62ª Reunião Anual da SBPC
F. Ciências Sociais Aplicadas - 4. Turismo e Hotelaria - 1. Fundamentos Teóricos
QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO: ESTUDO DE CASO EM UM HOSPITAL NA CIDADE DE JOÃO PESSOA - PB
Joycecream Cordeiro Balduino 1
Brenardjan Cordeiro Balduino 1
Jefferson Oliveira da Silva 1
Paula Dutra Leão de Menezes 1
1. Departamento de Ciências Sociais - Universidade Federal da Paraíba - UFPB
INTRODUÇÃO:
A hospitalidade é um ato presente em todos os momentos da sociedade e observa-se que ao longo dos séculos a maneira de realizá-la vem sofrendo transformações, mas o objetivo final continua o mesmo, o bem acolher. Dentre as novas formas de hospitalidade encontra-se a hotelaria hospitalar que surge com a finalidade de melhorar a prestação de serviços em ambientes hospitalares e agregar valor ao paciente, proporcionando conforto, segurança e bem estar. Contudo, outro fator de extrema importância para que se realize a perfeita hospitalidade, são os funcionários que agem diretamente para o bem estar do paciente. Sendo assim, torna-se relevante saber como estes se sentem e se comportam em seus ambientes de trabalho, tendo em vista como fator preponderante a Qualidade de Vida no Trabalho, uma vez que os princípios da hospitalidade devem suprir as necessidades tanto dos clientes internos como também os clientes externos. Por esta razão, o referido estudo analisou a qualidade de vida no trabalho dos colaboradores de um hospital na cidade de João Pessoa - PB, verificando se os princípios de hospitalidade estavam sendo atendidos, avaliando o nível de satisfação dos funcionários e identificando se existe o fator estresse relacionado à qualidade de vida no trabalho.
METODOLOGIA:
A presente pesquisa teve como método de procedimento estudo de caso (cf. GIL, 1999), pois consiste no estudo profundo e exaustivo de um objeto, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento. O instrumento de coleta de dados foi um questionário fechado aplicado junto aos funcionários do setor de hotelaria hospitalar, além de observação in loco.
RESULTADOS:
A maioria dos entrevistados foi do sexo feminino. Dentre eles 30% possuem até 25 anos, 40% até 35, 25% de 36 a 45 e acima de 45 anos apenas 10%. Além disto, 30% dos profissionais possuem ensino fundamental incompleto, 30% ensino médio completo, 30% superior completo e 10% incompleto. Constatou-se que 60% dos participantes trabalham a menos de 3 anos no hospital, enquanto 30% trabalham a mais e apenas 10% destes ultrapassam os 10 anos. Em relação à jornada de trabalho de 60% dos envolvidos é de 8 horas por dia, enquanto 40% têm uma jornada de 12/36 horas. Dentre estes 30% afirmam sofrer com o excesso de trabalho e 70% discordam. Embora 20% dos entrevistados afirmem ser pressionados pelo seu superior, 80% discordam que seu chefe é exigente e insensível, e consideram seus colegas de trabalho agradáveis. Foi diagnosticado ainda que 60% se preocupam com o trabalho mesmo estando em seu momento de lazer, enquanto 40% negam tal preocupação. Dos entrevistados 60% afirmam que a organização não reconhece seus esforços, 20% recebem apenas elogios e 20% recebem oportunidades de promoção. Averiguou-se ainda que 30% dos profissionais nunca se ausentaram do trabalho, enquanto 70%, por algum motivo, sim. Destes, 30% se consideram estressados, porém 70% não se avaliam assim.
CONCLUSÃO:
Através da pesquisa percebeu-se que a maioria dos envolvidos com a hotelaria hospitalar possui nível superior em diversas áreas, exceto em hotelaria. Poucos funcionários concordam que existe excesso de trabalho e cerca de 80% não se sentem pressionados pelo seu superior para cumprir prazos, discordando em 100% quanto à exigência e insensibilidade do mesmo. Através do questionário aplicado bem como da observação in loco realizada pelos pesquisadores, averiguou-se que o ambiente do hospital é bastante agradável e que os princípios da hospitalidade estão sendo desenvolvidos. A maior parte dos funcionários declarou preocupar-se com questões referentes ao trabalho no seu momento de lazer, embora os seus esforços não sejam reconhecidos pela organização. Verificou-se que somente um colaborador não está satisfeito com o seu trabalho, e todos afirmaram que o hospital não oferece programas de bem estar. O estudo detectou também que 70% dos colaboradores não se consideram pessoas estressadas e que raramente faltam ao trabalho. Ao final do estudo conclui-se que os envolvidos na hotelaria do hospital necessitam de um programa que vise atender e aumentar o nível de satisfação dos mesmos. Sendo assim, sugerimos a reestruturação dos programas de benefício e assistência aos colaboradores, com o intuito de promover o reconhecimento dos seus esforços.
Palavras-chave: Hotelaria Hospitalar, Qualidade de Vida no Trabalho, Hospitalidade.