62ª Reunião Anual da SBPC
F. Ciências Sociais Aplicadas - 12. Educação Física e Esportes - 1. Educação Física e Esportes
FATORES DE RISCO À HIPERTENSÃO ARTERIAL EM ESCOLARES
Felipe Augusto Cabral Fernandes 1
Roger Barradas Almeida 1
Tônia Costa 2
1. Universidade Federal do Rio de Janeiro - Escola de Educação Física e Desportos
2. Universidade Federal do Rio de Janeiro - Faculdade de Educação
INTRODUÇÃO:

Crescente número de escolares com sobrepeso nos leva a repensar conceitos e valores sobre alimentação, atividade física, atividades diárias rotineiras e fatores de risco a hipertensão arterial hereditários. Em populações infantis, estudos mostram relação direta entre valores de pressão arterial e índice de massa corporal (IMC), tornando o IMC uma ferramenta de grande valia para a detecção de indivíduos com maior grau de risco. Assim, é interessante correlacionar os valores aferidos para crianças com o intuito de prevenção de doenças cardiovasculares (DCV) e de promoção da saúde. Este estudo objetivou estimar a prevalência de fatores de risco à hipertensão arterial em escolares de 9 a 11 anos em uma unidade escolar na zona norte do município do Rio de Janeiro e analisar a importância da prevenção no controle dos fatores determinantes.

METODOLOGIA:

Estudo descritivo, exploratório, transversal. Amostra aleatória constituiu os atores do estudo: 72 escolares (40%) do 4º e 5º anos do Ensino Fundamental de uma escola pública de Ensino Fundamental no Rio de Janeiro, com idades entre 9 a 11 anos. Por meio de avaliação antropométrica, foram investigados: peso corpóreo, altura e pressão arterial (protocolos de medidas para crianças e adolescentes). Paralelamente, por meio de questionário orientado foram obtidos dados relativos à alimentação, tipo e freqüência da prática regular da atividade física e histórico de doenças familiares. Os dados foram examinados por meio de programa informatizado e o Índice de Massa Corporal (IMC) foi calculado. A análise dos resultados se deu mediante a comparação entre valores de pressão sistólica e diastólica e valores considerados normais para a população brasileira (V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão - Sociedade Brasileira de Cardiologia - SBC). Para o IMC, a comparação com os valores propostos por Conde e Monteiro (2006).

RESULTADOS:

Os resultados de PA não revelaram alterações significativas em relação aos padrões considerados normais pela Sociedade Brasileira de Cardiologia. A comparação dos resultados de IMC com os valores propostos por Conde e Monteiro (2006), revela alterações acima dos valores considerados normais em todos os segmentos estudados (sobrepeso e obesidade). Os dados provenientes dos questionários ainda indicam que 44,7% das meninas e 28,6% dos meninos deste estudo não praticam atividade física fora da escola. Há forte alusão de que gostariam, mas não tem oportunidade, se referindo, sobretudo, à iniciação desportiva. Em relação às doenças de risco dos familiares (parentesco em 1º grau), 48 alunos (66,6%) relataram patologias como hipertensão, diabetes, acidente vascular encefálico e colesterol elevado. Em relação à alimentação, nas refeições principais (almoço e jantar), os valores nutricionais são considerados adequados segundo o PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar) que preconiza 350 Kcal e 9g proteína/dia. Entretanto, 46 alunos (63,8%) declararam ingerir regularmente alimentos considerados "não saudáveis", hábito comum nesta faixa etária.

CONCLUSÃO:

Os resultados revelaram valores de IMC indicando sobrepeso e obesidade, associados ao baixo nível de atividade física e alta ingestão de alimentos ricos em gorduras, açúcar e sal. Tendo em vista que a obesidade é um dos fatores de risco para a hipertensão, seria interessante a adoção de trabalhos educativos envolvendo toda a comunidade escolar. Seria oportunizada discussão acerca da importância do consumo de alimentos saudáveis, a fim de controlar o excesso de peso, atuando na prevenção de DCV e na promoção da saúde. O ideal seria a interação entre atividade física regular e educação nutricional visando o controle do sobrepeso/ obesidade. A adoção de novos estilos de vida propiciaria a melhoria e manutenção dos níveis de qualidade de vida das crianças e até de seus familiares. Este estudo é parte integrante da Monografia de Conclusão de Licenciatura em Educação Física da Escola de Educação Física e Desportos da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Palavras-chave: Hipertensão arterial, IMC, Educação Física.