62ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 8. Genética - 1. Genética Animal
CARIÓTIPO DE Anomalocardia brasiliana (BIVALVIA: VENERIDAE) EM PRAIAS DO MUNICÍPIO DE GROSSOS - RN.
Edigleyce de Lima Costa 1
Marcos Antonio Nobrega de Sousa 1
1. Depto. de Ciências Animais, Universidade Federal Rural do Semi-Árido - UFERSA
INTRODUÇÃO:
A família Veneridae reúne aproximadamente 500 espécies viventes, pertencentes à cinquenta gêneros e 12 subfamílias. Essa diversidade está relacionada à sua grande variedade de habitats. A maior parte das espécies pode ser encontrada em lodo e bancos de areia expostos com a maré baixa. Anomalocardia brasiliana (Gmelin, 1791) da família Veneridae tem ocorrência nas Índias Ocidentais (nas Antilhas), no Brasil e no Uruguai. É um molusco bivalve lamelibrânquico, muito comum ao longo da costa brasileira, principalmente em enseadas, baías e estuários. Tem importância sócio-econômica, sendo comercializada em diferentes escalas, principalmente pelas comunidades litorâneas, que a utilizam também na alimentação familiar. A. brasiliana tem uma fase larval planctônica e altos níveis de dispersão. Em moluscos marinhos as variações geográficas geralmente ocorrem por barreiras causadas pelas correntes marinhas e diferenças de temperatura e salinidade. Caracterizar o cariótipo desta espécie, quanto a sua estrutura e quanto ao número de cromossomos, fazendo uso da técnica de coloração convencional pode auxiliar no diagnóstico de possíveis alterações cromossômicas decorrentes das variações ambientais neste organismo.
METODOLOGIA:
Foram coletados sete exemplares de A. brasiliana com 1,5 a 3 cm de comprimento nos meses de novembro e dezembro de 2009, janeiro e março de 2010, nas praias de Barra, Pernambuquinho e Alagamar. Os espécimes foram encubados em uma solução de colchicina 0,025% preparada com água do mar por 7-9 horas. Os tecidos foram macerados e tratados por 20-30 minutos em uma solução hipotônica. O material foi fixado em uma mistura de álcool etílico e ácido acético (3:1) com três trocas, uma a cada 10 minutos. A suspensão foi pingada em lâminas de microscopia e secas ao ar. As lâminas foram coradas em solução Giemsa e depois foram postas pra secar ao ar. As metáfases foram analisadas com o auxílio de um fotomicroscópio Nikon, modelo Eclipse E-100, localizado no laboratório LimnoAqua da UFERSA. O número modal foi estabelecido examinando-se 10 metáfases de cada espécime coletado. As metáfases mais elucidativas foram fotografadas com o auxílio de uma câmera digital de 12 megapixels de resolução. As imagens foram trabalhadas com o auxílio do programa Photoshop para montagem dos cariótipos, a fim de corrigir densidade, contraste, recortar os cromossomos e agrupá-los de acordo com a literatura especializada levando-se em consideração o número diplóide (2n) e o número fundamental (NF).
RESULTADOS:
O número diplóide (2n) encontrado foi 2n=20 e número fundamental (NF) foi NF=20, composto por 10 pares de cromossomos acrocêntricos, dispostos em ordem decrescente de tamanho. Sendo nove pares de tamanho médio e um par diminuto. A temperatura média encontrada nas praias de Barra, Pernambuquinho e Alagamar, nos meses estudados, foram 29,3ºC, 30,0ºC, 28,9ºC e 32,2ºC, respectivamente, e a salinidade média, foram 42,2 ppm, 38,3ppm, 39,3ppm e 41,3ppm, respectivamente. Apesar das variações observadas, não houve diferenças no cariótipo dos indivíduos estudados, através deste tipo de coloração. Assim como, não foram distinguidos morfologicamente os cromossomos sexuais. Novos investimentos em maior período de coleta poderão evidenciar diferenças. No entanto, dados de DNA mitocondrial e de eletroforese de proteínas tem mostrado que peixes e invertebrados marinhos com larvas planctônicas possuem similaridade genética através de áreas amplas. As diferenças genéticas entre as populações de A. brasiliana podem ser decorrentes de uma combinação de vários fatores, como: variações ambientais, distâncias geográficas e direção de correntes marinhas. Entretanto, é importante salientar que os dados citogenéticos para esta espécie são inéditos na literatura.
CONCLUSÃO:
Embora não tenham sido observadas diferenças no cariótipo nesta espécie entre os meses estudados. Os dados citogenéticos para A. brasiliana são inéditos na literatura, aumentando o conhecimento sobre a citotaxonomia desta espécie.
Instituição de Fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq
Palavras-chave: Cariótipo, Anomalocardia brasiliana, Grossos, RN.