62ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 4. Enfermagem Obstétrica
SÍNDROME HIPERTENSIVA GESTACIONAL: COMO DETECTAR PRECOCEMENTE?
MARTA MARIA SOARES HERCULANO 1
JAMILE LOPES DE MORAES 1
LIANA MARA ROCHA TELES 2
FRANCISCA ADRIELE VIEIRA NETA 1
NAIRA DE OLIVEIRA CAMINHA 1
ANA KELVE DE CASTRO DAMASCENO 1
1. UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
2. CAPES
INTRODUÇÃO:
A Síndrome Hipertensiva Gestacional - SHG é um dos principais distúrbios clínicos enfrentados pela mulher durante seu ciclo gravídico-puerperal. Constitui uma doença multissistêmica que ocorre predominantemente no final da gestação, caracterizada por manifestações clínicas como hipertensão arterial e/ou proteinúria. O índice de mulheres que desenvolvem a SHG é notório, sendo a pré-eclâmpsia/eclâmpsia a primeira causa de morte materna no Brasil. Além disso, essas patologias favorecem um maior número de óbitos perinatais e o aumento significativo do número de neonatos com seqüelas advindas da hipóxia cerebral. Nesse sentido, faz-se importante conhecer os sinais/sintomas mais prevalentes dessas patologias entre as mulheres, favorecendo o diagnóstico precoce, conduta adequada e minimização de riscos para o binômio mãe-filho, cujo objetivo foi verificar os sinais e sintomas mais prevalentes entre as gestantes com SHG.
METODOLOGIA:
Estudo documental, transversal e retrospectivo, com abordagem quantitativa, realizado na Maternidade Escola Assis Chateaubriand (MEAC), instituição hospitalar pública de atendimento terciário. A população foi constituída por 460 mulheres que foram admitidas na referida maternidade com diagnóstico de SHG, no período de maio de 2008 a abril de 2009, foram analisados 460 prontuários, nesse estudo. Os dados foram coletados diretamente no prontuário e registrados em um formulário pré-elaborado. O projeto obteve parecer favorável do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Ceará, conforme protocolo nº 93/08.
RESULTADOS:
Entre os 460 prontuários revisados, pôde-se observar uma maior prevalência da patologia na faixa etária de 20 a 24 anos de idade (129; 28,1%), tendo a maior prevalência de casos recaído sobre as primigestas (213; 46,3%), indo de acordo com a literatura. Dentre os sinais e sintomas apresentados pelas gestantes no momento da admissão hospitalar, sendo os mais prevalentes: pressão arterial maior ou igual a 140x90mmHg (395; 85,9%); cefaléia (213; 46,3%); náuseas e/ou vômitos (109; 23,7%); e epigastralgia ( 15,2%). Vários autores revelam a íntima associação entre hipertensão e cefaléia, fato observado nesse estudo. Dentre as 388 mulheres que realizaram LABSTIX, (335; 86,3%) apresentaram presença de proteinúria .Além disso, percebeu-se entre as gestantes que deram entrada na Maternidade, grande parte já apresentavam sinais precoces do trabalho de parto (dor em baixo ventre e perda de líquido amniótico). Trata-se de um fato preocupante visto que (122; 26,5%) mulheres apresentavam gestação pré-termo, Isso aumenta a incidências de partos prematuros e, conseqüentemente, os riscos de complicações maternas e fetais, parâmetro importante para classificar o nível de gravidade da pré-eclâmpsia.
CONCLUSÃO:
Percebeu-se que as mulheres jovens e primíparas foram as mais acometidas pela SHG, enfatizando a necessidade de maior atenção às gestantes com tais características. Além disso, pôde-se inferir falhas na atenção primária á gestante no âmbito do pré-natal, culminando com a chegada de gestantes pré-termo com níveis pressóricos alterados e trabalho de parto iminente à Maternidade, reduzindo as chances de adiamento do trabalho de parto pré-maturo. Verifica-se a necessidade de serem criadas estratégias para se trabalhar com as gestantes portadoras da SHG, reconhecendo precocemente os sinais e sintomas envolvidos nessa síndrome e evitando o agravamento do quadro e complicações inerentes ao mesmo.
Palavras-chave: Enfermagem, Pré-Eclâmpsia, Eclâmpsia.