62ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 2. Enfermagem de Saúde Pública
EM CASA FORA DE CASA: O PERFIL DE IDOSOS RESIDENTES EM UMA ILPI DE NATAL-RN
Raphael Raniere de Oliveira Costa 1
Elizabete Câmara 2
João Bosco Filho 3
Maria Betânia Maciel 4
Maria da Silva Santana 5
1. Acadêmico de Enfermagem da Universidade Potiguar / UnP
2. Acadêmica de Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte / UFRN
3. Professor Mestre da Universidade Potiguar / UnP
4. Professora Mestre da Universidade Potiguar / UnP
5. Mestre em Ciências da Saúde / UFRN
INTRODUÇÃO:

 A melhoria da qualidade de vida associada à diminuição das taxas de mortalidade e fecundidade tem contribuindo para o aumento da expectativa de vida da população, possibilitando assim que um número maior de pessoas vivencie o envelhecimento. Essa mudança no perfil sócio-demográfico implica, em razão das variabilidades e vulnerabilidades advindas do processo envelhecer, o surgimento de patologias, a indisponibilidade de cuidado familiar que atreladas outros fatores de risco, podem contribuir para a institucionalização da pessoa idosa. Nesse contexto, as Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs) surgem como um sistema social e organizacional destinada a assistir essa população, reconhecendo a complexidade de suas necessidades. Partindo dessa concepção, o estudo tem como objetivo conhecer o perfil de moradores de uma ILPI em Natal-RN, a partir da construção do perfil sócio demográfico de residentes, bem como identificar os motivos que levaram a institucionalização dos mesmos.

METODOLOGIA:

Trata-se de uma pesquisa exploratória com abordagem quanti-qualitativa, realizado através de análise documental em prontuários dos residentes de uma ILPI na cidade do Natal. A realização de tal estudo se deu como exigência da disciplina de estágio supervisionado, sendo a execução da mesma autorizada pela direção da instituição. A construção dos dados se deu entre os dias 10 e 11 de março de 2010, sendo feita a seleção e análise de 23 prontuários. Na oportunidade, foram colhidas informações referentes a sexo, faixa etária, estado civil, escolaridade, grau de dependência, renda, patologias mais prevalentes, motivo de institucionalização e hábitos sociais. Os resultados foram mostrados através de porcentagem mediante a estatística simples.

RESULTADOS:

A leitura dos dados nos mostrou que se referindo ao sexo, temos que a maioria dos residentes é do sexo feminino, possuem idade prevalente entre setenta e um e oitenta anos de idade (43,47%), grande parte são viúvos (52,17%), analfabetos (65,22%), dependentes de cuidados (52,17%) e com renda de um salário mínimo (86,95%). Percebeu-se também que as patologias mais incidentes no local do estudo são a Hipertensão Arterial, Diabetes Mellitus, doenças degenerativas como Alzheimer, distúrbios mentais, bem como problemas respiratórios e ósseos, agravos a saúde geralmente associados à faixa etária. No tocante ao motivo de institucionalização, nota-se que as variantes são inúmeras, porém, a questão do abandono, maus tratos por parte de alguns cuidadores e ausências de laços familiares são mais comumente citados. Algo que também é bastante referenciado é a questão da instalação de algumas patologias, já que, grande parte dessas, acaba gerando um comprometimento físico e ou psíquico, ficando o acometido, na maioria das vezes, passivos de cuidados.  Alguns hábitos sociais como o uso de álcool e tabaco também é referido, porém, em pequena escala.

 

 

CONCLUSÃO:

Fazendo uma análise comparativa dos dados coletados com as literaturas consultadas, percebemos que nos últimos anos o aumento da expectativa de vida vem crescendo, e aliado a esse fato, nota-se uma progressão significativa no tocante ao número de iniciativas voltadas para a pessoa idosa. Percebe-se também que o analfabetismo, as baixas rendas, a dependência física e psíquica constitui um problema de ordem social, os quais contribuem de forma preponderante no que diz respeito à predisposição das vulnerabilidades sociais. Nota-se também que a grande incidência de agravos a saúde conseqüente do envelhecimento acaba contribuindo para o desenvolvimento de dependências, que de certa forma, pode contribuir para a institucionalização desses idosos. Nesse contexto as ILPIs, para uma grande parte dessa população, surgem como uma oportunidade de completar de modo satisfatório esse ciclo de vida que é a velhice, porém, para outra parcela, a institucionalização funciona como um gatilho para o desenvolvimento de diversos problemas ligados ao isolamento social. Por fim, é evidente que o idoso se tornou ator da cena política e social, entretanto, na maioria das vezes esse papel está associado a questões relacionadas a vulnerabilidades.

Palavras-chave: Envelhecimento, Idoso, Institucionalização.