62ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenharia Florestal - 2. Manejo Florestal
BIOMETRIA E GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE PAU ROSA (Aniba rosaeodora Ducke)
Celyane dos Reis Batista 1
Adrielle Nara Serra Bezerra 2
Leomara Andrade da Silva 2
Elaine Cristina Pacheco de Oliveira 3
Ricardo Bezerra de Oliveira 3
Rosa Helena Veras Mourão 3
1. UFOPA, Santarém, Acadêmica do curso de ciências biológicas, Bolsista I.C/FAPESPA
2. UFOPA, Santarém, Acadêmicas do curso de Ciências Biológicas, Bolsista PIBIC/CNPq
3. Prof. Dr./ Orientador, Lab. Bioprospecção e Biologia Experimental, UFOPA-STM
INTRODUÇÃO:
O pau rosa (Aniba rosaeodora Ducke), é uma planta da Família Lauraceae, de notável valor comercial, devido conter em sua composição química o linalol, bastante utilizado como fixador na indústria de perfumes. Apesar da importância econômica do pau rosa, pouco se conhece sobre a auto-ecologia da planta, dificultando assim a elaboração de planos de conservação e manejo dessa espécie (Spironello, et al., 2004). A exploração comercial predatória do pau rosa, levou o IBAMA a incluí-lo na lista de espécies em perigo de extinção, em abril de 1992 (May & Barata, 2004). Dessa forma torna-se importante o planejamento de ações visando à recomposição das populações naturais desta espécie, através da produção de mudas, o que se apresenta como uma alternativa sustentável para a re-introdução e recuperação de áreas degradadas. Na literatura consultada não existem registros sobre a relação existente entre a biometria das sementes e o potencial de germinação de pau rosa, informação que pode ser útil no processo de seleção das sementes para o sucesso nas práticas de cultivo. O presente estudo teve como objetivo avaliar a relação existente entre a biometria e o percentual de germinação de A. rosaeodora, desde a semeadura até a disponibilidade das mudas para o transplantio.
METODOLOGIA:
O experimento foi conduzido entre outubro de 2009 a janeiro de 2010, na casa de vegetação da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA). Foram coletadas sementes com e sem o pericarpo, de um cultivo experimental na Comunidade Santa Cruz, no município de Belterra-PA. Após a coleta, foi realizada a seleção das sementes, fazendo a separação das que apresentavam danos mecânicos ou causados por insetos. O peso, a espessura e o comprimento das sementes foram mensurados com o auxílio de um paquímetro digital, e foi determinada a média e o desvio padrão (D.P) para cada variável, usando o programa Office Excel 2007. A medição das sementes se deu horas após a coleta, e as semeaduras foram realizadas após dois dias, de modo a evitar perda significativa de umidade. O experimento foi realizado em casa de vegetação com sombreamento total, tendo como substrato terra preta e palha de arroz, na proporção de 2:1/2. Um total de 202 sementes foram plantadas a 2 cm de profundidade, em três sementeiras de madeira. A contagem das sementes emergidas foi realizada diariamente por um período de 49 dias após a semeadura. Foram consideradas como sementes germinadas, aquelas que apresentavam formação do caulículo sobre a superfície do substrato.
RESULTADOS:
O percentual de germinação das sementes de A. rosaeodora foi de 80,1%, o que está de acordo com a média de germinação dessa espécie, que varia entre 39 e 91% (Ohashi e Rosa, 2004). As médias, bem como o desvio padrão de peso, espessura e comprimento das sementes que germinaram, foram, respectivamente, 4,44g (D.P: 1,10), 29,80 mm (D.P: 3,39), 14,14 mm (D.P: 1,36). Para as sementes que não germinaram, as médias e o desvio padrão foram de 4g (D.P: 1,39), 14,02 mm (D.P: 1,04), 28,36 mm (D.P: 2,81). De acordo com o resultado encontrado para as sementes que germinaram e que não germinaram, pode-se inferir que não houve relação significativa entre a biometria das sementes, com o percentual de germinação. As sementes começaram a emergir um mês após o plantio, e a germinação findou em 49 dias, sendo importante salientar que as sementes coletadas sem o pericarpo germinaram no mesmo período das que foram coletadas ainda com o fruto, demonstrando que não houve perda significativa de umidade.
CONCLUSÃO:
Com base nos dados obtidos e dentro das limitações deste estudo, pode-se concluir que não houve relação significativa entre a biometria e o percentual de germinação das sementes de pau rosa. Com vistas a obter maiores informações relativas ao desenvolvimento de plântulas de pau-rosa, sob condições de viveiro, sugere-se novos estudos, com amostras submetidas a tratamentos diferentes, de modo a determinar outros fatores que possam interferir no percentual de germinação dessa espécie.
Instituição de Fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq / Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado do Pará - FAPESPA
Palavras-chave: Biometria, Percentual de Germinação, Aniba rosaeodora Ducke.