62ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 4. Botânica - 8. Botânica
LEVANTAMENTO PRELIMINAR DE MACROALGAS OCORRENTES NO LITORAL ORIENTAL DO RIO GRANDE DO NORTE.
ROBNILSON COSTA DE MEDEIROS 1
ALLEX TRIGUEIRO SOARES 1
RAFAEL DE AMORIM QUINTANEIRO 1
OLIVIA TEIXEIRA ROLIM ARRUDA 1
JOANA D'ARC AMORIM 1
MARIA DAS DORES MELO 2
1. Depto. de Ciências Biológicas - Universidade Potiguar - UNP
2. Profa. Dra./Orientadora - Depto. de Ciências Biológicas - UNP
INTRODUÇÃO:
As macroalgas são organismos eucariotos que possuem clorofila a e um talo não diferenciado em raiz, caule ou folhas, com hábito predominantemente aquático. Neste ambiente, as algas podem ser vistas flutuando, situação que pode ser acidental ou temporário e servindo de abrigo para diversas espécies e são utilizadas como bioindicadoras de poluição. Em sua grande maioria vive fixa a um substrato sólido, como rochas ou corais mortos e algumas vezes se adaptam a substrato não consolidado ou epifitando sobre outras algas e angiospermas marinhas. O Brasil é considerado como um país rico em diversidade de macroalgas marinhas por se distribuírem em toda costa brasileira. O Nordeste tem a maior diversidade e abundância em áreas de substrato rochoso e águas mais transparentes. Os principais fatores de redução da biodiversidade de macroalgas têm relação com praias abertas e áreas sujeitas a forte poluição. O litoral do Rio Grande do Norte vem sofrendo um progressivo comprometimento ambiental em decorrência do turismo desordenado. O presente trabalho teve como objetivo o estudo da estrutura das comunidades de macroalgas ocorrentes no litoral oriental do Estado do Rio Grande do Norte a fim de identificar a diversidade algal da área em questão.
METODOLOGIA:
As coletas foram realizadas na praia de Pirangi, município de Parnamirim. A amostragem se deu a partir do mergulho autônomo, em profundidades que variaram de 3 a 6m, em áreas de substrato caracterizado por recifes coralíneos. Os exemplares depois de coletados foram preservados em formol a 4% em água do mar. Depois de identificados o material botânico foi herborizado e incluído no Herbário Sebastião Urias de Paula (HUNP), do Curso de Ciências Biológicas, da Universidade Potiguar. Para identificação e classificação dos táxons foram consultadas chaves dicotômicas e bibliografia especializada de JOLY (1965), complementadas por outras publicações, mais específicas: OLIVEIRA FILHO (1967), BARRETO (1996) e CASSANO (1997). Os táxons foram agrupados sistematicamente de acordo com WYNNE (2005). Para os estudos foram considerados os caracteres da morfologia externa: hábito geral, tipo de fixação, organização do talo e presença de órgãos de reprodução. As medidas das estruturas foram tomadas em pelo menos cinco exemplares de cada espécie.
RESULTADOS:
Foram identificados 29 táxons, sendo 12 pertencentes à Divisão Chlorophyta (Dictyosphaeria versluysii Weber Bosse, Valonia aegragopila C.Argadh, Caulerpa racemosa (Forsskal) JAgardh, Caulerpa racemosa Var. Occidentalis (JAgardh) Borgesen, Caulerpa cupressoides Var. Flabellata Borgesen, Anadiomene stellata (Wulfen in Jaquin) C.Agardh, Udotea Flabellum (J.Ellis & Solander) J.V.Lamoroux, Cladophora vagabunda (Linnaeus) C.Hoek, Halimeda opuntia (Linnaeus) J.V.Lamoroux, Bryopsis pennata J.V.Lamoroux , Ulva lactuca Linneaus, Acanthophora spicifera (Vahl) Borgesen); 07 à Divisão Phaeophyta (Dictyota menstrualis (Hoyt) Schnetter, Horning & Weber-Peukert, Sargassum Vulgare C.Agardh, Sargassum filipendula C.Agardh, Lobophora variegate (J.V.Lamoroux) Womersley ex E.C.Oliveira, Colpomenia sinuosa (Roth) Derbès & Solier, Dictyopteris delicatula J.V.Lamoroux, Padina gymnospora (Kützing) Sonder e 11 à Divisão Rhodophyta (Botrycladia occidentalis (Borgesen) Kylin, Sebdenia flabellata (J.Agardh) P.G.Parkinson, Ochtodes Secundiramea (Montagne) M.Howe, Hypnea musciformis (wulfen in jaoquin) J.V.Lamoroux, Bryothamnion seafothii (Turner) Kutzing, Bryothamnion triquetrum (S.G.Gmelin) M.Howe, Gracilaria cerviconis (Turner) J.Agardh, Cryptonemia crenulata (J.Agardh) J.Agardh, Tricleocarpa cylindrica (J.Ellis & Solander) Huisman & Borowitzka, Haloplegma dupperreyi Montagne. Observou-se uma quantidade significativa das espécie Ulva lactuca Linneaus que segundo OLIVEIRA FILHO (2002) baías protegidas em áreas urbanizadas, em geral apresentam mais eutrofizadas e costumam ser colonizadas por espécies de algas verdes. FIGUEIREDO et al. (2004), afirmam que uma maior abundância de espécies em ambientes expostos revela um menor grau de distúrbios físicos e/ou biológicos. Dentre os fatores que mais contribuem para a redução da biodiversidade marinha destacam-se a poluição provocada pela movimentação de embarcações provocando a destruição parcial de recifes, lançamento de poluentes (orgânicos e inorgânicos) e de um turismo sem planejamento
CONCLUSÃO:
Durante a realização das coletas e análise da área, verificou-se que a continuidade da pesquisa nessa área se torna necessário para a garantia da biodiversidade e para o estabelecimento de metas que venham proteger das ameaças constantes da influência antrópica negativa.
Palavras-chave: ALGAS, PRAIA DE PIRANGI, MORFOLOGIA.