62ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 10. Microbiologia - 2. Microbiologia Aplicada
AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE LIPÁSICA DE FUNGOS ISOLADOS DO LODO DE ESGOTO
Priscilla Andrade de Moura 4, 1
Mayara Nunes Vitor Anjos 4, 1
Aline Alves Barbosa da Silveira 2
Rita de Cássia Freire Soares da Silva 4, 3
Kaoru Okada 4, 1
1. Centro de Ciências Biológicas e Saúde
2. Rede Nordeste de Biotecnologia
3. Departamento de Engenharia Química
4. UNICAP
INTRODUÇÃO:

As enzimas são substâncias com atividade catalítica, envolvidas nos vários processos metabólicos e possuindo propriedades que as tornam altamente desejáveis como catalisadores, sendo por isso bastante requeridas pela indústria biotecnológica. Dentre elas, destacam-se as lipases, capazes de degradar moléculas lipídicas, apresentando alta demanda no mercado mundial. Dentre as fontes produtoras de enzimas, os microrganismos (bactérias, fungos filamentosos) têm sido preferíveis em relação a outras fontes, pois apresentam propriedades que tornam sua produção mais rápida e com custos mais baixos, sendo os fungos filamentosos reconhecidos como excelentes fontes produtoras de lipase. Lodo de esgoto é o resíduo resultante do tratamento de esgotos, muito rico em matéria orgânica e em micro e macronutrientes. Por isso, vem sendo comumente aplicado para o tratamento de solos agricultáveis, estimulando o crescimento de populações microbianas e, consequentemente, a atividade enzimática do mesmo. Considerando estes aspectos, neste trabalho objetivou-se detectar a produção de lipases por amostras de fungos filamentosos isoladas do lodo de esgoto.

METODOLOGIA:

A micobiota utilizada foi composta por 10 amostras fúngicas isoladas do lodo de esgoto da Estação de Tratamento Mangueira, Recife - PE, todas pertencentes ao Banco de Culturas do Núcleo de Pesquisas em Ciências Ambientais da Universidade Católica de Pernambuco - UNICAP, sendo duas amostras de gênero Penicillium, quatro do gênero Monotospora, duas do Scedosporium, uma do Chrysosporium e uma do gênero Aspergillus. Para o estudo da atividade lipolítica, foi utilizado o meio lipase composto por Peptona 10g, Cloreto de Sódio 5g, Cloreto de Cálcio Bihidratado 0.1g, Ágar 20g, Tween 20 10ml, Água Destilada 1000ml, pH 6,0, distribuído em placas de Petri. Após a solidificação do mesmo, foram feitos furos no centro das placas e neles inoculou-se 100 ul da solução espórica dos dez isolados (padronizada em 104 esporos/ml). As placas foram submetidas à incubação nas condições 28 e 35 °C, durante 96 horas. Após a incubação, a atividade enzimática foi detectada pelo aparecimento de um halo opaco em torno das colônias no meio de cultura.

RESULTADOS:
Nos resultados obtidos, em todas as amostras pertencentes aos gêneros Penicillium, Scedosporium, Monotospora e Aspergillus detectou-se atividade da enzima lipase à temperatura 28°C. Na condição de 35°C, todas as de gênero Penicillium, Aspergillus, Scedosporium e três das quatro amostras de Monotospora apresentaram atividade lipolítica. Os maiores halos indicativos desta atividade foram evidenciados na temperatura de 28 °C, o que pode indicar uma melhor produção da enzima nesta condição. Além disso, os isolados pertencentes aos gêneros Penicillium e Aspergillus apresentaram os maiores halos em ambas as condições. Outros autores também evidenciaram atividade lipolítica utilizando fungos filamentosos, sendo estes microrganismos considerados por alguns como as melhores fontes produtoras de lipases.
CONCLUSÃO:
A partir dos resultados evidenciados, pode-se concluir que as amostras fúngicas isoladas do lodo de esgoto pertences aos gêneros Penicillium, Monotospora, Scedosporium e Aspergillus apresentam atividade lipásica, principalmente na condição 28 °C, demonstrando-se como potenciais fontes produtoras da enzima lipase, requerendo mais estudos sobre este aspecto.
Instituição de Fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq; Universidade Católica de Pernambuco - UNICAP
Palavras-chave: Fungos filamentosos, Lipase, Enzima.