62ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 4. Geografia - 3. Geografia
UM ESTUDO DA DEGRADAÇÃO AMBIENTAL NA ÁREA URBANIZADA DO ESTUÁRIO DO RIO PIRANHAS-AÇU, MACAU/RN
Emilson Fernandes de Souza 1
Adjane Souza da Rocha 1
Lenilza Queiroz do Nascimento 1
Thayse Cristina Oliveira da Silva 1
Marcos Antônio Alves de Araújo 1
Liliane de Lima Gurgel 1
1. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte/IFRN
INTRODUÇÃO:
Em termos gerais, a degradação ambiental pode ser compreendida como um impacto ambiental negativo gerado por alguma ação antropogênica e sofrido por um determinado ecossistema, gerando um desequilíbrio na dinâmica ambiental dos meios físico-biológico e social. A degradação ambiental tem como principal causa, o manejo inadequado do solo rural e urbano, e dos recursos naturais como um todo. No estuário do rio Piranhas-Açu, o desenvolvimento de atividades socioeconômicas desenfreadas e desordenadas vem provocando a aceleração do processo de degradação ambiental do ecossistema de manguezal. Partindo desta problemática ambiental, tivemos como objetivo neste trabalho desenvolver um estudo sobre o processo de degradação ambiental na área urbanizada do estuário do rio Piranhas-Açu, mais precisamente ao longo da orla estuarina da cidade de Macau/RN, destacando as principais atividades antrópicas que vêm intensificando o desequilíbrio ambiental desse espaço estuarino. Diante disso, o desenvolvimento deste trabalho justificou-se pela premência da realização de estudos que venham identificar os principais agentes causadores da degradação ambiental dessas áreas estuarinas, procurando alternativas mais condizentes com o equilíbrio entre os limites da natureza e os desejos humanos.
METODOLOGIA:
Para o desenvolvimento desta atividade de pesquisa, utilizamos como estratégias metodológicas o reconhecimento da existência da problemática ambiental e do campo investigativo ao longo da orla estuarina da cidade de Macau; levantamento de bibliografias sobre temáticas especializadas em degradação ambiental em áreas estuarinas; leituras, discussões e reflexões teóricas realizadas em grupo; como ainda pesquisas em sites de buscas e de consultas. Além disso, o trabalho foi desenvolvido por meio de observações in loco, registros fotográficos e entrevistas realizadas com os moradores e representantes do poder público municipal de Macau durante os meses de dezembro de 2009 e de janeiro de 2010. Ademais, utilizamos ainda como suporte de pesquisa alguns equipamentos, tais como: uma câmera fotográfica de 7.2 mega-pixels; uma caneta esferográfica de cor azul e de modelo SLIM, que serviu como uma forma de parâmetro; luvas de procedimentos; e um mp4 para a realização das entrevistas. Nesse processo metodológico, procuramos diagnosticar as áreas da orla estuarina da cidade de Macau susceptíveis às pressões antrópicas, identificando e caracterizando os principais tipos de atividades socioeconômicas que vêm causando os desgastes ambientais do manguezal existentes em tais áreas. 
RESULTADOS:
No decorrer dos últimos anos, o crescimento desordenado do espaço urbano de Macau vem acelerando o processo de degradação ambiental do estuário do rio Piranhas-Açu. A ausência de um planejamento urbano e de um plano diretor da cidade contribui para a intensificação das problemáticas ambientais verificadas nessa área estuarina. O crescimento urbano aleatório vem interferindo diretamente a dinâmica ambiental do ecossistema de manguezal. Além disso, os rejeitos sólidos e líquidos advindos das atividades desenvolvidas pelas empresas ligadas à extração de sal e a carcinicultura vêm ocasionando desenfreados impactos ambientais, prejudicando tanto os organismos naturais, como os próprios habitantes da cidade. O manguezal do estuário do rio Piranhas-Açu é também alvo de agressões ambientais causadas pelo transbordamento dos resíduos líquidos de uma lagoa de coleta de esgotos domésticos da cidade de Macau e administrada pela prefeitura municipal. Ademais, ao longo da pesquisa, ainda constatamos a presença de vários outros tipos de resíduos sólidos jogados indiscriminadamente no estuário do rio Piranhas-Açu, tais como: sacolas plásticas; peças de roupas; latas de refrigerantes; calçados; vasilhames de tintas e restos de construções civis (tijolos, telhas e pedaços de madeira).
CONCLUSÃO:
A degradação ambiental diagnosticada na área urbanizada do estuário do rio Piranhas-Açu vem rebatendo diretamente no equilíbrio ambiental dessa área. As atividades socioeconômicas praticadas inadequadamente ao longo do estuário vêm pondo em risco a salubridade de todo complexo natural do manguezal, causando danos, em alguns casos, irreversíveis para a biota local. A destruição da mata nativa do manguezal, ocasionada pelo crescimento desordenado do espaço urbano macauense, vem prejudicando todo o funcionamento da dinâmica ambiental desse ecossistema, refletindo inclusive no bem-estar dos próprios habitantes da cidade de Macau. Diante dessas problemáticas ambientais vigentes nesse ambiente estuarino, fazem-se necessárias a elaboração e a materialização de um plano de desenvolvimento sustentável para esta área, no qual sejam contempladas as seguintes ferramentas de reordenamento territorial: um planejamento urbano adequado; um plano diretor real e justo; e um zoneamento ecológico-econômico eficiente, além da realização de constantes atividades de educação ambiental visando à preservação da fauna e da flora local, garantindo assim, o direito a todos de usufruir de um meio ambiente saudável e equilibrado, e de um espaço urbano justo e menos desigual.
Palavras-chave: Degradação ambiental , Estuário do rio Piranhas-Açu, Macau.