62ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 8. Fisioterapia e Terapia Ocupacional - 1. Fisioterapia e Terapia Ocupacional
INFLUÊNCIA DO TREINAMENTO RESISTIDO NAS HABILIDADES FUNCIONAIS EM IDOSAS COM HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA
Diego Augusto Oliveira da Silveira 1
Eline Silva da Cunha 1
Juliana Fernandes de Souza 1
Murillo Jales Lins de Lira 1
Nathália Priscilla Oliveira Silva 1
Patrícia Angélica de Miranda Silva Nogueira 1
1. Universidade Federal do Rio Grande do Norte
INTRODUÇÃO:
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) representa importante fator de risco para doenças cardiovasculares (DCV), além de ser uma doença intimamente relacionada com o declínio da capacidade funcional. No Brasil, a prevalência de HAS e de 20%, sendo 60% desses casos registrados na população idosa. Além disso, verifica-se que, a partir da sexta década de vida, a prevalência de hipertensão arterial torna-se mais elevada entre as mulheres. Nesse contexto, o treinamento resistido tem sido proposto como possível estratégia para prevenção e reabilitação cardiovascular, onde diversas pesquisas apontam que este tipo de treinamento, quando prescrito e supervisionado de forma apropriada, apresenta efeitos favoráveis em diferentes aspectos da saúde (força muscular, capacidade funcional, bem-estar psicossocial, além de impacto positivo sobre fatores de risco cardiovasculares). Os testes incluem medidas de força, flexibilidade, endurance cardiorespiratória, aptidão motora e composição corporal, propostos por Rikli e Jones. Dessa forma o presente estudo objetivou verificar os efeitos do treinamento resistido na capacidade funcional de idosas hipertensas.
METODOLOGIA:
Este estudo observacional analítico do tipo longitudinal, realizado com uma amostra composta de 13 idosas, com mais de 60 anos, cadastradas no Programa de Apoio e Cuidado a Hipertensão Arterial (PACHA) vinculado ao Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL) e pacientes hipertensas da comunidade acompanhadas pelo Centro de Saúde da Guarita. Foram adotados os seguintes critérios: ter idade maior ou igual a 60 anos, não ser portador de pneumopatias e/ou insuficiência cardíaca, não ser consumidor de bebida alcoólica, não usar calmantes ou sedativos e não fumar há pelo menos 15 anos, ter diagnóstico clínico de HAS à pelo menos 5 anos, serem capazes de realizar o treinamento e os testes funcionais e não possuir quadro demencial comprovado. Previamente ao treinamento resistido (TR), as voluntárias foram submetidas a um período de adaptação aos exercícios com duração de 1 semana. O TR foi realizado durante um período de 8 semanas, 3 vezes por semana, em dias alternados. A intensidade do treinamento foi periodizada ao longo do programa de treinamento. Foi ultilizado o teste de aptidão funcional proposto por Rikli e Jones (funcional fitness test) antes da fase de adaptação e ao final do treinamento para comparação e análise dos resultados.
RESULTADOS:
Os dados foram analisados no programa estatístico Statistical Package for the Social Sciences, versão 17.0 para Windows (SPSS Inc. Chicago, IL, EUA), atribuindo-se o nível de significância de 5%. Após análise do princípio da normalidade da amostra através do teste Kolmogorov-Smirnov (K-S), foi realizado o teste t'Student para amostra independentes. Observou-se a melhora em quase todos os domínios propostos pelo teste: sentar-levantar (p=0,00); fletir cotovelo (p=0,00); marcha estacionária (p=0,00) e TUG (p=.0,002); com exceção apenas dos desempenhos de sentar-alcançar (p=0,28) e de alcance mãos (p=0,44). O aumento de massa muscular não interferiu na melhora de flexibilidade às variáveis propostas a análise desta função, bem como nos quesitos de força e agilidade, onde o aperfeiçoamento pode ser devido a um melhor recrutamento de unidades motora decorrentes do TR. Diante do crescente aumento na expectativa de vida da população mundial e a prevalência de doenças associadas ao processo de senescência é de suma importância avaliar-se o idoso sob o ponto de vista funcional com o objetivo de prevenir e ou minimizar os efeitos degenerativos inerentes ao envelhecimento, propiciando melhora na qualidade de vida deste.
CONCLUSÃO:
Um programa de TR, 3 vezes por semana, com duração de 8 semanas pode ser seguramente prescrito para pacientes idosos com diagnóstico de hipertensão arterial sistêmica controlada e provoca um impacto positivo na melhoria das habilidades funcionais. Desta forma, pode-se sugerir o TR como um tratamento auxiliar na reabilitação de idosas com HAS.
Palavras-chave: Hipertensão, Envelhecimento, Aptidão física.