Os buritizeiros foram identificados como Mauritia flexuosa L.f., planta encontrada em várias formações vegetais, porém invariavelmente em áreas brejosas ou permanentemente inundadas. É uma palmeira solitária, contudo pode ocorrer em agrupamento quase homogéneo, com vários indivíduos. O cultivo para produção de frutos deve levar em conta a sexualidade dióica do buriti combinado a isso, deve-se ressaltar a importância dos fatores ambientais, tais como luminosidade e substrato. Substrato é o meio em que as raízes se desenvolvem, formando um suporte estrutural, fornecendo água, oxigênio e nutrientes para que a parte aérea das mudas se desenvolva. Na escolha do substrato, deve-se observar principalmente, suas características físico-química, espécie a ser plantada, além do baixo custo e grande disponibilidade. Há poucas indicações na literatura de um substrato que apresente boas características físico quimica possibilitando maior desenvolvimento biométrico de mudas de buriti sob diferentes substratos. Portanto, o trabalho tem como objetivo avaliar o crescimento de mudas de buriti sob diferentes sombreamento e tipos de substratos.

O experimento foi realizado com plântulas de buriti (Mauritia flexuosa L.) coletadas de área de regeneração natural no município de Ji-Paraná, Rondônia. As plântulas foram transplantadas para sacos plásticos de polietileno de 17 x 22 cm. O acompanhamento do desenvolvimento das mudas foi no viveiro com sombrite proporcionando 50% de sombra a temperatura ambiente e a 0%. As mudas foram submetidas a diferentes tipos de substratos: To - areia + subsolo (1:1); T₁ - areia + subsolo + palha de arroz carbonizado (1:1:1) T₂ - areia + subsolo + palha de arroz (1:1:1). Para avaliar a influência do substrato no desenvolvimento das mudas foram avaliados no período de 30, 60 e 90 dias, utilizando cinco plântulas por tratamento, os seguintes parâmetros: comprimento da parte aérea - considerou-se da superfície do solo do recipiente até a emissão do folíolo da folha mais alta, com auxílio de uma régua graduada. Diâmetro a altura do colo - medido a 1 cm acima do solo do recipiente, com auxílio de um paquímetro. Peso seco da parte aérea, da raiz e total - na determinação do peso seco, as mudas foram colocadas em estufa com circulação forçada de ar à temperatura de 60^oC, até atingir peso constante. O peso da matéria seca total foi obtido por meio da soma dos pesos das outras matérias seca da plântula.

As mudas de buriti provenientes do substrato T₁ apresentaram o maior crescimento em altura aos 30 e 60 dias, respectivamente, (16,6 e 15,7 cm) em relação aos demais tratamentos, sem diferença significativa. Aos 90 dias, as mudas submetidas o tratamento T₂ apresentaram maior crescimento em altura (20,5 cm). O desenvolvimento médio do diâmetro a altura do colo nos três substratos avaliados apresentaram mesmo padrão (1,1 a 1,5 cm) sem diferença significativa. Nos três meses de avaliações, o peso da matéria seca foliar dos três tratamentos tiveram o mesmo comportamento sem diferença significativa, os pesos médios variaram de 0,47 a 0,61 g. Não houve diferença significativa do peso da matéria seca total em relação aos substratos e  cobertura. O tratamento T₁ apresentou maior peso médio do caule (variou de 1,6 a 1,8g) em relação aos demais tratamentos. O tratamento T₀ apresentou maior desenvolvimento médio radicular nos três meses avaliados, respectivamente (0,91 a 2,02 g) em relação aos demais tratamentos.                                                                                       

As mudas de buiriti submetidas a diferentes tipos de substratos apresentaram padrão semelhante de desenvolvimento do diâmetro a altura do colo. As mudas provenientes do substrato formado por areia, subsolo e palha de arroz carbonizado apresentaram maior crescimento em altura e peso da matéria seca do caule em relação aos demais tratamentos.