62ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 5. Farmácia - 4. Farmacotecnia
DESENVOLVIMENTO E AVALIAÇÃO DE MATRIZES DE HPMC PARA LIBERAÇÃO MODIFICADA DE TRIANCINOLONA
Vivian Vollet de Morais 1
George Darlos de Araújo Aquino 2
Luiz Alberto Lira Soares 3
Arnóbio Antônio da Silva Júnior 4
1. Programa de Pós-graduação em Ciências Farmacêuticas da UFRN
2. Curso de Farmácia - UFRN
3. Prof. Dr./Orientador - Programa de Pós-graduação em Ciências Farmacêuticas da UF
4. Prof. Dr./Co-orientador - Programa de Pós-graduação em Ciências Farmacêuticas da
INTRODUÇÃO:
Existe um interesse constante na liberação prolongada de fármacos desde o começo da década de 80. Os sistemas de liberação prolongada para fármacos destinados à administração oral são fabricados principalmente na forma de matrizes para comprimidos. Estas matrizes podem ser constituídas por polímeros e é uma opção interessante, sendo uma das estratégias mais empregadas no desenvolvimento de uma formulação oral de liberação modificada, devido a diversas vantagens como a versatilidade, eficácia, baixo custo e produção que recorre a equipamentos e técnicas consolidadas. A hidroxipropilmetilcelulose (HPMC) é um éter de celulose, e um dos mais populares materiais carreadores hidrofílicos para a produção de sistemas de liberação modificada de uso oral. A sua característica mais importante é a capacidade de intumescer após contato com a água ou fluidos biológicos, resultando no relaxamento da cadeia polimérica com expansão do volume e em seguida, o fármaco incorporado se difunde em direção ao meio fora do sistema. O objetivo desse trabalho é desenvolver uma forma farmacêutica sólida por compressão, para liberação modificada de triancinolona, empregando a hidroxipropilmetilcelulose (HPMC) como excipiente para formação de uma matriz hidrofílica.
METODOLOGIA:
Para o presente estudo foram obtidas quatro formulações a base de celulose microcristalina, estearato de magnésio e HPMC em diferentes concentrações (30, 40, 50 e 60%). Para cada formulação foram obtidas ainda três durezas (5, 7,5 e 10 KgF), nas quais foram incorporadas triancinolona (TRI) suficiente para fornecer a dose de 10mg por comprimido. O peso médio foi ajustado para 250mg. As matrizes foram preparadas por compressão direta em máquina de comprimir rotativa de 10 punções com 9 mm de diâmetro. Os parâmetros farmacopéicos de controle de qualidade foram determinados depois de 24 horas. O peso médio, a dureza, a friabilidade, as dimensões e os testes de desintegração, e o doseamento do fármaco foram determinados de acordo com as especificações da USP 30. A metodologia analítica utilizada foi validada de acordo com os parâmetros estabelecidos pela ANVISA. O teste de intumescimento foi realizado de forma que cada matriz (n=3) foi colocada verticalmente em uma cesta de aço e mergulhada em um banho termostatizado com água destilada a 37ºC, de forma que a matriz estivesse completamente imersa. Em intervalos de tempo pré-determinados (0,5h; 1h; 2h; 4h; 6h e 8h) as matrizes foram pesadas e foi calculado o percentual de intumescimento (ganho de água).
RESULTADOS:
Todas as matrizes preparadas foram aprovadas nos ensaios de controle de qualidade, indicando o sucesso dos parâmetros escolhidos para a obtenção dos comprimidos. No teste de desintegração foi visto que todas as matrizes apresentam características de liberação modificada, pois todas se mostraram intumescidas e sem sinais de desintegração após 30 minutos de ensaio. No teste de intumescimento foi observado que as matrizes apresentaram ganho de massa com o passar do tempo e foi observada a formação de uma camada viscosa de hidratação, responsável pelo controle da penetração de água e dissolução e liberação do fármaco. Após a realização dos testes foi observado que as formulações com dureza de 7,5 KgF apresentaram maior rendimento de intumescimento (77 - 203%). Diante disso, esta foi selecionada para incorporar a triancinolona e preparar matrizes de 10mg. Após a preparação dos comprimidos foram realizados os testes de controle de qualidade onde todos foram aprovados. Depois foi realizado o doseamento da triancinolona de acordo com as especificações da USP 30 para comprimidos. O teste foi feito em triplicata e foi determinado o teor médio de triancinolona que foi de 97,10 + 1,95 estando de acordo com as especificações da USP 30.
CONCLUSÃO:
De acordo com os resultados dos testes, pode-se concluir que todas as matrizes passaram nos testes de controle de qualidade. Os resultados obtidos nos testes de desintegração e de intumescimento confirmaram a obtenção de comprimidos matriciais de liberação modificada. Os resultados experimentais demonstram o potencial das matrizes obtidas como sistema de liberação modificada para a triancinolona. Os comprimidos com dureza de 7,5 KgF foram selecionados para a próxima fase do estudo, que inclui a liberação in vitro do fármaco a partir dos comprimidos.
Instituição de Fomento: PROPESQ/PPG-UFRN
Palavras-chave: Hidroxipropilmetilcelulose, Matrizes Hidrofílicas, Triancinolona.