A adolescência é uma fase de mudanças e descobertas, e conseqüentemente, há a vulnerabilidade dos jovens à gravidez e DSTs nessa fase da vida. Segundo dados do MS  é nessa faixa etária que normalmente os jovens iniciam a sua vida sexual (entre os 15 e 16 anos). Baseados nesses dados, iniciamos um trabalho voltado para essa população, tendo como alvo os alunos do Ensino Médio  da Escola Estadual Carlos Molteni na faixa etária dos 14 aos 18 anos. Para tanto, aplicamos um questionário para mensurar  o conhecimento desses jovens sobre o próprio corpo e as DSTs. A nossa população era composta de 30 meninos (41%) e 44 meninas (59 %) com um n de 74 adolescentes. Após o questionário, foi ministrada uma aula participativa sobre os temas ligados à sexualidade e DSTs. O objetivo de nosso estudo foi analisar os dados desse questionário aplicado aos adolescentes que participaram do projeto e suas respostas ao instrumento de avaliação da aula para subsidiar o debate sobre o desenvolvimento de projetos de prevenção e promoção à saúde do adolescente, estudando a ampliação do mesmo para outras escolas da região.

Nosso estudo baseou-se na análise dos dois instrumentos de avaliação utilizados pelo projeto, composto por: um questionário com questões de múltipla escolha fechadas sobre conhecimentos, atitudes e práticas relacionadas à sexualidade, saúde reprodutiva, órgãos do Sistema reprodutor e DSTs (aplicado a cada grupo) e uma redação aberta sobre a opinião dos adolescentes acerca da aula dada e das dúvidas concernentes ao tema.

            O questionário possibilitou aos orientadores do projeto a obtenção de dados sobre o perfil dos adolescentes, seus conhecimentos sobre sua própria sexualidade e sobre as DSTs.

            Em se tratando de sexualidade, as mudanças de hábitos são esperadas a longo prazo, mas através dessa aula, procuramos aprofundar o conhecimento desses alunos, pois muitos não têm noções básicas de higiene pessoal.

Os dados obtidos na análise dos questionários reforçam a afirmação dos jovens quanto à dificuldade de se abordar assuntos relacionados à sexualidade, apesar de alguns acharem que já sabem tudo sobre o tema "sexo". Nossos dados mostram que 50% dos adolescentes pesquisados conversam sobre sexo com os colegas, 25% com os colegas e namorado (a), 20 % com os pais e apenas 5% com os professores, mostrando que existe ainda uma grande barreira a ser derrubada. Apesar de boa parte declarar ter iniciado sua vida sexual, (46%), os conhecimentos sobre sexualidade, órgãos sexuais e DSTs eram bem limitados.

Como os alunos mostraram-se interessados e ávidos pelo tema tratado, concluímos que esse método de abordagem pode ser produtivo na prevenção de várias doenças, e pode ser extrapolado para outros temas de saúde coletiva nessa comunidade.