62ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 11. Ensino-Aprendizagem
AS CULTURAS AFRO E INDÍGENA E A EDUCAÇÃO HOJE
Helenice Cavalcante de Melo 1
Cristiane Rose de Lima Pedrosa 1
1. Prefeiura do Recife
INTRODUÇÃO:

A Escola Municipal do Pantanal, durante o ano letivo de 2009, desenvolveu um trabalho que visou a superação de atitudes discriminatória e vivenciou o conhecimento das leis que protegem as pessoas expostas a discriminações. Criou-se situações para o exercício da cidadania voltado para o respeito ao outro e a si mesmo, aos direitos Universais da Pessoa Humana e aos direitos estabelecidos na Constituição Federal. Buscando trabalhar para consciência à igualdade básica das pessoas como sujeito de direitos. Bem como compreender as diferenças étnico raciais no país, culturas e histórias, e que em conjunto constroem a história na nação brasileira. Portanto, a escola hoje não deve estar ausente à luta contra a discriminação étnica que exclui uma grande parcela da sociedade aos bens historicamente construídos. Hoje existe no território nacional cerca de 210 tribos indígenas, cada uma com identidade própria e representando grande diversidade sócio-cultural, junto com uma imensa população formada pelos descendentes dos povos africanos. Neste contexto, na escola, ao longo de sua história, registra-se dificuldade para lidar com a temática do preconceito e da discriminação étnico-racial, pois muitas vezes, há manifestações de racismo, discriminação social e étnica que precisam ser revistas.


METODOLOGIA:
Tratou-se de um trabalho interdisciplinar, a partir de inúmeras vivências onde os alunos envolveram-se em pesquisas, participaram de seções de vídeo, aulas passeio e dramatizações, entre outras ações. Sendo divididos em quatro momentos a cada bimestre. No primeiro, foram feitos estudos bibliográficos sobre história e personalidades étnicas, culminando com a produção de painel de todas as turmas. No segundo bimestre, o trabalho teve foco na análise de cantigas infantis, literatura, danças e costumes que disseminam atitudes e situações fomentadoras de todo tipo de discriminação e injustiça social. Tendo seus resultados apresentados por meio de dramatizações na ocasião das festas juninas. No momento seguinte, realizamos pesquisas de campo das manifestações étnicas no Brasil, em Pernambuco e em Recife e montamos um museu das etnias na escola, retratando a realidade de negros e indígenas na sociedade brasileira. E por fim, estudou-se o poeta Abolicionista Castro Alves, através de sua biografia e do poema Navio Negreiro quando foi montada um dramatização e apresentada a todos da escola.
RESULTADOS:
Houve a participação de toda comunidade escolar. Todos puderam conhecer, pensar e repensar, conceitos e atitudes; bem como, formas de tratamento perante as pessoas de seu convívio, pois verificou-se a sensível redução de piadas e uso de termos pejorativos que desvalorizam o ser humano e destroem sua auto estima. Também pode-se perceber que, a cada bimestre, acrescentando-se novas reflexões, e ao se propor diversificadas atividades, mais crianças iam se identificando com sua raça e sentindo-se valorizadas por, concretamente, perceberem-se partícipes da população brasileira, aceitando-se descendentes de negros e indígenas, até mesmo reconhecendo sua árvore genealógica, suas raízes. Verificou-se, ainda, as relações feitas com a história do país, o quão embricada está com os contextos de vida de cada um, como a forma de ser e de agir do povo brasileiro se explica nas experiência dos antepassados, nas lutas, nos costumes que se originam em tribos indígenas ou em grupos oriundos da África.
CONCLUSÃO:

A escola hoje não pode mais se esquivar de trabalhar as questões de identidade étnico raciais, pois se trata de não atender às necessidades dos educandos de formarem-se enquanto cidadãos completos, conhecedores de si e das condições sociais que lhes rodeiam. É negá-los a condição de instrumentalizar-se para lutar por dignidade e respeito. E daí, poder superar indiferenças, romper com imagens negativas imposta na sociedade contra os negros e indígenas. Bem como, combater as privações e a violação de direitos. Passa a ser, neste contexto, um convite também aos educadores de revisarem seus conceitos e adotarem em sua postura atitudes de inclusão e abertura ao diálogo na perspectiva do compromisso tanto no sentido de respeitar o próximo, quanto no incentivo a auto valorização. Pois é a partir das ações individuais de auto avaliação e reflexão de comportamentos, mas sobretudo compartilhadas que se pode entender que um novo mundo é possível


Palavras-chave: Cultura, Etinia, Cidadania.