62ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 6. Química Inorgânica
modificação da celulose com 2-aminometilpiridina para adsorção de metal pesado
José Milton Elias Matos 3
Julio Cesar Perin de Melo 4
Claudio Airoldi 5
Edson Cavalcanti da Silva Filho 6
Pedro Dheiky Rodrigues Monteiro 1
José Francisco Barros Júnior 2
1. Depto. de Química - UFPI
2. Depto. de Química - UFPI
3. Depto. de Química - UFPI
4. Instituo de Química - Unicamp
5. Instituo de Química - Unicamp
6. Prof. Dr. / Orientador - CAFS - UFPI
INTRODUÇÃO:

Os biopolímeros mais explorados atualmente é a celulose e a quitina, que são nessa ordem os mais abundantes biopolímeros encontrados na natureza, extraídos de vegetais e pequenos animais, respectivamente. No entanto, tal como são obtidos possuem baixa capacidade reacional. Para uso desses materiais na remoção de cátions são feitos alguns processos químicos com o objetivo de introduzir em suas cadeias grupos básicos, principalmente aqueles ricos em conteúdo de nitrogênio, pois este tem uma propriedade quelante frente aos cátions.

Este trabalho teve como objetivo a modificação da celulose com 2-aminometilpiridina, sendo a cloração uma etapa intermediária, e o material final, após ter sido caracterizado foi aplicado na adsorção de Cu2+ de soluções aquosas, e foram testados três modelos de adsorção diferentes (Langmuir, Freundlich e Temkin).
METODOLOGIA:

Uma amostra de 10,0 g de celulose foi ativada a 353 K por 12 h e em seguida foi suspensa em 200,0 cm3 de dimetilforfamida (DMF), onde foram adicionados lentamente 35,0 cm3 de cloreto de tionila (SOCl2), à 353 K, sob agitação mecânica. Após o fim da adição a solução continuou sob agitação nesta mesma temperatura durante 4 h, e obteve-se a celulose clorada (Cel-Cl), a qual foi lavada com solução aquosa de NH4OH para neutralizar o pH do meio, seguido de lavagem exaustiva com água destilada e o sólido foi separado por filtração e seco à vácuo à temperatura ambiente. Em seguida, uma amostra de 1,0 g da celulose clorada (Cel-Cl) reagiu com 14,6 cm3 de 2-aminometilpiridina (amp) na ausência de solvente sob refluxo e com agitação mecânica por 4 h, e o material foi e seco em vácuo por 24 h e caracterizado por análise elementar, FTIR e RMN 13C.

As isotermas de adsorção foram obtidas pelo método de batelada, utilizando 20,0 mg da celulose modificada com 25,0 cm3 de soluções de cobre de concentrações conhecidas. As suspensões foram colocadas em frascos e agitadas por 4 h em um agitador orbital, termostatizados a 298 ± 1 K e em seguida, separadas por centrifugação a 3000 rpm por 10 min e o sobrenadante foi determinado por ICP-OES.

RESULTADOS:

A partir da análise elementar de nitrogênio, foi determinado que 0,28% de nitrogênio haviam sido imobilizadas na celulose, correspondendo a 0,10 + 0,01 mmol g-1. O espectro de infravermelho do material final comprova a imobilização da molécula mostrando uma diminuição da vibração ν (C-Cl). Na região entre 1650 à 1700 cm-1 ocorre o surgimento de uma banda intensa referente à deformação  axial  de  C C  do  anel  aromático monosubstituído,  assim  como  deformação  angular de  N-H  que  também  aparece  na  região  de  1650- 1600 cm-1. Nos espectros de podemos observar entre 170 e 160 ppm a presença de um pico pouco intenso, que refere-se ao carbono 8 (C8). Observa-se também a presença de um novo pico em  torno de 65 ppm referente ao grupo  metileno (C7) da molécula imobilizada, que é melhor vizualizado que o C8. 

Após a caracterização o material foi aplicado na remoção de cobre, onde houve uma adsorção de 0,10 + 0,01 mmol de cobre por grama de celulose modificada, onde observou-se que todos os modelos (Langmuir, Temkin e Freundlich) demonstraram um excelente ajuste, com desvio padrão e somatório do quadrado dos erros chegando a 0,02 e 0,05 respectivamente, porém a partir da correlação observa-se que o melhor ajuste foi para o modelo de Langmuir.

CONCLUSÃO:
A celulose foi clorada e modificada com 2-aminometilpiridina com sucesso e aplicou-se na remoção de cobre de solução aquosa, onde 100% dos sítios da molécula imobilizada foram utilizados para a remoção de cobre divalente de meio aquoso, correspondendo a 0,10 mmol g-1,  sendo o modelo de Langmuir o melhor ajuste considerando a correlação linear.
Instituição de Fomento: CNPq, FAPESP, UFPI.
Palavras-chave: celulose, sorção, cobre.