O processo de envelhecimento implica modificações de ordem fisiológica, psíquica e social. Do ponto de vista das capacidades físicas podem ser percebidas mudanças que ocasionam diminuição da capacidade aeróbia da força e resistência musculares assim como declínios neuromotores e emocionais. A atuação da atividade física como fator de desaceleração ou reversão de variados declínios vêm tomando aceitação frente a muitas pesquisas realizadas com essa população. O presente estudo tem como objetivo verificar os possíveis benefícios proporcionados pelo treinamento físico sobre o desempenho físico e composição corporal.

Utilizou-se pesquisa descritiva exploratória, com estudo de caso, um indivíduo do sexo masculino com 72 anos, hipertenso com hipertrofia na carótida, recrutado em uma academia de Cuiabá/MT. Foi avaliada a composição corporal por antropometria e bioimpedância e realizada uma bateria de testes físicos (Dinamometria Escapular, Lombar e Manual, Flexibilidade no Banco de wells, Agilidade de Membros Superiores tirando e colocando a camiseta, Equilíbrio estático em 1 minuto sobre uma perna, Equilíbrio Dinâmico andando sobre uma linha de 3m, Resistência de Membros Inferiores sentando e levantando da cadeira em 1 minuto e Coordenação motora avaliado pelo teste Index), antes e após seis meses de treinamento físico. O programa de treinamento foi realizado em 05 sessões semanais sendo 03 delas com treinamento resistido para todos os grupamentos musculares, na forma de pirâmide decrescente sub-máxima, intercalados por 02 sessões de treino aérobio, de 30 a 40 minutos caminhando na esteira com 60% da frequencia máxima cardíaca.

Houve redução de 15% no percentual de gordura; a massa magra aumentou 6,75%, o peso total sofreu alteração de 0,5% e índice de massa corporal (IMC, 30,67 para 30,52 kg/m²); a força de preensão da Mão direita foi de 52kgf para 60kgf (melhora em 15,4%), a força de preensão da Mão esquerda foi de 43,5kgf nos dois momentos; na força lombar foi de 106kgf para 125kgf (melhora em 17,9%); na força escapular foi de 29kgf para 32,5kgf (melhora em 12%), no teste de flexibilidade foi de 29cm para 34cm (melhora em 17,2%); no teste de equilíbrio estático a perna direita foi de 59" para 26" (piora em 56%) e na esquerda foi de 11"49 para 16"25 (melhora em 41,4%); agilidade de membros superiores foi de 11"15 para 10"26 (melhora em 8%); o teste de equilíbrio dinâmico foi de 8"56 para 5"26 (melhora em 38,2%); no teste de resistência de membros inferiores foi de 24 repetições para 25 repetições (melhora em 4,1%); na coordenação motora, avaliado pelo teste Index Nariz, Joelho e Orelha, houve correta execução nas duas medidas. Os resultados apresentaram melhora na maioria dos testes avaliados, aumento de massa muscular e redução da gordura corporal.

Os exercícios de força e aeróbio prescritos com intensidade de leve a moderada causam modificações importantes na composição corporal e aptidão física de um indivíduo com hipertrofia na carótida, sem, contudo expô-lo a complicações adversas para a saúde.