62ª Reunião Anual da SBPC
F. Ciências Sociais Aplicadas - 10. Comunicação - 8. Comunicação
HOMOFOBIA:PASSADO OU PRESENTE?
Clara Barbalho Pereira da Silva 1, 2
Ana Clara Nobre Mendes 1
Messias Dantas Pereira Júnior 1
Jonathan Francidi 1
1. Instituto Federal do Rio Grande do Norte
2. Universidade Potiguar
INTRODUÇÃO:

 A prática homossexual desde muito tempo é usada entre nobres, para selarem acordos ou outros, sendo ela aceita ou condenada. Muitas figuras históricas, incluindo Sócrates, Lord Byron, Eduardo II, e Adriano, tiveram termos como homossexuais ou bissexuais aplicados a eles. Muitas etnias e culturas relataram a prática homossexual em seu dia-a-dia, forte desaprovação da homossexualidade foi relatada em 41% das 42 culturas; aceita ou ignorada por 21% e 12% não relataram tal conceito. Das 70 etnografias, 59% relataram a homossexualidade como ausente ou rara em frequência e 41% a relataram como presente ou como não incomum.

 Em Natal atualmente, o preconceito contra homossexuais por mais que seja escondido, existe e está presente nas ruas, no trabalho, nas escolas e universidades.Também conhecidas como as pessoas do 'babado', os gays,lésbicas e bissexuais estão,em sua maioria,escondidos com medo da sociedade e do mundo a fora.Queremos por meio desse trabalho relatar a grande diferança em relação ao pensamento de hoje e o de 30 anos atrás. Pretendemos entrevistar pessoas de diversas idades para comprovarmos essa diferença,e provarmos que as pessoas mais velhas continuam com o preconceito do passado,já as mais novas, mudaram de pensamentos.

METODOLOGIA:

 Começamos a desenvolver essa pesquisa depois que um de nossos colegas sofreu preconceito na universidade, então analisamos um modo em que pudéssemos atingir o maior número de pessoas, mostrando a elas que a homofobia é crime.Resolvemos começar com uma pesquisa de abordagem pública, entrevistando todo o tipo de pessoa, desde estudantes a idosos. Perguntávamos as pessoas se elas sabiam o que era homofobia e o que elas achavam das pessoas que a praticavam.

 Após a pesquisa nas ruas, começamos a debater como poderíamos atingir as pessoas e mostrar a elas a importância do respeito mútuo. A partir daí passamos a distribuir na rua panfletos de conscientização, levamos debates a salas de aula de faculdades e escolas. Fizemos também entrevistas com homossexuais da cidade para sabermos se eles já haviam sofrido algum tipo de preconceito pela opção sexual, e de que maneira isso foi manifestado.

 Queríamos descobrir se poderíamos afetar de alguma maneira as pessoas que estavam ao nosso alcance. Conversamos com nossos amigos sobre o tema e a polêmica veio a tona, de alguma maneira todos eles contribuíram com opiniões e surgestões.

RESULTADOS:

 Através de entrevistas feitas por pessoas abordadas nas ruas, escolas, faculdades e demais ambientes, podemos observar o contingente de opiniões a respeito da homofobia e a parcial aprovação existente entre pessoas na faixa dos 30-60 anos e o inverso, visto entre adolescentes e adultos entre 15 - 30 anos.

 Os resultados mostraram que cerca de 100% das mulheres entrevistadas entre 14-18 anos, são contra a homofobia, e relatamos que entre elas, 70% já sofreram preconceito por não serem heterossexuais. Entre o público de 18-29 anos, 25% se classificaram como pessoas homofóbicas,e que 28% não se sentem a vontade perto de um casal homossexual.O número mais alarmante está entre as de 30-60, em que 68% consideravam-se  homofóbicas, e 75% não se sentem a vontade com um casal homossexual.

 Entre os homens de 15-18 anos, 76% são contra a homofobia, e 20% afirmaram que já foram descriminados pela sua opção sexual. Entre o público de 19-29 anos, 46% consideravam-se homofóbicas e 68% relataram não se sentirem a vontade com um casal do mesmo sexo. Já os homens entre 30-60 anos mostraram que 64% se consideram pessoas homofóbicas, e 80% não gostam de casais do mesmo sexo.

 

CONCLUSÃO:

 Como resultado de nossa pesquisa provamos que o maior número de pessoas com preconceitos está de fato entre as pessoas entre 30-60, enquanto os jovens provam ser mais liberais enquanto a sexualidade deles e dos outros. Entrevistamos ao todo 220 pessoas, 30 sendo mulheres entre 14-18 anos, 30 mulheres entre 18-29 e 50 mulheres entre 30-60 anos; os homens entrevistados somavam 30 entre 15-18, 30 entre 19-29 e 50 entre 30-60.

 Entretanto, podemos afirmar também que com o passar dos anos e com a influência obtida pelas discussões sobre homofobia e relações homo, o cenário vai modificando-se aos poucos, tanto que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o resultado de sua última contagem da população. A pesquisa iniciada em abril de 2007 incluiu, pela primeira vez, a opção "cônjuge/companheiro do mesmo sexo" como uma das possibilidades de resposta para a pergunta sobre a relação do entrevistado com o responsável pelo domicílio. A contagem não fez nenhuma pergunta sobre orientação sexual. Mesmo assim, 17.560 pessoas declararam ter companheiros do mesmo sexo atuando como chefe da casa. Revelou, portanto, que 0,02% de toda a população que vive nas pequenas cidades desse Brasil que não reconhece a união entre pessoas do mesmo sexo são homossexuais casados.

 

 

Palavras-chave: Homofobia, Juventude, Passado.