62ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 3. Física - 2. Ensino de Física
Física e Poesia: Uma proposta para abordagem da física em sala de aula.
Rafael dos Santos 1
Paula Rocha Pessanha 1
Aline Sá do Espírito Santo 1
Máira Costa Santos 1
José Carlos Xavier da Silva 1
1. Universidade do Estado do Rio de Janeiro/IF
INTRODUÇÃO:
Na nova perspectiva educacional, vive-se um clima de inovação e criação numa busca por novos meios de comunicação da Ciência, com o propósito de estimular a criatividade, a exploração e a aprendizagem. Numa visão interdisciplinar e integradora de saberes, serão utilizadas pontes entre a Física e a Poesia para a criação do binômio Física-Poesia. A configuração deste binômio partiu do pressuposto de que a Física e a Poesia são duas formas de criação humana e duas expressões da cultura. Incide principalmente na utilização da Poesia como complemento da atividade de divulgação e Ensino de Física. Nosso objetivo é introduzir a poesia como um instrumento de ensino e aprendizagem de Física no Ensino Médio, levando os alunos a mudanças no enquadramento interpretativo, que envolvem as alterações conceituais da aprendizagem em Física e da disposição para aprender, que podem ser promovidas pela riqueza e impacto emocional das imagens poéticas.
METODOLOGIA:
Para este trabalho, foi apresentada, por um estudante de licenciatura, uma poesia pertencente à Ricardo Kubrusly, intitulada Kepleriana. Esta poesia foi elencada dentre diversas poesias que tratam de assuntos relacionados à Física, por se tratar de um texto atual, além de abordar tema referente a um tópico da disciplina de Física pertencente ao currículo do segundo ano do Ensino Médio. Após a análise feita pelos alunos pertencentes ao grupo de estudo, estes foram estimulados a discutirem entre si sobre o que se tratava a poesia. A posteriori, foram levantadas seis questões sobre a poesia, onde os alunos deveriam responder sobre o tema do texto apresentado, além de fazer uma descrição, a partir de suas concepções de como seria a trajetória dos planetas ao redor do Sol. As folhas de respostas foram analisadas de forma a verificar nas expressões utilizadas pelos alunos a presença de concepções alternativas, além de verificar se os alunos conseguem estabelecer relações entre os conceitos da Física com acontecimentos de sua vivência diária e com outras áreas do conhecimento.
RESULTADOS:
: Os alunos pertencentes ao curso pré-vestibular comunitário, após lerem a poesia mostrada a eles, responderam a uma série de perguntas feitas pelo estudante de licenciatura, produzindo aproximadamente 45 folhas de respostas. Do conjunto de respostas analisadas, pode-se observar que 67% dos alunos deste pré-vestibular usam a palavra "universo" como sinônimo de astronomia. Além disso, 95,6% nunca ouviram falar das Leis de Kepler e apenas 4,4% as conheciam e sabiam enunciá-las. Contudo, 42,2% dos alunos conseguiam através do poema identificar a trajetória das órbitas dos planetas, o que evidencia que, em algum momento de sua vida escolar, este assunto foi abordado. Outro fato verificado é que mesmo sem saber a ordem correta dos planetas no Sistema Solar, todos sabiam que o planeta Terra é o terceiro planeta do sistema Solar e não consideram mais Plutão como um planeta.
CONCLUSÃO:
Ao avaliar as folhas de respostas evidencia-se que, para a maioria dos alunos, o assunto tratado no poema nunca lhes foi ensinado e que este viabiliza a introdução dos conceitos de Gravitação no Ensino Médio (Leis de Kepler) de uma forma diferente daquela tradicionalmente usada.
Palavras-chave: Ensino de Física, Poesia, Leis de Kepler..