A Schinopsis brasiliensis Engl., pertencente à família Anacardiaceae, é uma planta de porte arbóreo que pode atingir 12 m de altura e até 60 cm de diâmetro, sendo popularmente conhecida como baraúna ou braúna. Ocorre na região da Caatinga, sendo considerada uma das espécies em extinção conforme citado na lista das portarias do IBAMA nº 83 (26/09/91) e nº 37-N (3/04/1992). O extrato derivado desta planta possui baixa solubilidade em água e propriedades antioxidante e antimicrobiana como pode ser mostrada em estudos recentes, o que o credencia a ser veiculado em uma microemulsão do tipo óleo-em-água que seja biocompatível. Com o intuito de certificar a incorporação do extrato na microemulsão esse trabalho teve por objetivo a construção de uma curva de calibração para servir de ferramenta para estudos futuros.

A coleta das folhas de Schinopsis brasiliensis Engl. foi realizada na cidade de Mirandiba/PE, no mês de março de 2008, na fazenda Cacimba Nova. Após o período de secagem, as folhas foram trituradas e pesadas e, então, exaustivamente extraídas em n-hexano e metanol, respectivamente. Os extratos metanólico e hexânico, assim obtidos, foram filtrados e levados à secagem no rota-evaporador sob temperatura de 45ºC e, subseqüentemente, pesados e calculados seus rendimentos. A partir do extrato dessas folhas, foi obtido a solução de trabalho com concentração de 1 mg/mL do extrato em etanol, sendo em seguida realizado uma varredura de 200 a 400 nm, com a finalidade de determinar o pico de maior absorbância. A partir desta determinação, partiu-se para a construção da curva de calibração, a qual se utilizou o método da cubeta estacionária desenvolvida em nosso laboratório. A solução de calibração usada na leitura foi o etanol e após este procedimento as absorbâncias foram determinadas sucessivamente a cada adição de 5 µL da solução de trabalho. Os dados foram tratados pelo software Excel da Microsoft. A fim de garantir a reprodutibilidade do processo, a técnica foi realizada em triplicata e com três operadores.

A detecção de uma substância em baixas concentrações dentro de uma matriz de outra é uma tarefa típica realizada na ciência analítica. A curva é prova que essa detecção é confiável e que realmente esta se verificando o que se deseja. Normalmente as curvas são construídas com 5 pontos dentro da faixa de trabalho. Por serem realizados em triplicata, os pontos aceitos são obtidos da média aritmética e o desvio padrão é calculado para cada ponto sendo a incerteza determinada pelo intervalo de confiança da média, estabelecendo o grau de confiança desejado. A curva obtida do extrato de Schinopsis brasiliensis Engl. possui dez pontos, o que vem a aumentar a confiabilidade da curva, apresentando linearidade com desvio padrão médio de 0,0261 que pode demonstrar um erro insignificativo e um R² no valor de 0,9998, que também está dentro do parâmetro esperado que pode variar entre 0,99 e 1.

A curva de calibração é utilizada como instrumento analítico que possui a finalidade de proporcionar uniformidade a praticas de medições, comparando resultados entre si ou que venha a representar informações para decisões em situações de impasse. A curva construída mostra que além da quantificação do extrato, podem-se minimizar erros da prática e diminuir incertezas do resultado final, promovendo uniformidade e gerando resultados mais confiáveis. Estes resultados mostraram-se também compatíveis com a determinação do teor quando a mesma encontrar-se incorporada na microemulsão.