62ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 3. Filosofia - 2. Filosofia
UMA DISCUSSÃO SOBRE A POSSIBILIDADE DE UMA VIDA FELIZ EM ARTHUR SCHOPENHAUER.    
Antonio Costa Moraes 1
Denis Carlos Costa Moraes 1
1. UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO
INTRODUÇÃO:

Em nossa contemporaneidade, cada vez mais nos encontramos em uma situação de insatisfação com nossa condição humana, seja na dor das necessidades ou no tédio de uma vida cômoda, a insatisfação teima em nos atormentar. Soma-se a isso o medo constante de sermos engolidos pela fluidez dos nossos dias, de cairmos no obsoleto, de ficarmos pra traz. Nossos momentos de felicidade se limitam há poucos instantes, o vazio, as insatisfações, a angústia, sempre insistem em povoar as nossas mentes tornando a vida de milhões um verdadeiro suplício. Nossas questões aqui são: será possível ter uma vida feliz? Será que dentre esse mar de infelicidades que é nosso cotidiano contemporâneo é possível sermos felizes? Para respondermos estas questões traremos à tona à filosofia de Arthur Schopenhauer, um filósofo que nos falar que o fim da nossa vida não é a felicidade, mas sim que nossa trajetória neste mundo estará sempre marcada pela dor. Sendo a infelicidade uma constante em nossas vidas, então como se configuraria a felicidade em nosso filósofo? Pretendemos neste trabalho elucidar esta questão, mostrando à luz da filosofia de Schopenhauer, como é possível por meio de um modo de vida prático tal façanha em nossos dias de insatisfação perante nosso mundo, como é possível no decorrer dos nossos dias termos comportamentos que poderão evitar a dor de amanhã.

METODOLOGIA:

O trabalho desenvolveu-se por meio de pesquisa bibliográfica especifica consistindo na análise dos textos de Schopenhauer, mas especificamente de dois livros, "Arte da Felicidade" e "Aforismo para uma Filosofia de Vida", bem como comentários do autor e outras obras, revistas e artigos que tratam do tema felicidade.

RESULTADOS:
Schopenhauer divide a sorte dos homens em três modos: 1) O que alguém é, o que alguém tem em si mesmo, o que alguém pensa de si mesmo, sua saúde, sua jovialidade, como encaramos as coisas do mundo; 2) O que alguém tem; suas posses, suas riquezas, bens; 3) O que alguém representa; o que você representa para as outras pessoas, qual a sua imagem para os outros homens. Através desses três modos, Schopenhauer destaca apenas uma como relevante para a felicidade, que é "o que alguém é para si mesmo", então, a felicidade se encontra dentro de nós e não nas coisas do mundo, nossa felicidade depende de que forma nós representamos o mundo em nossa subjetividade, entendendo que esse mundo em nada poderá nos fazer mais felizes, sendo assim, caberia a nós distanciar-se deste mundo, mundo que é a causa maior de nossas angústias. Logo, uma vida feliz seria aquela que menos se relacionaria com as coisas do mundo, uma alma que se bastasse a si mesma, mas não só isso; Schopenhauer fala também de regras práticas para o bem viver, como o cuidado com a saúde, não termos expectativas (para não nos frustrarmos), muita simplicidade e principalmente, um espírito jovial.

 

CONCLUSÃO:

Concluímos em nossa pesquisa que a felicidade para Schopenhauer consistiria num estado de espírito onde o contentamento de si mesmo bastaria para sermos felizes e que o mundo em nada pode contribuir para este estado, então o que realmente importaria para a nossa felicidade e como o mundo objetivo e representado em nossa subjetividade, ou seja, o modo como encaramos o mundo, mas, para encararmos esse mundo precisaríamos de uma boa saúde, por isso é mais feliz um mendigo com saúde do que um rei doente, então para nosso filósofo, a saúde é bem que vem primeiro, contribuindo para sermos menos infelizes, por que a nossa subjetividade depende de uma saúde perfeita, após isso ele enumera alguns outros como a simplicidade, o não criar grandes expectativas, assim, tendo estas posturas, possivelmente sentiríamos menos dores em nossa vida.

Palavras-chave: COTEMPORANEIDADE, DOR, FELICIDADE.