62ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 7. Enfermagem
REPRESENTAÇÕES DE AGENTES COMUNITÁRIOS DE BENEVIDES-PA SOBRE EDUCAÇÃO EM SAÚDE: A FAVOR DA EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE NO SUS
Horácio Pires Medeiros 1
Elizabeth Teixeira 1
Juliana GArcez 1
1. Universidade do Estado do Pará
INTRODUÇÃO:
A educação em saúde é um campo de práticas e de conhecimentos do setor saúde que tem se ocupado mais diretamente com a criação de vínculos entre a ação assistencial e o pensar e fazer cotidiano da população. É nesse cenário que se inserem os agentes comunitários de saúde, atores que articulam as necessidades educativas e de saúde da população e o serviço e equipe. A transferência de informação nas comunidades é um desafio atual e deve tornar-se uma estratégia fundamental no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil, desafio este que os agentes comunitários de saúde devem enfrentar como mediadores do processo de transferência de informação e comunicação em saúde às comunidades em que atuam. Para este fim, cabe afirmar que a qualidade da educação em saúde com a comunidade destes agentes está diretamente relacionada à qualidade da educação permanente com eles realizada pelos gestores locais/profissionais de saúde e enfermagem. Com vistas a subsidiar a educação permanente em saúde dos agentes comunitários de um município do Pará, realizou-se uma pesquisa com o seguinte objetivo: analisar os elementos centrais e periféricos das representações sociais de ACS sobre educação em saúde.
METODOLOGIA:
Pesquisa de campo por meio da aplicação de formulário de associação livre de palavras com a palavra-estímulo "educação em saúde" com 106 ACS de Benevides-PA; a análise se deu por meio do software EVOC 2000 articulada com a análise de conteúdo temática. Os termos evocados foram agrupados em categorias; estas foram inseridas no software; este construiu o quadro com quatro quadrantes, em que no primeiro encontra-se o provável núcleo central e no terceiro o mais periférico. Os sujeitos da pesquisa foram ACS com mais de 6 meses de exercício, que aceitaram participar. Os princípios éticos foram observados e seguidos com base na Resolução 196/96. Todos os sujeitos, informados dos objetivos e procedimentos, assinaram um TCLE.
RESULTADOS:
Quanto à faixa etária obtivemos um percentual de 39,6% dos agentes com idade entre 26 e 35 anos; 87,7% do gênero feminino; 75% com tempo de serviço correspondente à faixa de 1 a 5 anos, o que significa um conjunto de ACS adulto-jovens, em início de carreira e predominantemente do sexo feminino. O provável núcleo central das representações é constituído das seguintes categorias: conhecimento, promoção&prevenção e saúde&vida. O núcleo periférico é constituído pelas categorias: acolhimento, cuidarcuidados, profissão&trabalho e qualidade. Os resultados do estudo indicam um conjunto de temas-conteúdos que poderão subsidiar atividades de educação permanente com os ACS para potencializar as ações educativas com a comunidade.
CONCLUSÃO:
Os processos formativos deverão reforçar que a educação em saúde além de ser um dispositivo para promover o debate sobre práticas preventivas, saúde e vida, é também um poderoso instrumento para viabilizar tanto o diagnóstico precoce de doenças como para estimular atitudes adequadas quando do tratamento e reabilitação em saúde-doença. Há uma representação dominante que práticas educativas estão diretamente e quase exclusivamente relacionadas a práticas de promoção e prevenção, e tal representação precisa ser alargada, pois a educação em saúde contribui com todos os níveis de atenção, da promoção à reabilitação.
Instituição de Fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico; Ministério da Saúde; Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado do Pará
Palavras-chave: Educação em Saúde, Agentes Comunitários de Saúde, Educação Permanente.