Atualmente, a piscicultura tornou-se uma alternativa importante e lucrativa em sistemas de produção agropecuária, principalmente para pequenos produtores rurais que trabalham em agricultura familiar. Uma dessas vantagens nessa atividade é agregação de renda a propriedades em áreas de assentamento

Uma das espécies que vêm sendo muito utilizada no que diz respeito a pequenos produtores rurais é a Tilápia do Nilo, apresentando-se com grandes qualidades favoráveis como, capacidade adaptativa em condições de cultivo, especialmente em relação ao aspecto nutricional, apresentando amplo espectro alimentar (CARVALHO; FORESTI, 1996).

No entanto, para um melhor entendimento da biologia reprodutiva de peixes a análise histológica das gônadas mostra-se essencial, uma vez que permite entre as várias atribuições a identificação do sexo e estádio de maturação gonodal a nível tecidual e celular (NARAHARA, 1995). O conhecimento das características reprodutivas fornece subsídios para procedimentos de manejo e conservação de populações nativas (FRAGOSO et al. 2000). Assim sendo com a execução do presente trabalho objetivou-se caracterizar a morfologia microscópica das células germinativas masculinas da Tilápia do Nilo.

Os exemplares de Oreochromis niloticus, foram coletados na cidade de Ceará- Mirim/RN no assentamento de Canudos em tanques de tilapicultura. Os peixes foram capturados com o auxílio de rede de pesca, sendo obtidos oito exemplares de quatro meses de idade, em média, com tamanhos variando entre 10 e 25 cm de comprimento. Em seguida, os animais foram acondicionados em caixas térmicas e transportados ao Laboratório de Histologia do Departamento de Morfologia da UFRN. Para o sacrifico os animais foram colocados, em um recipiente com água contendo concentrações letais da solução anestésica Eugenol. Após as biometrias, as gônadas foram extraídas e fixadas em solução de Bouin durante doze horas. No estudo histológico utilizou-se fragmentos de gônadas sendo submetidos às técnicas histológicas de rotina: inclusão em parafina, cortes com espessura de 5 µm e corados com Hematoxilina-Eosina (H-E) segundo Tolosa et al. (2003) e analisados em miscroscopia óptica. Os registros foram realizados com o uso de uma câmara digital Olympus BX-41.

A partir dos cortes histológicos permitiu a identificação de cinco fases das células germinativas dos machos de acordo com a figura 1.

Espermatogônias: o citoplasma apresentou pouca afinidade com a coloração e mais basófilo, núcleo esférico grande e central, e a cromatina condensada.

Espermatócito I: presente nos túbulos seminíferos. Seu citoplasma apresenta pouca afinidade tintorial, mostrando-se mais basófilo. Neste estágio, o núcleo mantém a cromatina condensada em grumos localizados perifericamente.

Espermatócito II foram encontrados em cistos. Seu citoplasma apresenta pouca afinidade com corante. Neste estágio não são observados nucléolos.

Espermátide: encontra-se em cistos. Seu citoplasma não foi visível nessas preparações. A cromatina apresenta-se condensada, dando ao núcleo um aspecto uniforme.

Espermatozóides: as menores células na linhagem espermatogênica, encontram-se formando cistos ou livres na luz do túbulo seminífero. Possuem núcleo basófïlo e esférico.

A análise histológica das gônadas permitiu um diagnóstico mais seguro em relação ao desenvolvimento espermático do animal, pois macroscopicamente não foi possível definir o sexo. Os dados gerados pela a execução do presente trabalho também contribuem com pesquisas sobre a biologia reprodutiva de espécies potenciais para aquicultura, ampliando as possibilidades de seu cultivo.