O presente trabalho tem por finalidade destacar a função da imprensa, em especial o jornal "O Presbiteriano" (1936), no processo de conversão à doutrina protestante de denominação presbiteriana durante o primeiro governo de Getulio Vargas no Estado do Maranhão, e demonstrar que forma este jornal auxiliou na construção de uma imagem do presbiterianismo perante a sociedade maranhense da época.

Com o objetivo de compreender de que forma a imprensa participou do proselitismo protestante e da construção de uma imagem do presbiterianismo no Maranhão varguista, empreendemos uma análise documental, baseada na leitura e interpretação do jornal "O Presbiteriano", do ano de 1936, e uma análise referencial, através da leitura e discussão da bibliografia pertinente a temática, entendendo que o jornal não seria apenas essencial a expressão da desta doutrina, mas que se apresenta como uma estética de vida ideologicamente preponderante nesse contexto da sócio-histórico brasileiro.

A profissão de fé protestante chegou ao Maranhão em meados do século XIX, com os ingleses anglicanos, após a abertura dos portos pelo príncipe regente D. João VI. No entanto, o presbiterianismo só chegou ao Maranhão ano de 1875, com o missionário Reverendo J. R. Smith. Posteriormente, foi fundada a primeira igreja neste território no ano de 1886. Baseado no proselitismo e na pregação através da leitura, sobretudo da Bíblia, as publicações configuravam o início da prática missionária protestante. Porém, neste período temos uma série de dificuldades vigentes no Brasil, como o alto índice de analfabetismo da população, o que nos leva a refletir que "Dada à importância da editoração para a divulgação do protestantismo, convém elucidar as estratégias das quais os missionários e convertidos lançaram mão para divulgar suas publicações". (REINAUX, 2007, p. 01), e que os jornais configuraram importante instrumento da divulgação da doutrina presbiteriana nesse contexto.

A imprensa funcionava como mecanismo de construção e manutenção do ideal de modernidade, principalmente no período analisado. Apresentando uma imagem de modernidade, o protestantismo tentava se constituir como uma religião moderna e civilizada no contexto maranhense, o que nos assinala que a utilização de jornais escritos como propaganda religiosa em uma sociedade em grande parte analfabeta, era direcionada a um público específico.