62ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 3. Educação Ambiental
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E ARTE NO HORTO FLORESTAL DE AVARÉ- SP
Sandro Marques de Carvalho 1
Petra Sanchez Sanchez 1
1. Universidade Presbiteriana Mackenzie
INTRODUÇÃO:

Com a crescente expansão das cidades, o homem urbano foi se distanciando de um contato mais direto com a paisagem natural. Assim, tornou-se hoje uma questão fundamental reaproximar da natureza a atual geração, principalmente quando se trata de estabelecer uma aproximação das crianças com a vida natural. Nesse entendimento, desenvolver atividades lúdicas voltadas para a educação ambiental em unidades de conservação pode desempenhar importante papel na proteção da fauna e flora e dos mananciais, recursos esses que, uma vez protegidos, poderão contribuir para amenizar o clima na área urbana. Este trabalho focaliza a realização de atividades educativas e oficinas de arte com alunos do ensino fundamental e com professores. A perspectiva é educar de maneira não formal e lúdica, buscando o desenvolvimento de uma consciência ambiental. A importância deste trabalho se justifica pelo fato de ser uma pedagogia que foge dos padrões do ensino formal. Com efeito, enfatiza a arte/educação no campo ambiental como um eficiente instrumento de conscientização dos valores da natureza para o ser humano e, a partir daí, cria responsabilidade no sentido de proteger o meio ambiente da cidade e incentiva os alunos a ter um novo olhar voltado para a preservação dos recursos naturais.

METODOLOGIA:

O trabalho teve as características de uma pesquisa qualitativa, do tipo estudo de caso. Foram desenvolvidas diversas atividades de educação ambiental no Horto Florestal de Avaré-SP - com destaque para a oficina de arte - utilizando a arte e trabalhos de campo realizados com a participação de quarenta e cinco alunos de duas turmas de 5ª série do ensino fundamental, e doze professores das disciplinas de arte, ciências e geografia de duas escolas do município de Avaré, sendo uma escola particular e outra estadual. A elaboração teórica do trabalho abrangeu vários aspectos da educação ambiental e sua contextualização na história, na arte e na cultura, além da caracterização do Horto Florestal. Foi feita uma pesquisa de campo com aplicação de questionários e entrevistas com os alunos e professores e registro de observação direta no próprio Horto. A proposta era avaliar o grau de envolvimento e o aprendizado dos alunos e professores participantes do estudo, com relação à flora e ao uso do solo, buscando, desse modo, a sensibilização e o compromisso deles com a conservação das áreas verdes da região. As respostas obtidas foram tratadas mediante o emprego da técnica de análise de conteúdo, segundo os ensinamentos de Bardin.

RESULTADOS:

Após o desenvolvimento de várias atividades educativas com os alunos e depois do percurso de trilhas do Horto Florestal - localizado em uma unidade de conservação de uso sustentável - foram construídos trabalhos artísticos e esculturas, com diversos elementos da natureza, tais como: troncos queimados, galhos, folhas secas, sementes, pedras e tintas naturais, a exemplo do que sugere o artista FransKrajcberg. Os alunos discutiram os problemas ambientais retratados nas suas esculturas com o objetivo de averiguar suas sensações e percepções oriundas dessas atividades. Pelos resultados obtidos com os alunos e professores, concluiu-se que a arte pode estimular os conhecimentos e apresentar uma inovação metodológica no programa de educação ambiental que, aliás, já é desenvolvido no Horto. Os resultados mostraram ainda que o processo de sensibilização e conscientização dos alunos para as questões ambientais pôde tornar-se mais eficiente com o emprego de atividades artísticas, na medida em que conseguiram associar solidariedade e cidadania ao respeito pela natureza A maior parte dos professores relatou que o uso do espaço físico do Horto oferece a oportunidade de os alunos vivenciarem na prática os conteúdos tratados na sala de aula.

CONCLUSÃO:

Pode-se afirmar que os objetivos da pesquisa foram atingidos. Tais resultados contribuíram para a interação entre alunos e professores, proporcionando uma reflexão a respeito dos problemas ambientais e a busca de formas alternativas de solucionar problemas ambientais para o Horto. Todos colaboraram nas atividades, criaram obras de arte e aprenderam que educação ambiental ajuda a construir um ambiente melhor para uma melhor qualidade de vida da sociedade. As atividades artísticas propostas podem ser desenvolvidas em conjunto com as outras tarefas escolares no molde da interdisciplinaridade, mesmo porque, através delas, os professores poderão encontrar orientações para elaborar novos projetos ou adaptá-las a novos contextos. Para tanto, educação ambiental que, em ultima instância, tem suas bases alicerçadas nos princípios do desenvolvimento sustentável, deverá conduzir o ser humano à compreensão da complexidade do meio ambiente que deve ser protegido. Concluiu-se, ainda, que a incursão no Horto Florestal de Avaré - apesar do seu caráter de ensino não formal - pode possibilitar mudança de atitudes e comportamentos voltados ao respeito à natureza e ser um autêntico prolongamento da sala de aula, onde é possível desenvolver atividades coletivas de educação ambiental.

Instituição de Fomento: Instituto Presbiteriano Mackenzie/Mackpesquisa e Secretaria da Educação do Estado de São Paulo
Palavras-chave: Arte/Educação Ambiental, Educação não formal, Horto Florestal.