62ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 8. Fisioterapia e Terapia Ocupacional - 1. Fisioterapia e Terapia Ocupacional
COMPARAÇÃO ENTRE ALONGAMENTO ATIVO EXCÊNTRICO E FACILITAÇÃO NEUROMUSCULAR PROPRIOCEPTIVA NO GANHO DE FLEXIBILIDADE DOS MÚSCULOS ISQUIOTIBIAIS
Saionara Maria Aires da Câmara 1
Aline Braga Galvão Silveira 1
Helder Viana Pinheiro 2
Filipe França Tagliaferro da Fonseca 2
Susann Kelly Damião Rego e Silva 2
Wouber Hérickson de Brito Vieira 1
1. Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
2. Faculdade Natalense para o Desenvolvimento do Rio Grande do Norte -FARN
INTRODUÇÃO:

Na área da reabilitação, a flexibilidade dos músculos isquiotibiais é importante no equilíbrio postural e na manutenção completa da amplitude de movimento (ADM) do joelho e do quadril e na redução de lesões. Para melhora desta flexibilidade os exercícios de alongamento são amplamente utilizados. A diferença entre os ganhos de ADM das diversas técnicas de alongamento é o foco de estudos prévios e o tipo FNP vem apresentando os melhores resultados entre elas. Outro tipo de alongamento que vem ganhando destaque na clínica e entre os estudos é o alongamento ativo excêntrico (AAE). Observa-se na literatura que quando o alongamento é realizado com tensão ativa na musculatura agonista melhores resultados são encontrados, como o alongamento ativo excêntrico e alguns tipos de FNP, porém não há evidência científica suficiente para identificar qual deles promove maior ganho de flexibilidade e assim, potencializar os resultados do tratamento. Assim, o propósito do estudo foi investigar qual tipo de alongamento promove maior ganho de flexibilidade dos isquiotibiais, o alongamento ativo excêntrico ou alongamento do tipo FNP sustentar relaxar.

 

METODOLOGIA:

Foi realizado um estudo do tipo experimental, controlado e cego. Dezoito mulheres sedentárias e clinicamente saudáveis, com idades entre 18 e 28 anos e extensão de joelho menor que 160 graus quando posicionada na prancha de avaliação, fizeram parte do estudo. As voluntárias foram alocadas em 3 grupos (controle, FNP e AAE)  e as do grupo controle foram posteriormente realocadas nos grupos de alongamento, ficando cada grupo composto por 9 voluntárias. Para avaliação da ADM pontos anatômicos foram marcados no membro inferior dominante, a partir disto foi retirada uma fotografia para posterior avaliação do ângulo de flexão de quadril e extensão de joelho pelo software AUTOCAD 2007. Esta avaliação foi realizada antes, após uma sessão de alongamento e ao final do estudo. As técnicas de alongamento foram realizadas em 3 repetições de 30 segundos, diariamente, por um período de 9 dias, sendo a de FNP com a voluntária em decúbito dorsal, e a de AAE com a voluntária na posição ortostática. Após cada sessão de alongamento, a participante relatava a dor percebida por meio de uma Escala Numérica de Avaliação da Dor.

RESULTADOS:

Os dados foram analisados pelo SPSS 16.0, considerando significativo um p <0,05. Foi utilizada ANOVA para verificar diferenças entre os grupos. Após uma sessão de alongamento, o ganho de ADM (diferença entre a ADM ao final da sessão e inicial) de flexão de quadril e extensão de joelho foi estatisticamente diferente entre os grupos experimentais (p=0,045 para ambos), sendo maior para o grupo FNP, devendo esta técnica ser preferida quando se busca um efeito imediato do ganho de flexibilidade. Ao final da intervenção, os grupos experimentais apresentaram ganho (diferença entre ADM final e inicial) de extensão de joelho e flexão de quadril significativamente maiores que o grupo controle (p<0,05), sem diferença estatística entre eles. Possivelmente a presença do componente contração das técnicas, caracterize a similaridade dos resultados finais, visto que a soma da tensão que é imposta durante o estiramento dos componentes do músculo mais a tensão promovida por sua contração, resultaram em um grande estímulo mecânico. Quanto à dor percebida durante o alongamento, observou-se que os dois grupos tiveram mediana de 4, sendo os grupos estatisticamente iguais (p>0,05). Assim, para o ganho de flexibilidade a longo prazo, as duas técnicas são eficazes, e a escolha dependerá de cada situação.

 

CONCLUSÃO:

Os resultados desse estudo mostram que as duas técnicas de alongamento empregadas: FNP sustentar-relaxar e o alongamento ativo excêntrico; foram efetivas no ganho de flexibilidade nos músculos isquiotibiais, sendo diferentes apenas para o ganho de ADM após uma sessão (efeito agudo), com maior ganho para a técnica de FNP. Assim, as duas técnicas podem ser utilizadas na terapêutica, considerando as características individuais do paciente.

 

Palavras-chave: Flexibilidade muscular, Amplitude de movimento, Facilitação neuromuscular proprioceptiva.