62ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 6. Geociências - 10. Geociências
USO DE DADOS DO PROJETO Shuttle Radar Topography Mission (SRTM) PARA ELABORAÇÃO DE MAPAS DE DECLIVIDADE EM SUB-BACIAS HIDROGRÁFICAS DO RIO CAPIBARIBE, EM PERNAMBUCO
Naia Lua Maçaira Travassos 1
Ioná Maria Beltrão Rameh Barbosa 2
Vânia Soares Carvalho 3
1. Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental/IFPE
2. Profa. MSc./Orientadora - Dpto. de Infra-estrutura e Construção Civil/IFPE
3. Profa. MSc./Co-Orientadora - Dpto. de Infra-estrutura e Construção Civil/IFPE
INTRODUÇÃO:

O Shuttle Radar Topography Mission (SRTM) consiste em um projeto da NASA, missão de sensoriamento remoto, que visou à coleta de informações sobre a altimetria, entre as latitudes 56º S e 60º N, através de um radar do tipo SAR - Sinthetic Aperture Radar - acoplado no ônibus espacial Endeavour, objetivando localizar alvos na Terra, gerando cartas topográficas digitais terrestres com alta resolução. Os arquivos das imagens geradas a partir deste radar estão disponíveis gratuitamente na Internet, no sítio da NASA ou da Embrapa, com resolução de 90x90 metros. Esta tecnologia apresenta diversas aplicações, dentre elas é possível a elaboração de mapas geomorfológicos. O objetivo deste trabalho foi elaborar mapas temáticos de declividade, utilizando as imagens do SRTM e o software ArcGIS 9.2. A área de estudo compreende as sub-bacias: Carpina, Glória do Goitá e Várzea do Una, localizadas na bacia hidrográfica do Capibaribe, em Pernambuco.

METODOLOGIA:

A metodologia utilizada inicia-se com a aquisição e o tratamento da imagem do SRTM que contempla a área da bacia hidrográfica estudada. Para obtenção dos dados de declividade foram seguidas algumas etapas, nas quais foi necessária a manipulação da imagem no programa ArcGIS 9.2. A primeira delas foi a transformação dos sistemas de referência e coordenada, seguida do preenchimento e correção de dados dos pixels da imagem, através da extensão Spatial Analyst do ArcGIS. Esta extensão fornece um conjunto de ferramentas que permite em formato de dados do tipo raster, a análise das células (pixels) contidas na imagem. Através desta extensão foi possível obter os mapas temáticos de declividade para as sub-bacias Carpina, Glória do Goitá e Várzea do Una, utilizando-se como entrada a imagem do SRTM e, posteriormente, calculando a declividade, em percentual, para cada célula da representação, indicando a diferença de nível entre dois pontos dentro da célula de 90x90m.

RESULTADOS:

Como resultados desta pesquisa, foram obtidos os mapas temáticos de geomorfologia, relativos à declividade, para as três sub-bacias estudadas. O mapa temático referente à sub-bacia Carpina apresentou predominância de valores de baixo grau de inclinação em relação ao horizonte, ou seja, a maioria dos pixels, contidos na imagem, possuem valores que caracterizam 5% de declividade. Os mapas, no entanto, referentes às sub-bacias Glória do Goitá e Várzea do Una, apresentaram, predominantemente, valores mais altos de declividade, se comparados à sub-bacia Carpina. Glória do Goitá e Várzea do Una possuem a maioria dos pixels com informações de declividade entre 4% e 7%. Contudo, ao verificar o quantitativo de pixels existentes para valores de declividade acima de 20%, constatou-se que a sub-bacia Carpina é a que possui o relevo mais acidentado, ou seja, aproximadamente 14% do total dos pixels, deste mapa temático, apresentaram valores acima de 20% de inclinação em relação ao horizonte. Nas sub-bacias Glória do Goitá e Várzea do Una, o total de pixels contidos na imagem com valores acima de 20% não ultrapassou 6% do total, demonstrando que as duas últimas sub-bacias são mais planas, se comparadas a Carpina.

CONCLUSÃO:

Apresentando-se como um dos pontos fundamentais da pesquisa, as imagens do projeto Shuttle Radar Topography Mission, manipuladas no software ArcGIS 9.2, foram as principais bases para a elaboração dos mapas temáticos de declividade. Estes, por sua vez, se constituem em importantes instrumentos de apoio para o planejamento e execução de obras hídricas em bacias hidrográficas. A velocidade do escoamento superficial de uma bacia fluvial, por exemplo, é determinada pela declividade do terreno. Dessa maneira, a declividade dos terrenos de uma bacia hidrográfica controla, em parte, a velocidade do escoamento superficial, modificando o tempo de duração com que a água precipitada atinge e se concentra nos canais fluviais. Conclui-se, pois, com esta pesquisa, que as imagens cedidas, gratuitamente, através do site da NASA ou da Embrapa, são importantes instrumentos de pesquisa, visto que podem auxiliar em programas de manejo de bacias hidrográficas, na conservação de solos, na gestão dos recursos hídricos, no planejamento territorial, no monitoramento ambiental e na elaboração de diferentes mapas temáticos, como o de declividade, executado no presente trabalho.

Instituição de Fomento: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco/IFPE
Palavras-chave: Radar, Geoprocessamento, Declividade.