62ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 5. Saúde Coletiva
ANÁLISE DA CAPACIDADE FUNCIONAL DE IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS NO MUNICÍPIO DE NATAL -RN
Vilani Medeiros de Araújo Nunes 2, 1
João Carlos Alchieri 1
Alcides Viana de Lima Neto 2
Bárbara Coeli Oliveira da Silva 2
Bruna Dianelle Freitas Rabello 2
Maria Sueleide Feitosa Pinheiro 2
1. Universidade Federal do Rio Grande do Norte / Centro de Ciências da Saúde (CCS)
2. Faculdade de Excelência Educacional do Rio Grande do Norte - FATERN / Gama Filho
INTRODUÇÃO:
O processo de envelhecimento é um fenômeno natural tendo como uma de suas características a diminuição gradual e progressiva da capacidade funcional, podendo estar relacionada na facilidade do indivíduo executar tarefas físicas básicas ou de algum domínio da vida considerada como normal. Portanto, aparece como um novo paradigma de saúde, tornando-se preponderante para o diagnóstico da saúde física da população idosa, emergindo como um indicador-chave na avaliação da saúde dessa população. A Política Nacional do Idoso garante que todos os idosos tenham direito à promoção de sua autonomia, integração e participação efetiva na sociedade. A perda da autonomia geralmente se associa à redução ou perda da eficiência de alguns órgãos e sistemas afetando a capacidade funcional. Atualmente uma das grandes metas é se viver mais anos e com uma melhor capacidade funcional para a realização das atividades cotidianas. Assim, o estudo teve como objetivo analisar a capacidade funcional em idosos institucionalizados no município de Natal - RN. Neste sentido, justifica-se esse estudo que servirá de subsídio para sugestões de intervenções que poderão ser implementadas visando melhorar as ações oferecidas aos idosos na área da saúde, na perspectiva da melhoria de sua qualidade de vida.
METODOLOGIA:
Estudo descritivo e exploratório realizado em uma Instituição de Longa Permanência para Idosos -ILPI - no Município de Natal - RN. Foram utilizados dois instrumentos para a coleta de dados. Inicialmente foi preenchida uma ficha de informações sócio-demográficas com o objetivo de obter informações sobre os sujeitos. O segundo foi um formulário contendo um roteiro de questões referentes às Atividades de Vida Diária, utilizado para avaliar a capacidade funcional dos idosos (Índice de Katz). A coleta de dados foi realizada nos meses de fevereiro e março de 2010. As variáveis analisadas foram: sexo, faixa etária, escolaridade, atividade física, nível de consciência, acuidade visual e auditiva, e os itens da escala de Katz - banho, vestir-se, higiene pessoal, continência e alimentação. Para análise dos dados foi utilizado o programa EPI-info versão 6.5.1. A amostra pesquisada foi de 40 idosos, todas do sexo feminino com idade variando de 72 a 94 anos. Os participantes eram avaliados sobre sua dependência, necessidade de ajuda e independência em cada uma das atividades da vida diária. As respostas foram divididas em três níveis: dependentes, particularmente dependentes e independentes. Os independentes eram as pessoas que conseguiam realizar as atividades sozinhas, sem auxílio de outras pessoas. Os particularmente dependentes eram os que realizam as atividades exclusivamente acompanhadas e os dependentes eram completamente incapazes de realizarem as atividades sem ajuda.
RESULTADOS:
As participantes foram 40 idosas, das quais 17 (42,5%) participaram do estudo; as demais foram excluídas por apresentarem distúrbios cognitivos, diagnósticos de demências/desorientação ou alterações que impedissem a fidedignidade das respostas. O nível de consciência demonstrou que 70,6% encontram-se lúcidas, com acuidade visual 52,9%; 76,5% apresentaram normalidade na acusia. Viu-se que 82,4% possui sensibilidade e força motora preservada nos membros superiores com faixa etária predominante de 76 a 80 anos (47,06%), sendo 41,2% alfabetizadas, 29,4% não alfabetizadas. 88,2% não praticavam nenhuma atividade física. Na avaliação pelo índice de Katz, 58,8% dos entrevistados afirmou tomar banho completamente sem assistência, e 23,5% recebe assistência para lavar mais que uma parte do corpo. No item capacidade de se vestir 70,6% conseguem vestir-se sem nenhum auxílio, enquanto na higiene 76,5% realizam de forma independente. A respeito da capacidade de deitar-se e levantar-se 76,5% o fazem sem assistência mesmo usando objeto auxiliar sendo que 82,4% dos entrevistados têm controle da continência. A capacidade de alimentar-se apontou que 76,5% dos idosos se alimentam de forma independente, 17,6% recebe assistência para alimentar-se e 5,9% alimentam-se por si.
CONCLUSÃO:
Percebemos que para entender a capacidade funcional do idoso é necessário conhecimento sobre o processo do envelhecimento. Pois o fato do individuo ser considerado idoso devido a sua faixa etária, não quer dizer que ele perdeu a sua autonomia, ou seja, não tem capacidade de decisão e nem possibilidade de ser alguém útil na sociedade em que esta inserida.  A forma como o idoso vive, a qualidade dos últimos anos de sua vida e suas maiores limitações pode ser observada por meio de estudos populacionais direcionados a esta faixa etária. No Brasil esses estudos ainda são raros, e os poucos que vêm sendo realizados refletem o perfil desta população. Preservar a autonomia e a independência funcional das pessoas idosas deve ser a meta de cada um de nós. É fundamental respeitar a história das pessoas idosas, garantirem direitos, indicar caminhos e promover a possibilidade de uma ampla rede de cuidados, com paz e dignidade, numa sociedade mais justa e solidária, onde envelhecer seja de fato um triunfo para todos nós. Foi verificado que os idosos possuem certo grau de dependência para realização do autocuidado, sendo de total importância a criação de políticas públicas mais consistentes para essa faixa etária com ênfase na promoção do envelhecimento saudável.
Instituição de Fomento: Faculdade de Excelência Educacional do RN - FATERN - Gama Filho, Natal - RN.
Palavras-chave: Envelhecimento Humano, Capacidade funcional, Idosos institucionalizados.