância estomática das folhas das mudas, durante o período de crescimento, foram avaliadas usando-se um porômetro de estado estável Li-Cor modelo 1600. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado em fatorial do tipo 2 x 2 [condições hídricas (irrigado e não irrigado) x tempo (15 e 30 dias sob suspensão hídrica), com 6 (seis) repetições, totalizando 24 unidades experimentais, distribuídas ao acaso. Foi aplicada a análise de variância nos resultados e comparadas às médias pelo teste de Tukey ao nível de 5% de significância, realizadas através do Sas- institute (1996). As coletas foram feitas destrutivas, sempre às 9:00 h da manhã. Imediatamente após a coleta, as folhas foram congeladas em freezer (- 20 º C), e depois levadas a estufas de circulação de ar forçada a 65 ºC, até a secagem para preparo do pó. A partir deste pó foram analisados os teores de prolina e de carboidratos solúveis totais.
RESULTADOS:
Os resultados mostraram uma redução do potencial hídrico teve uma média de -0,3 MPa (plantas controle), -1,8MPa (estresse com 15 dias) e -4,8MPa (estresse com 30 dias) respectivamente. Nas plantas estressadas durante os 15 primeiros dias, ocorreu um aumento nas concentrações de carboidratos e de prolina. Nos carboidratos houve uma variação de 1,97mmol de GLU/ g MS (plantas controle) para 3,47mmol de GLU/ g MS (plantas com 15 dias de estresse) e 8,47mmol de GLU/ g MS (plantas com 30 dias de estresse). Nas concentrações de prolina a variação foi de 11,14 mmol Pro/gMS (plantas controle) para 31,49 mmol Pro/gMS (plantas com 15 dias de estresse)  e 51,49 mmol Pro/g MS (plantas com 30 dias de estresse). O aumento nos níveis de prolina ocorreu, provavelmente, através do aumento da atividade e/ou concentração de enzima P-5CR e/ou diminuição da degradação mitocondrial desse iminoácido, Já nos carboidratos solúveis totais, a elevação de sua concentração nas folhas, está ligada à finalidade de se manter o nível de água no meio celular, e também a indução da quebra de amido da folha para aumentar as concentrações de carboidratos livres no citoplasma celular, visando o equilíbrio osmótico. Portanto, o acréscimo nos teores de prolina e de carboidratos solúveis totais, se deve, provavelmente, ao fato de ambos atuarem como reguladores osmóticos, em plantas com baixo potencial hídrico na folha.
CONCLUSÃO:

A deficiência hídrica promoveu um acréscimo significativo dos carboidratos solúveis totais e nas concentrações de prolina.

Instituição de Fomento: Universidade Federal Rural da Amazônia
Palavras-chave: Nim, Prolina, Carboidratos solúveis totais.