62ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 11. Ensino-Aprendizagem
APRENDENDO SOBRE OS MÉTODOS CONTRACEPTIVOS: A OFICINA COMO UMA PRÁTICA INFORMATIVA
Cristiane Oliveira dos Santos 1
Tainan Amorim Santana 1
1. Depto.de Biociências, Universidade Federal de Sergipe - UFS
INTRODUÇÃO:
De acordo com estudos feitos, atualmente existe um grande número de adolescentes portadores de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST). Segundo Martins e colaboradores (2006) a adolescência é a faixa de idade que apresenta uma maior incidência de doenças sexualmente transmissíveis (DST), como também um elevado número de adolescentes grávidas. Já que o número de gravidez nesse período da vida tem-se mantido elevado, sendo especialmente preocupante seu aumento nas idades mais baixas (11 a 15 anos). Tais fatos podem ser resultados da falta de informação e diálogo sobre o assunto deste porte. A pouca comunicação entre pais e filhos, como também a dificuldade que alguns professores de Ciências encontram em falar de maneira clara e objetiva sobre conteúdos referentes à educação sexual, faz com que as dúvidas a cerca deste tema surjam com mais frequência. Baseados em tais fatos, o presente trabalho propôs utilizar do ambiente universitário para promover mais informação, divulgação e debate sobre pontos relacionados à educação sexual, em especial, aos métodos contraceptivos, como também saber quais as informações que os alunos possuem sobre estes métodos, suas dúvidas e seus mitos.
METODOLOGIA:
Para atingir nosso objetivo, o devido trabalho contou com uma abordagem qualitativa, pois visa compreender o significado que os acontecimentos têm para os indivíduos, em situações particulares. Este trabalho possuiu como seu público alvo alunos das escolas públicas municipais e estaduais do ensino fundamental e médio, do município de Itabaiana, Sergipe. Com a finalidade de saber quais os conhecimentos dos alunos e suas dúvidas sobre os temas que envolvem educação sexual, um grupo de alunos do curso de Ciências Biológicas (Universidade Federal de Sergipe) promoveram, na própria universidade, um espaço onde eles trabalhariam com o público visitante sobre pontos que permeiam a educação sexual, como o uso de anticoncepcionais. Confeccionaram um banner contendo informações ligadas ao assunto, com ilustrações e demonstrações de alguns métodos. Contamos com um momento onde os visitantes debatiam sobre o assunto, tirando suas dúvidas e como também uma parte demonstrativa relacionada ao uso da camisinha e métodos preventivos. Para registrar todos os acontecimentos utilizou-se de uma máquina fotográfica e para anotarmos todas as dúvidas, questionamentos, era feito um diário de campo, onde ficaram registrados todos os comentários dos alunos visitantes.
RESULTADOS:
O resultado deste trabalho foi feito através do diário de campo, escrito no decorrer da oficina, onde analisamos as opiniões dos alunos e classificamo-las em três categorias. A primeira relaciona-se ao uso da camisinha, a segunda ao uso especificamente da pílula oral e por fim, a terceira, está relacionada à eficácia dos métodos contraceptivos secundários (diferentes da pílula e camisinha). Com relação à primeira categoria a maioria dos relatos estava ligada a questões a respeito das camisinhas (feminina e masculina), como o modo de usar e sua eficácia. Um fato curioso foi o espanto dos alunos ao visualizarem a camisinha feminina e também sobre o seu manuseio. Muitos ficaram surpresos ao ver que a camisinha feminina é maior que a camisinha masculina. A segunda categoria diz respeito ao método hormonal onde surgiram dúvidas a cerca da pílula oral. A principal questão relatada pelos alunos foi relacionada ao esquecimento do uso da pílula e à indicação de qual seria a melhor pílula para ser ministrada e se poderia ser indicado por terceiros. Em relação à terceira categoria, observou-se que as dúvidas mais frequentes dos alunos com relação aos métodos contraceptivos diferentes da camisinha, como Diafragma, eram relacionados à eficácia e a sua forma de utilização.
CONCLUSÃO:
Com este trabalho concluímos que há muito que esclarecer para os adolescentes sobre os métodos contraceptivos. Percebemos que a maior preocupação deles, quando falam e questionam sobre o assunto, está relacionada ao uso dos mesmos para evitar a gravidez, sendo que uma grande maioria esquece-se da importância que muitos destes métodos possuem no que se refere a evitar as DSTS. Concluímos também que deve existir uma preparação maior dos professores sobre o ato de ensinar educação sexual na sala de aula, como também uma maior aproximação e diálogo na meio familiar, pois quanto mais informações os alunos possuírem e mais confortáveis eles estiverem ao expor suas dúvidas e questionamentos a respeito de questões sexuais, mais preparados eles estarão para iniciar sua vida sexual de uma maneira consciente, pois notamos que muitas das ações descritas estão relacionadas a pouca informação e a grande quantidade de dúvidas sobre estas questões. MARTINS, L. B. M.; PAIVA, L. H. S. da; OSIS, M. J. D.; SOUSA, MARTINS, L. B. M.; PAIVA, L. C.; OSIS, M. J. D.; SOUSA, M. H. de; NETO, A. M. P.;TADINI, V. Conhecimento sobre métodos anticoncepcionais por estudantes adolescentes, 2006
Palavras-chave: Educação sexual, Conhecimentos prévios, Métodos contraceptivos.