O açaizeiro é uma palmeira nativa da região norte do Brasil. Tem como hatitat predominantemente terrenos alagados e várzeas. A germinação é rápida, porém desuniforme. A emergência das plântulas inicia-se 20 dias após a semeadura e estabiliza-se depois de 45 dias. O êxito na formação de florestas de alta produção depende, em grande parte, da qualidade das mudas plantadas, que além de terem que resistir às condições adversas encontradas no campo após o plantio deverá sobreviver e, por fim, produzir árvores com crescimento desejável. A utilização de mudas de boa qualidade é um dos fatores de maior importância. Neste cenário, o substrato se destaca por apresentar as funções básicas de sustentação da planta e o fornecimento de nutrientes, água e oxigênio.  Os substratos devem apresentar dentre as características desejáveis: baixo custo, suficiente teores de nutrientes correspondentes as exigências nutricionais da espécie e ainda boas propriedades físicas, como aeração, textura e retenção de água. Contudo, há pouca ou nenhuma indicação na literatura de um substrato que apresente boas características físico-química possibilitando maior desenvolvimento dessas mudas. Portanto, o trabalho tem como objetivo avaliar o desenvolvimento biométrico de mudas de açaí sob diferentes substratos.

Foram coletados frutos de açaí (Euterpe precatoria Mart.) em áreas circunvizinhas ao município de Ji-Paraná, Rondônia. As plântulas foram transplantadas para sacos plásticos de polietileno preto de 17 x 22 cm. O experimento foi conduzido no viveiro telado com sombrite proporcionando 50% de sombra a temperatura ambiente e a céu aberto. As mudas foram submetidas a diferentes tipos de substratos: To - areia + subsolo (1:1); T₁ - areia + subsolo + palha de arroz carbonizado (1:1:1) T₂ - areia + subsolo + palha de arroz (1:1:1) e T₃ - areia + subsolo + palha de coco. Para avaliar a influência do substrato no desenvolvimento das mudas foram avaliados os seguintes parâmetros, no período de 30 e 60 dias, utilizando cinco plântulas por tratamento: comprimento da parte aérea - considerou-se da superfície do solo do recipiente até a emissão do folíolo da folha mais alta, com auxílio de uma régua graduada. Diâmetro a altura do colo - medido a 1 cm acima do solo do recipiente, com auxílio de um paquímetro. Peso seco da parte aérea, da raiz e total - na determinação do peso seco, as mudas foram colocadas em estufa com circulação forçada de ar à temperatura de 60^oC, até atingir peso constante. O peso da matéria seca total foi obtido por meio da soma dos pesos das outras matérias seca da plântula.

As mudas de açaí tiveram um maior desenvolvimento em altura no ambiente sombreado a 50%. As mudas no substrato T₂ apresentaram maior desenvolvimento em altura a céu aberto e sombreado, respectivamente (13,3 e 15,4 cm) aos 30 dias em relação os demais tratamentos. Não houve diferença significativa do DAC das mudas submetidas a diferentes tipos de substratos (0,31 a 0,39 cm).  O peso da matéria seca das folhas a céu aberto variou de 0,12 a 0,13 g e de 0,11 a 0,13 g a 50% de sombra aos 30 dias. O caule a céu aberto apresentou maior desenvolvimento no tratamento T₁ (0,16 g) sem diferença significativa dos demais tratamentos, enquanto a 50% de sombra o tratamento T₂ apresentou maior desenvolvimento (0,16 g) sem diferença significativa em relação aos demais. As mudas provenientes do substrato que combinou areia + subsolo + palha de arroz apresentaram maior peso médio da matéria seca total (13,6 e 15,7 g) nos dois níveis de sombreamento avaliados em relação aos demais tratamentos, possivelmente as características físicas e químicas do substrato do tratamento T₂ permitiram o maior desenvolvimento das mudas de açaí.

O substrato formado de areia, subsolo e palha de arroz possibilitou maior desenvolvimento biométrico das mudas de açai em relação aos demais tratamentos avaliados.