62ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 3. Educação Ambiental
O PROCESSO EDUCATIVO DA CARTA DA TERRA
Jorge Gabriel Ramires Junior 2, 1
Michèle Sato 2, 1
1. Programa de Pós-graduação em Educação PPGE-IE/UFMT
2. Grupo Pesquisador em Educação Ambiental
INTRODUÇÃO:
A Carta da Terra define as diretrizes gerais para as sociedades sustentáveis e estabelece novos princípios para reger as relações entre governo, povos e o planeta no século XXI. O que a Declaração dos Direitos do Homem significou para as liberdades civis e individuais, a Carta da Terra representa o Planeta. O campo dessa pesquisa foi a Escola Estadual de 1º grau Profª. Hermelinda de Figueiredo, situado no bairro Coophema, em Cuiabá/MT, especificamente com os alunos do 4º ano (3ª série) do período matutino. Com uma versão da Carta da Terra para crianças, realizamos roda de diálogos com trocas de saberes entre eles e nós, e finalizando com a produção de uma carta individual que cada aluno fez para o Planeta Terra e a produção de um vídeo, onde as crianças mostravam suas cartas e deixavam seus recados para a sociedade. Assim, podemos observar que a busca de sensibilização da conservação do planeta tem que começar deste a infância, este trabalho veio explicitar essa afirmação com os resultados obtidos com as crianças, onde tiveram inteirados de sua cidadania ambiental.
METODOLOGIA:
Por meio de uma intervenção educacional crítica na Escola Estadual de 1º grau Profª. Hermelinda de Figueiredo, levamos a proposta de trabalho com os alunos do 4º ano a fim de conhecer os 16 princípios da Carta da Terra. Realizamos esse trabalho com o auxilio da Carta da Terra infantil, essa versão foi celebrada pela NAIA ( Núcleo de Amigos da Infância e Adolescência Na sala de aula, distribuímos um exemplar dessa versão para cada aluno, lemos cada principio e comentamos para melhor compreensão deles. Na seqüência nos atemos a um vídeo escolhido por nós, que se trata a respeito da Carta da Terra e a preservação do planeta, a igualdade e o respeito humano. Ao término do mesmo, pedimos aos alunos que elaborassem em forma de desenho e um pequeno texto uma carta para a terra, com ênfase nos princípios que para eles foram mais relevante e fundamental para a nossa sobrevivência e a do planeta. Realizamos posteriormente uma sistematização dos conhecimentos em conjunto. Depois dessas trocas de conhecimentos, elaboramos um vídeo com os alunos, onde cada dupla de aluno mostrava seus trabalhos e deixava seu recado para a sociedade em respeito aos princípios da Carta da Terra.
RESULTADOS:
Tivemos o objetivo de sensibilizá-los a respeito da preservação e conservação do planeta e também da igualdade social, entre outros valores explicitados na Carta. Por meio da realização desse intervenção educacional crítica e emancipatória, o qual assume sua dimensão política. É uma educação ambiental comprometida com a transformação da realidade rumo a sustentabilidade socioambiental e percebe o ambiente educativo como movimento, mas um movimento aderido ao da realidade socioambiental, onde se contextualiza. Essa adesão é que possibilita à intervenção educacional transforma a realidade socioambiental e isso se dá por uma práxis educativa (reflexão - ação) que potencializa a ação cidadã de sujeitos individuais e coletivos que resistem ao caminho único imposto pela racionalidade dominante. Assim, acretidamos que, para atingir seus objetivos, um processo de educação ambiental deve se munir de características que permitam uma abordagem ampla o bastante para incorporar a complexidade de conteúdos ecológicos, morais, socioculturais, políticos e psicológicos, uma vez que os problemas ambientais não desvinculados desses aspectos.
CONCLUSÃO:
Com a sistematização os dados adquiridos nas escolas, consideramos que as crianças são agentes participativos, autônomos e transformadores estabelecem elos de união cruciais na formação de uma corrente de distinção na comunidade, como uma força invisível vão modificando lentamente uma paisagem social e física da comunidade. São diversos os caminhos pelos quais os jovens podem se aproximar dos valores ecológicos, identificando-se em diferentes níveis com os ideais do sujeito ecológico uma vez que não se trata de uma identidade totalizante. Esta aproximação dos ideais ecológicos pode assumir, de modo não excludente, as formas da adesão a uma luta, a uma ação, a um modo de vida e a um interesse intelectual. Desta forma, nomear-se ecologista ou, ao menos, ecologicamente sensibilizado/simpatizante, pode ganhar os sentidos de adesão a um ideário de ação militante; pode ser uma opção de engajamento grupal pontual e distintiva; ou ainda signo descritor de um interesse ambiental que pode combinar em diferentes gradações a sensibilidade política com a escolha da formação profissional/intelectual.
Palavras-chave: Educação Ambiental, Carta da terra, Sustentabilidade.