62ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 2. Enfermagem de Saúde Pública
FATORES INTRINSECOS CONDICIONANTES PARA QUEDAS EM PESSOAS  IDOSAS: CONHECENDO PARA INTERVIR
Sônia Maria Torquato dos Reis 1
Edméia Campos Meira 1
Vanessa Silva Sena 1
Marcela Andrade Rios 1
Lajana Quele S. Batista 1
Daniel Moura Leal 1
1. Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB.
INTRODUÇÃO:

A ocorrência de quedas em pessoas idosas constitui um evento importante para a saúde pública, uma vez que pode gerar incapacidades permanentes influenciando os indicadores de mortalidade. Pode ser compreendida como um deslocamento não intencional do corpo para um nível inferior à posição inicial, com dificuldade de correção em tempo hábil, advindo de circunstâncias multifatoriais.1 De acordo com o IBGE, houve aumento de 8,8% para 11,1% da proporção de idosos, entre 1998 a 2008 2. O envelhecimento traz consigo alterações anatômicas e funcionais que estão diretamente relacionadas à ocorrência de quedas. Tais alterações como a diminuição da estatura, a perda de massa muscular, a diminuição da massa óssea podem provocar a instabilidade postural ou a incapacidade de manutenção do equilíbrio 3. Este estudo objetiva, identificar quais são os fatores de risco intrínsecos mais prevalentes em um grupo de idosos cadastrados em uma Unidade de Saúde da Família. A relevância está em promover a melhoria da assistência à saúde, uma vez que se observa um aumento significativo da população idosa, sendo necessário a reorientação dos serviços de saúde pública  visando a promoção, prevenção e reabilitação de co-morbidades que são as principais causas de morbidade, incapacidade e mortalidade.

METODOLOGIA:

Trata-se de um estudo com abordagem quantitativa, de caráter descritivo-exploratório realizado na área de abrangência de uma Unidade de Saúde da Família no município de Jequié-Ba, constituindo-se parte do Projeto de Pesquisa Implantando e Implementando uma Política de Saúde do Idoso: Projeto de intervenção em campo clinico da Disciplina Enfermagem na Atenção a Saúde do Idoso da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB. A amostra constitui-se de 40 idosos de idade igual ou superior a 60 anos, que estão suscetíveis a sofrer quedas, relacionando-as com os principais fatores de risco intrínsecos encontrados. Teve como instrumentos: Identificação dos idosos, Cadastramento sócio-demográfico, Protocolo de Quedas e formulário de avaliação de fatores intrínsecos. A analise dos dados foi desenvolvida a partir da organização e tabulação, atendendo aos princípios da estatística descritiva, apresentados as informações por meio de tabelas simples e gráficos. Aplicado os aspectos éticos estabelecidos na Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, sob protocolo nº203/2009.

RESULTADOS:

Perfil sócio-demográfico: 66,66% são do sexo feminino, a faixa etária mais freqüente entre 60-69 anos 41,67%, seguido de 80-89 26,67%; 80% do total de idosos têm convivência familiar, sendo a faixa etária prevalente de 80-89 93,75%; doenças prevalentes: Hipertensão Arterial 78,33%, Diabetes-DIA 13,33%, artrite e artrose 10%. História de Quedas e condições de saúde: sofreram quedas nos últimos três anos 51,67%, destes 12,9% são dependentes em alguma atividade da vida diária-AVDs; 67,72% caíram no domicílio e 16,2% em espaço urbano;  41,93%  para frente, 25,80% para o lado, 12,9% para trás; caíram pela primeira vez 77,42%; sinais e sintomas mais prevalentes no momento da queda: dor 38,7%, tontura 32,25%, palidez 22,58% e perda de consciência com 12,9%; os hematomas 45,16%, edema 22,5%, corte e curativo 19,35%, são as conseqüências mais freqüentes; doenças relacionadas: baixa acuidade visual 61,26%, dificuldade de andar 41,93%, usa andador e/ou bengala 22,58%, confusão mental 9,67%, uso de medicamentos 64,51%, doenças crônico-degenerativas 77,41%. Os MMII foram os segmentos mais acometidos 32,25 %.

CONCLUSÃO:

Mediante resultados apresentados constatamos: mudanças na qualidade de vida dos idosos que caem, contribuindo  para o isolamento e perda da autonomia, uma vez que o medo de voltar a cair dentro ou fora do domicílio  propicia uma dependência psicossocial restringindo seus relacionamentos com outras pessoas. Desta forma a manutenção da saúde e autonomia na velhice é identificada por uma certa qualidade de vida física, mental e social. A partir das informações observa-se que quanto menor o intervalo de tempo subseqüente entre as quedas, maior o nível de dependência e debilidade. A tomada de providências diante do evento de queda na pessoa idosa, constitui-se um indicador de controle da morbimortalidade, promovendo condições preventivas enquanto evento sentinela. Políticas de Saúde para a pessoa idosa são urgentes sendo necessário a implantação de ações que promovam a melhoria da qualidade de vida em contexto de construção de uma velhice ativa.

Instituição de Fomento: Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB.
Palavras-chave: Fatores Intrínsecos, Quedas, Pessoa Idosa.