62ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 1. Ciência do Solo
EFEITOS DE DOSES DE POTÁSSIO SOBRE A PRODUTIVIDADE E QUALIDADE DE FRUTOS DE MELANCIA EM BOA VISTA, RORAIMA.
Raphael Henrique da Silva Siqueira 1
Diego Lima de Souza Cruz 1
Anna Bárbara Chaves Gomes 1
Sandra Cátia Pereira Uchôa 1
Pablo Lima de Souza Cruz 1
Stéfanny Araújo Martins 1
1. Universidade Federal de Roraima
INTRODUÇÃO:
A melancia é considerada uma das mais importantes olerícolas produzidas e comercializadas no país. O Brasil teve cerca de 92.000 ha colhidos de melancia. A região Sul se destaca como a maior região produtora, com aproximadamente 27.000 ha colhidos, totalizando 676.977 toneladas ano-1(t/ano). A região norte é responsável por aproximadamente 17.000 ha colhidos, totalizando 265.723 t/ano, sendo o estado do Tocantins o maior produtor desta região com 134.000 t/ano. O potássio é um nutriente que recebe considerável atenção, principalmente devido à sua importância no metabolismo vegetal. Nas cucurbitáceas em geral, o potássio aumenta o tamanho, a espessura da casca e a acidez dos frutos, podendo também contribuir para resistência ao ataque de pragas e doenças e resistência às temperaturas adversas, na melancia é o nutriente mais exigido, sendo maior até que a exigência por nitrogênio. Em Roraima o estudo sobre a melancia é incipiente, o que reflete os baixos índices produtivos. Neste sentido, o presente trabalho teve por objetivo avaliar o efeito de doses de cloreto de potássio em Latossolo Amarelo de savana de Roraima. Desta forma, pretendeu-se chegar a uma recomendação de adubação potássica para a cultura da melancia no estado de Roraima.
METODOLOGIA:
O experimento foi implantado no Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Roraima, em Latossolo Amarelo Distrófico. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados, com quatro repetições e seis tratamentos, sendo: T1= 50% da recomendação de potássio (150 kg/ha de K2O); T2= 75% da recomendação de K2O; T3= 100% de K2O; T4= 125% da recomendação K2O; T5= 150% da recomendação de K2O; e T6= 200% da recomendação de K2O. As 24 parcelas ocuparam uma área total de 2.304 m², sendo a parcela composta de 24 covas (com 2 plantas por cova) de 40x40x40cm, no espaçamento de 2 x 2 m, distribuída em três linhas (estande de 5.000 plantas/ha). A cultivar de melancia utilizada foi a Crimson Sweet. As variáveis analisadas foram: VARIÁVEIS QUALITATIVAS; Teor de sólidos solúveis totais (BRIX); Espessura da casca (ECAS), Diâmetro transversal (DTR) e longitudinal (DLG); e VARIÁVEIS PRODUTIVAS; Peso médio dos frutos (massa dos frutos) (PSM); Número de Frutos por parcela (NFRHA); Produtividade em kg/ha (PROD). Os dados obtidos foram processados em planilha eletrônica pelo programa de análises estatísticas SAEG. Após verificar a significância na análise de variância, procedeu-se a análise de regressão para as variáveis significativas.
RESULTADOS:
A Produtividade (PROD), o Peso Médio de frutos (PSM) e o Número de Frutos por Hectare (NFRHA) apresentaram diferenças entre os tratamentos. Na análise de regressão, observou-se maior Produtividade (PROD) na dose de 300 kg/ha de K2O, onde se observou valores de 32,2 t/ha. A menor produtividade (19 t/ha) foi encontrada na menor dose de K2O. A resposta de produtividade de melancia em função de doses de potássio ajustou-se a um modelo linear de equação. O Número de Frutos por Hectare (NFRHA) também apresentou comportamento linear, onde se observou o ponto máximo na dose de 300 kg/ha de K2O com 3.056,1 frutos/ha. O menor Número de Frutos por Hectare (2.058,4 frutos/ha) foi observado na dose de 75 kg/ha de K2O. O padrão de resposta do Peso médio de Frutos (PSM) se ajustou a um modelo quadrático de equação. O valor máximo do peso médio de frutos encontrado neste trabalho foi de 10,9 kg com 225 kg/ha de K2O. A menor dose (75 kg/ha de K2O) promoveu o menor peso médio (9,5 kg). Na dose de 300 kg/ha de K2O é possível observar uma tendência a queda nos valores de massa dos frutos.
CONCLUSÃO:
O padrão linear de resposta obtido com as dosagens evidencia as condições de fertilidade do solo, onde não se obteve um platô com a dose máxima (300 kg/ha). A adubação potássica com Cloreto de Potássio (KCl) deve ser criteriosa, uma vez que podem surgir problemas de salinidade. Analisando o peso médio dos frutos, pode-se observar uma resposta onde o aumento da dose proporciona queda nos valores. Neste sentido, é recomendada a dosagem de 300 kg/ha para áreas de primeiro ano, exceto quando busca-se a redução de custos. Com o incremento contínuo de matéria orgânica e da fertilidade do solo busca-se dosagens menores. Desta forma, a dosagem de 75 kg/ha somente deve ser usada quando se tem um solo com bons níveis de potássio e matéria orgânica, pois em um solo pobre quimicamente, essa dosagem causou a menor produtividade.
Instituição de Fomento: CNPq
Palavras-chave: Melancia, Doses de Potássio, Savana.