62ª Reunião Anual da SBPC
H. Artes, Letras e Lingüística - 3. Literatura - 6. Literatura
A IMAGEM DA MULHER EM HAMLET
Ana Maria da Silva Nunes 1
Algemira de Macedo Lima 1, 2
1. Univesidade Estadual do Piauí - UESPI
2. Profª. Drª./Orientadora
INTRODUÇÃO:

A mulher desde os tempos mais remotos tem sido vista socialmente como um ser inferior. A História comprova esta assertiva. Assim também vemos nas representações da Literatura Ocidental. Por essa razão propomos a realização de um trabalho, a fim de verificar tais representações. Pautamos em uma pesquisa analítica e bibliográfica em torno da obra, Hamlet o Príncipe da Dinamarca, de William Shakespeare, para averiguar qual tratamento que Skakespeare dispensa à mulher. Assim, entendeu-se que esta pesquisa é importante, pois mostrará a relação desta temática e suas implicações em Hamlet. Dessa forma, pretendeu-se com essa proposta despertar o interesse e os gostos dos leitores pelas obras clássicas que só tendem a enriquecer o conhecimento do humano, bem como analisar o papel da mulher na sociedade na qual a obra foi escrita, fazendo um contraponto com a condição da mulher na sociedade atual.

METODOLOGIA:

Para realização deste trabalho foi realizada uma pesquisa bibliográfica e analítica onde se fez levantamento de teóricos que tratam da questão e concomitantemente a leitura analítica da obra, o fichamento dos teóricos que tematizam as relações de gênero. Em seguida procurou-se conhecer e fazer registro da fortuna crítica de Skakespeare, aquelas que mais interessavam a este trabalho. Logo que se concluíram as análises foram comparados os resultados com as idéias dos críticos skakesperianos e em seguida produzido um artigo científico.

RESULTADOS:

Como resultado das análises de dados constatou-se que em Hamlet a mulher é tratada como ser pernicioso que atenta contra a moral dos homens. Estes, seres absolutamente superiores a todos os demais. Ao homem tudo é permitido, pois nada que ele fizer pode manchar sua reputação ou denotar fraqueza de caráter. Para Shakespeare a mulher está em uma posição aquém das dos animais irracionais que segundo o dramaturgo são mais providos de sentimentos que a alma da mulher. Constatou-se, ainda, que Shakespeare percebe a mulher como um ser fútil e frágil. Mas, frágil no sentido de uma patologia moral que a caracteriza como um ser volúvel, de personalidade fraca e que se deixa levar pelo sabor das emoções do momento em todos os aspectos da vida e principalmente no que diz respeito ao amor, como denota o seguinte trecho em Hamlet: "Fragilidade, teu nome é mulher!..."

CONCLUSÃO:

Com a realização deste trabalho a partir da visão em Skakespeare é que percebemos quão foi o massacre social do qual a mulher tem sido vítima, e as atrocidades praticadas pelos que são contra o direito de liberdade de expressão e igualdade dos direitos das mulheres Percebemos que apesar de todo movimento em prol da causa libertadora desse ser que sempre viveu à margem da sociedade, a menos como papel de figurante, ainda não conseguiu conforme Michelle Perrot (2000) é um dos principais motivos que de certa forma sustenta a ideologia retrógada de que a mulher é inferior e submissa ao homem. Cultura essa que vem sendo disseminada, ao longo dos séculos, na sociedade em geral e como tal reflete no discurso literário.

Palavras-chave: Mulher, Representação social, Literatura.