62ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 15. Formação de Professores (Inicial e Contínua)
TEORIA E PRÁTICA: ASPECTOS MOBILIZADORES DA AÇÃO DOCENTE EM SALA DE AULA
Élen Borba de Souza 1, 6
Francisco Helder L. Sousa 2, 6
Hellen Jael Cavalcanti Farias 3, 6
Sandra Elisabete Santos Morais Donato 4, 6
Glória Maria Leitão de Souza Melo 5
1. Departamento de Psicologia, Universidade Estadual da Paraíba/UEPB
2. Departamento de Letras, Universidade Estadual da Paraíba/UEPB
3. Departamento de Educação, Universidade Federal de Campina Grande/UFCG
4. Departamento de Educação, Faculdade de Porto Velho/FIP
5. Departamento de Educação , Universidade Estadual da Paraíba/UEPB
6. Pós-graduação em Psicopedagogia, Centro Universitário de João Pessoa/Unipê
INTRODUÇÃO:

Pensar sobre a compreensão que tem o professor da relação teoria e prática propõe, por parte deste, uma intensa reflexão sobre a sua prática docente, logo, esta relação de interdependência exige do professor um constante pensar sobre suas ações para que a partir de suas análises e questionamentos possam ser fomentadas e promovidas novas práticas, condizentes com a realidade determinada historicamente.

Diante do exposto, a presente pesquisa tem por objetivo analisar concepções psicológicas advindas de estudos desenvolvidos por Piaget e Vygotsky, e a influência destas no pensamento e na prática de professores de uma escola da rede pública de ensino. Buscou-se também compreender como os conceitos psicológicos repercutem na ação dos professores e verificar como estes estabelecem a relação teoria e prática em sua atuação.

Logo, a escolha desta temática se faz pelo anseio em contribuir de algum modo na reflexão acerca da prática de professores, visto que é freqüente encontrarmos discursos, tais como: a teoria diverge com da prática; é fácil entender a teoria, mas na prática a realidade é outra. São posições que acabam por encontrar resistência com a idéia de que teoria e prática caminham juntas cada uma oferecendo subsídios para a sua construção e orientação no âmbito educacional.

METODOLOGIA:

A pesquisa foi de caráter qualitativa do tipo exploratória. Para análise dos dados fez-se uso da técnica da análise de conteúdo (BARDIN, 1977). Participaram da pesquisa professores do ensino fundamental de uma escola pública da cidade de Campina Grande - PB situada num bairro periférico desta cidade, atendendo uma clientela com baixo nível sócio-econômico.

Os instrumentos de coleta de coleta de dados utilizados foram, entrevista semi-estruturada e a observação do cotidiano de sala de aula. Na entrevista as perguntas versaram sobre as perspectivas psicológicas e como os professores mobilizam esses aspectos em sua atuação. Perguntas e respostas foram gravadas e posteriormente transcritas, garantindo-se da fidedignidade das falas dos entrevistados. A observação do cotidiano da sala de aula ocorreu no momento em que os docentes envolvidos estavam realizando suas atividades.  Foi utilizado como parâmetro de amostragem de tempo o período de duração da atividade desenvolvida pelo professor. Na observação fez-se uso do registro escrito. Nas observações procurou-se identificar as tendências psicológicas utilizadas, pelos professores em seu cotidiano de sala de aula, sendo possível, posteriormente, realizar uma comparação do se discurso apresentado na entrevista com prática observada.

RESULTADOS:

A partir das análises iniciais, decorrentes dos instrumentos utilizados, observou-se com relação aos conceitos psicológicos as observações mantiveram a predominância dos conceitos behavioristas, logo, o conhecimento tido como algo já predeterminado pelo mundo, e no qual é na escola que são mantidos e controlados os comportamentos desejáveis, dentro e um contexto sócio-cultural (MIZUKAMI, 1986).

Diante disso, verificou-se, em linhas gerais, a predominância da abordagem tradicional na pratica docente dos participantes da pesquisa, representando o quanto a ação do professor está voltada para a "transmissão do conteúdo", pouco se percebendo o direcionamento dessa ação para a construção do conhecimento em parceria com o aluno.

De acordo com Colaço (2004), a figura do professor é de grande importância para o processo de ensino e aprendizagem, este é tido como guia do processo cognitivo dos alunos. Logo, salienta-se a necessidade dos professores conhecerem melhor as teorias psicológicas, a fim de concretizarem uma prática visando às características do indivíduo, conduzindo-o ao seu avanço no processo de desenvolvimento e aprendizagem. Daí a importância de sempre relacionar a teoria e prática, no qual de acordo com Candau (1989) são dois pólos indissociáveis.

CONCLUSÃO:

É necessário, para o educador, uma formação diversificada. De acordo com Candau e Lelis (1989), uma formação dessa natureza abrange um a elaboração de uma consciência crítica sobre a educação e o papel do educador na sociedade, um fazer pedagógico articulado com a teoria e a prática onde os componentes curriculares envolvem a relação de unidade entre teoria e prática.

Portanto, a formação do educador não se dá por pressupostos pré-determinados, trata-se um processo contínuo, posto que a realidade educacional e social passando por constantes mudanças, implicando que este profissional esteja em consonância com as transformações da sociedade a fim de que sua atuação a partir da realidade do cotidiano esteja pautada na articulação dos conhecimentos teóricos adquiridos e a empregabilidade desses conhecimentos em sua prática.

A figura do professor é de grande importância para o processo de ensino e aprendizagem, no qual este é tido como guia do processo cognitivo dos alunos. Salientamos, então, a necessidade dos professores conhecerem teorias psicológicas, a fim de concretizarem uma prática visando às características do desenvolvimento do individuo com o qual este trabalha, conduzindo-o ao seu avanço no processo de desenvolvimento e aprendizagem.

Palavras-chave: Professor, Concepções psicológicas, Teoria e Prática.