62ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 7. Oceanografia - 3. Oceanografia Geológica
IDENTIFICAÇÃO E QUANTIFICAÇÃO DOS MINERAIS PESADOS DA PLATAFORMA CONTINENTAL JURÍDICA BRASILEIRA - PORÇÃO OESTE DO ESTADO DO CEARÁ
Narelle Maia de Almeida 1
Loreci Gislaine de Oliveira Lehugeur 1
George Satander Sá Freire 1
1. Departamento de Geologia, Universidade Federal do Ceará / UFC
INTRODUÇÃO:
Segundo Bates e Jackson (1980 apud SUGUIO, 1980), os minerais pesados são minerais detríticos oriundos das rochas ígneas, sedimentares ou metamórficas, tendo peso específico maior que 2,85 g/cm³. Geralmente formam constituintes menores ou minerais acessórios das rochas em geral. A quantidade dos minerais pesados em um determinado local depende da sua abundância na área fonte e da intensidade do processo de transporte, que inclui a sua capacidade de resistência ao intemperismo, à abrasão e a sua segregação devido a diferenças na densidade e forma (ADDAD, 2001). Atualmente, as reservas brasileiras têm sido consideradas economicamente inviáveis, porém, como o uso desses minerais tem crescido a uma taxa bastante superior à descoberta de novas reservas, tem-se redirecionado o olhar para as reservas nacionais. Portanto, o objetivo geral deste trabalho é identificar e quantificar as assembléias de minerais pesados da porção oeste da Plataforma Continental do Ceará, avaliando a sua potencialidade.
METODOLOGIA:
A avaliação das assembléias de minerais pesados de amostras coletadas na Porção Oeste da Plataforma Continental do Estado do Ceará foi realizada de acordo com a metodologia desenvolvida por Parfenoff (1970). Primeiramente foi feita análise granulométrica das amostras utilizando-se o método do peneiramento de acordo com a escala granulométrica de Wentworth (1922). Depois da seleção das frações (0,062- 0,250 mm) e de um pré-tratamento das amostras com ácido clorídrico foi realizada a separação densimétrica dos minerais utilizando bromofórmio (2,89 g/cm³). Em seguida, os minerais pesados foram analisados sob uma lupa binocular para identificação mineralógica de 300 grãos por amostra e cálculo das percentagens de cada mineral.
RESULTADOS:
Foi observada a presença de ilmenita com teor de 30,3%, turmalina 26,9% e hornblenda 7,5%. Tais minerais estão presentes em todas as amostras. A monazita apresentou 8,2% e não está presente em apenas duas amostras. Foi constatada, também, a ocorrência de sillimanita com 7,4%, estaurolita com 6,0%, epídoto com 5,3%, rutilo com 3,9%, andalusita com 1,8% e zircão com 1,3%. Outros minerais foram encontrados, porém, com porcentagens menores que 1%, sendo eles: muscovita, cianita, granada, apatita, magnetita, serpentina, cassiterita, biotita e espinélio. Foi possível observar uma maior concentração de minerais pesados próximo à foz do Rio Curu, a qual pode está relacionada ao maior número de amostras analisadas nesta região ou o aporte fluvial do rio pode ter sido responsável pela concentração de minerais pesados na mesma.
CONCLUSÃO:
Como em vários países foi proibida a extração direta de minerais pesados nas praias, devido às implicações imediatas no estoque de areias das mesmas, facilitando a erosão costeira e agravando os impactos sobre a fauna, flora, atividades de pesca, lazer e turismo, são de grande importância estudos sobre estes recursos na plataforma continental, pois a extração em áreas submersas ocasionará impactos ambientais menores. Os teores de ilmenita e turmalina são consideráveis podendo dar às empresas mineradoras indicativos sobre locais onde procurar jazidas desses recursos não-renováveis. Portanto, considera-se os minerais pesados da plataforma continental uma herança para o futuro.
Instituição de Fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq
Palavras-chave: Minerais Pesados, Plataforma Continental, Ilmenita.